CNA: estratégias para melhorar a qualidade do leite

Os produtores de leite adotaram nos últimos anos estratégias para garantir a melhoria da qualidade do produto. Ao abordar a questão, o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Rodrigo Alvim, salientou que "a velocidade para conclusão do processo de melhoria da qualidade do leite ainda depende, no entanto, do pagamento de um adicional por parte da indústria e de uma participação mais efetiva do governo".

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Os produtores de leite adotaram nos últimos anos estratégias para garantir a melhoria da qualidade do produto. As ações se intensificaram a partir de 2001, resultando na edição da Instrução Normativa (IN) 51, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com critérios de higiene, de manejo sanitário, de armazenamento e transporte do leite. Ao abordar a questão, discutida durante o IV Congresso Brasileiro de Qualidade do Leite, em Florianópolis-SC, o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Rodrigo Alvim, salientou que "a velocidade para conclusão do processo de melhoria da qualidade do leite ainda depende, no entanto, do pagamento de um adicional por parte da indústria e de uma participação mais efetiva do governo".

Para garantir a qualidade do produto, a CNA recomenda aos produtores alimentar adequadamente as vacas. Também é essencial ordenhar animais sadios, livres de mastite, brucelose, tuberculose e outras doenças. Adotar procedimentos de higiene durante e após a ordenha também é recomendado aos produtores. Esses procedimentos dependem da capacitação dos funcionários que trabalham no manejo dos animais. Após a ordenha, o passo seguinte é garantir o resfriamento do leite. Para essa etapa, o produtor precisa de tanques próprios de expansão ou imersão. Uma segunda opção é utilizar os tanques comunitários.

Alvim lembra que, para avançar ainda mais no processo de melhoria da qualidade do leite, o SENAR e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) estabeleceram uma parceira o para desenvolvimento do Projeto PAS Leite. O objetivo é aumentar a segurança alimentar por meio da melhoria da qualidade do leite, evitando contaminações e aumentando a competitividade do produto nos mercados interno e externo. A base do PAS Leite é a adoção de um conjunto de normas previstas no manual de Boas Práticas Agropecuárias (BPA), cuja meta é assegurar a oferta de alimentos seguros e produzidos de modo sustentável. Iniciado no ano passado, os projetos piloto do PAS Leite deve formar 140 produtores de leite em 2010. O programa foi implantado em Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Ceará, Alagoas, Goiás e São Paulo.

Indústria - Para Alvim, a adesão dos produtores aos programas de qualidade do leite seria maior caso as indústrias de lácteos aceitassem pagar um diferencial pelo produto de qualidade, prática que até o momento é adotada por um número limitado de empresas. "Quando a indústria paga a mais por um produto diferenciado, o produtor investe em tecnologia e produz leite com qualidade maior", completou.

Para a CNA, o governo federal também precisa ter participação mais efetiva no processo de melhoria da qualidade do leite. Alvim citou, por exemplo, a necessidade de conclusão da montagem do laboratório de referência que vai auditar os oito laboratórios da rede e produzir as amostras padrões para esses laboratórios.
Outro ponto é a finalização do processo para formação de um Cadastro Único de Produtores, discussão que está sendo conduzida pelo Ministério da Agricultura. A partir da formação do cadastro, o governo poderá analisar as amostras de cada um dos lotes de leite depositados nos tanques de refrigeração. "A partir do cadastro, o Ministério poderá fazer o rastreamento do leite e identificar o produtor que eventualmente está comprometendo a qualidade do leite depositado no tanque", afirmou.

As informações são da CNA, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.


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PAULO ROBERTO VIANA FRANCO
PAULO ROBERTO VIANA FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/06/2011

Pagar por qualidade seria criar regras de comercilização. Para criar regras teriamos que ter uma AGENCIA que ordenasse as duas partes, como existe em outros setores, com os membros em forças equivalentes, com participação da pesquiza. Se o GOVERNO QUIZER E TIVER INTERESSE A AGENCIA OU COISA SEMELHANTE PODE SAIR. Paulo  Viana (BALDE CHEIO)
Paulo Fernando Andrade Correa da Silva
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/10/2010

Na minha opinião, precisa haver, por parte do governo, uma regulamentação que incentive, ou obrigue, a industria a pagar por qualidade,sólidos e volume, com ágios e deságios para volume, gordura, proteina, CCS e CBT, como praticamos na APLISI.

Temos uma experiencia de vários anos com esta forma de pagamento, e, estamos convencidos de que, se a industria não for "motivada" a pagar por qualidade a melhoria será lenta demais para acompanhar as necessidades do mercado nacional e , principalmente internacional. Basta dizer que, das 300 industrias que analisam o leite na Clínica do Leite, só 10% pagam por qualidade.

Pagar por qualidade não é dar nada a mais para o produtor. É pagar com justiça produtos desiguais!!!!!!!!! Os deságios também existem. O CNA parece ignorar este fato.
Qual a sua dúvida hoje?