Comissão Europeia não espera aumento imediato da produção de leite após 2015

Apesar da produção de leite na União Europeia (UE) ter aumentado no segundo semestre de 2013, os preços se mantiveram fortes. Em dezembro passado, o preço médio comunitário alcançou um valor recorde de 40,4 euros (US$ 56,18) por cada 100 quilos, o que supôs um aumento de 18% com relação a dezembro de 2012.

Os preços dos produtos lácteos também aumentaram em 2013 com relação a 2012: em 30% os da manteiga e do leite em pó e entre 8% e 12% no caso dos queijos cheddar, edam e gouda, de acordo com dados do relatório de previsões de curto prazo das produções agrícolas e pecuárias da UE, recente publicação da Comissão Europeia.

Ao longo de 2013, as captações de leite na UE aumentaram 0,9% com relação a 2012. Os aumentos nas captações foram especialmente destacáveis na Estônia, Holanda, Irlanda, Dinamarca, Bélgica e Alemanha, países que correm perigo de superar a cota no exercício de 2013/14. Os bons preços foram o principal impulsionador desse aumento. Um exemplo foi a Holanda, onde o preço médio pago ao produtor em dezembro passado foi de 44 euros (US$ 61,19) por 100 quilos. Por outro lado, em outros países, as entregas caíram, como é o caso da Hungria, República Tcheca, Itália e França.

No exercício de 2014/15, o último período de cotas lácteas, a Comissão Europeia prevê que se mantenha um bom nível de produção graças aos bons preços do leite e à estabilidade dos preços dos alimentos. Em 2014, espera-se uma produção de leite 1,8% superior à de 2013. Portanto, a Comissão não acredita num aumento de produção quando desaparecerem as cotas de produção de leite, porque os aumentos na produção já estão ocorrendo.

Internacionalmente, a produção também aumentou. Nos Estados Unidos, houve registro de aumento de 0,9% em janeiro de 2014 com relação a janeiro de 2013 e na Nova Zelândia de 4,6% (dezembro de 2013 versus dezembro de 2012). No entanto, os preços se mantêm firmes e é previsto que mantenham a mesma linha em 2014. Um dos fatores a favor dessa tendência é que, enquanto a demanda doméstica de lácteos na China se mantém alta, a produção caiu em 6% no mesmo período, de forma que dependerá mais das importações.

A reportagem é do Agrodigital, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.