Com a crise gerada pela Operação Ouro Branco, deflagrada na segunda-feira (22) pela Polícia Federal (PF), o setor de laticínios em Minas Gerais deve registrar redução no consumo de leite longa vida. De acordo com o secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Gilman Viana, em um primeiro momento, além da perda de credibilidade, o consumidor poderá diminuir a compra de leite longa vida. Mas a indústria contabilizará apenas uma leve flutuação dos índices de demanda e não chegarão a ocorrer quedas significativas.

Segundo o presidente da Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce (Ibituruna), em Governador Valadares, e da Associação Brasileira do Leite Longa Vida (ABLV), Wellington Braga, pode haver queda no consumo, mas outras conseqüências já começam a ser percebidas.

Braga afirmou que a cooperativa tem registrado numerosas chamadas de empresas e consumidores no seu 0800, para informações sobre a procedência do leite utilizado, informou reportagem de Maíra Vasconcelos, do Diário do Comércio/MG.

De acordo com o presidente da Cooperativa Central Mineira de Laticínios (Cemil), com sede em Patos de Minas (Alto Paranaíba), João Bosco Ferreira, a redução do consumo irá ocorrer e todo o setor deve registrar perdas.

Segundo notícia do jornal Folha de S. Paulo, os moradores de Uberaba (MG) estão devolvendo aos supermercados todos os produtos da Coopervale, como leite desnatado, doce de leite e requeijão.

De acordo com o promotor de Defesa do Consumidor João Davina, 1,2 milhão de caixinhas do leite Centenário já foram retirados de circulação. "Estão devolvendo tudo da marca Centenário, do queijo até o leite desnatado. Muitos estão comprando leite em pó", afirmou o gerente do supermercado LS Guaralto, Benedito Gaspar.