Conaprole: distribuição normal, apesar do conflito

Na quarta-feira (2), os distribuidores retomaram suas atividades após uma reunião com a Diretoria da Cooperativa Nacional de Produtores de Leite do Uruguai (Conaprole). No entanto, o conflito entre os trabalhadores e a diretoria da Conaprole se mantém.

Grande parte da resolução do conflito está nas mãos da diretoria da cooperativa. O conflito já tem duas semanas e tem afetado o abastecimento normal de produtos da principal empresa de lácteos do Uruguai.

Em contatos desenvolvidos na última semana, tanto com a diretoria como com o sindicado dos trabalhadores, o Ministério do Trabalho e Segurança Social (MTSS) apresentou uma fórmula para se chegar a uma "saída momentânea" ao conflito. A proposta foi aceita pelo sindicato e consiste, em linhas gerais, que a Conaprole envie a esse funcionário um seguro de parada de quatro meses, período que permitirá discutir com tranquilidade uma saída para esse conflito. Os trabalhadores anunciaram que removerão imediatamente as medidas de luta se a empresa aceitar esse acordo.

Enquanto isso, as empresas que se encarregam da distribuição decidiram retomar o serviço. A decisão surgiu após a direção da Conaprole convocar de forma urgente uma reunião com os distribuidores. Segundo a porta-voz dos distribuidores, Natalia Pena, a direção alertou que as plantas estão com as câmaras repletas e que, se não tirar a mercadoria, haverá prejuízo. "Não vamos permitir perda de nenhum produto", disse Pena, agregando que a distribuição só poderá se manter se não forem tomadas medidas por parte do sindicato que gere alguma parada, atrasos ou que impeça o cumprimento do serviço.

Os produtores de leite classificaram as medidas do sindicato da Conaprole de irracionais. Fixaram sua posição no conflito da Conaprole, acusando o sindicato de trabalhadores de "irresponsabilidade", ao colocar em risco o abastecimento da população, prejudicando as pessoas de menores recursos e a toda a cadeia leiteira.

Eles disseram que os trabalhadores da planta têm utilizado piquetes para impedir as exportações, cujas consequências vão se prolongar por muito tempo além da duração do conflito. O presidente da Associação Nacional de Produtores de Leite, José Alpuin, disse que sua associação se solidariza com a direção da Conaprole.

Por outro lado, as organizações leiteiras exigiram que o Governo tome ações legais rapidamente para evitar o aprofundamento dessa situação, alertando que, caso contrário, alguns produtores precisarão descartar leite dentro de alguns dias. Por isso, exigiram que o sindicato imediatamente retire todas as suas medidas de luta, sem nenhum tipo de condicionamento.

As informações são do Espectador.com, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.