Segundo o presidente da Lacbom, Misael Barreto, o interesse surgiu quando o grupo percebeu que a distância que os produtos percorreriam até chegar ao país vizinho seria menor do que para muitas localidades dentro do próprio Mato Grosso. Atualmente, a marca atende 90% do território Estado, chegando também aos Estados de Amazonas e Rondônia.
Para exportar, a Lacbom contratou um serviço de consultoria que vai apresentar um relatório sobre a viabilidade da transação. Entre as medidas necessárias, está construir novas câmaras frias – que também devem auxiliar a cooperativa no lançamento de novos produtos – e aprovação do governo federal. Hoje a Lacbom já tem prontos, aguardando apenas aval da União para serem comercializados, três novos tipos de queijo e três novos sabores de bebidas lácteas.
Espalhando desenvolvimento
Dos cerca de 1,2 mil produtores de leite associados, espalhados por 19 municípios de Mato Grosso, 60% são considerados pequenos e médios produtores. “É aquele cara que tem uma média de 12 a 20 vacas e que produz 80 litros de leite por dia, o que dá para criar os filhos e ele sobreviver tendo uma vida razoável”, explica Barreto. Justamente por conta desse perfil, a cooperativa investe em assistência técnica aos associados, o que vai de treinamento para controle do dinheiro que entra na propriedade até a inseminação dos animais para promover um melhoramento genético das vacas leiteiras.
“Mais de 3,5 mil vacas já foram inseminadas em 2018. Em 2019, a gente já tem uma missão de chegar a 6 mil”, pontua o médico veterinário Fernando Vieira. A nutrição das vacas é outro ponto feito em parceria entre cooperativa e associados. Quem quer manter os animais apenas no pasto, recebe orientação sobre como fazer o manejo das áreas e o armazenamento, para não faltar alimento na época de seca. Já os adeptos da ração, recebem subsídio na compra do produto. O valor, ano passado, de R$ 2 por saco de ração, neste ano subiu para R$ 9, o que ajuda a aumentar o lucro no final do mês para quem é associado da Lacbom.
“Além disso, na cooperativa temos quatro lojas veterinárias: em Araputanga, Salto do Céu, Figueirópolis e Jauru. Nelas, a gente tem todos os produtos que os produtores precisam para manter seus animais”, afirma o presidente.
Barreiras no caminho
“Sempre vai ter um lugar que o caminhão não consegue ir e o problema sempre é estrada. Um buraco que abriu, uma ponte com problema. Daí ligamos para o prefeito e ele diz que não pode fazer nada. Nisso vai dois, três dias e o produtor jogando o leite fora”, lamenta Misael.
Além disso, desde 2017, o governo do Estado cobra uma taxa de R$ 0,005 por litro de leite produzido em Mato Grosso. O recurso vai para um fundo que deveria servir para fomentar a atividade, mas do qual Barreto disse nunca ter visto sair qualquer investimento. “Não existe apoio do poder público. O governo não reconhece quem produz leite. Não dá um centavo”, afirma o presidente.
As informações são do portal O Livre, resumidas pela Equipe MilkPoint.
