Com apoio do BDNES, Bom Gosto tem forte crescimento

Com uma série de oito aquisições desde 2007 - seis empresas e duas fábricas, a da Parmalat, em Pernambuco, e a da Nestlé, no Rio de Janeiro -, o Bom Gosto teve um aumento de receita, de 214 milhões de reais, em 2006, para 1,6 bilhão, no ano passado. Em grande medida, a explicação para a expansão do laticínio gaúcho está na presença de um acionista poderoso - o BNDESPar, dono de 35% de seu capital.

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Com uma série de oito aquisições desde 2007 - seis empresas e duas fábricas, a da Parmalat, em Pernambuco, e a da Nestlé, no Rio de Janeiro -, o Bom Gosto teve um aumento de receita, de 214 milhões de reais, em 2006, para 1,6 bilhão, no ano passado. A companhia é a quarta maior compradora de leite, atrás de Nestlé, BR Foods e Itambé, segundo o ranking da Associação Brasileira dos Produtores de Leite.

Em grande medida, a explicação para a expansão do laticínio gaúcho está na presença de um acionista poderoso - o BNDESPar, dono de 35% de seu capital, fatia idêntica a de Wilson Zanatta, fundador e presidente do laticínio Bom Gosto. Trata-se da segunda maior participação de capital do BNDESPar numa empresa - só atrás da companhia de energia Brasiliana.

A relação entre Zanatta e o BNDES começou há cerca de dez anos. Sua primeira conversa com o banco aconteceu em 2000, numa visita à sede do BRDE, braço do banco na Região Sul. Dois anos depois, com um empréstimo de 4 milhões de reais do banco, Zanatta ampliou sua fábrica para entrar no mercado de leite longa vida.

Em 2007, o BNDES comprou sua primeira fatia no Bom Gosto - de 23%, com aporte de 45 milhões de reais. Segundo o próprio Zanatta, sem fôlego para continuar sozinho, ele teria pedido recursos para o banco, que cedeu aos apelos. "Com o dinheiro conseguimos quitar nossas dívidas e começar uma nova fase de crescimento", diz. "O BNDES viu firmeza em nossos planos."

A Bom Gosto pretende dobrar as vendas para 3,3 bilhões de reais até 2014 - tanto organicamente quanto por meio de novas aquisições, num mercado que ainda conta com um grande número de concorrentes. No segmento de leite longa vida, as três maiores marcas responderam por 24% do mercado, que movimentou 5,6 bilhões de reais em 2009, conforme dados da Nielsen. O restante é dividido entre pelo menos 80 fabricantes.

Segundo consultores, o Brasil tem chance de se tornar um exportador mundial, a exemplo do que aconteceu com a indústria de carnes. Desde 2004, os fabricantes brasileiros de leite e derivados duplicaram o volume de vendas para o exterior. "Tradicionais exportadores, como Nova Zelândia e Europa, estão no limite de produção", diz Marcelo Carvalho, diretor executivo da AgriPoint, consultoria especializada em agronegócio. "O Brasil é um dos poucos países com condições de ampliar a produção significativamente."

A Bom Gosto começa a se movimentar para atender o mercado externo. Zanatta está construindo uma fábrica no Uruguai, que deve custar 30 milhões de dólares e ficará pronta em 2011. "O Uruguai já vende para consumidores mais exigentes, como a Europa. Será nossa porta de entrada para esses mercados", concluiu.

A matéria é de João Werner Grando, publicada na Revista Exame, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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