CNA defende acordo para regular importação de leite em pó do Mercosul

O presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, defendeu nesta quinta-feira, dia 4, acordo com o Uruguai para estabelecer cotas mensais de importação de leite em pó do país vizinho. O objetivo é evitar um possível surto de importação do produto uruguaio, o que prejudicaria os produtores brasileiros.

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O presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, defendeu nesta quinta-feira, dia 4, acordo com o Uruguai para estabelecer cotas mensais de importação de leite em pó do país vizinho.

O objetivo é evitar um possível surto de importação do produto uruguaio, o que prejudicaria os produtores brasileiros. O tema foi abordado em audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado, realizada para discutir o impacto de acordos internacionais sobre as cadeias produtivas de leite, carne, trigo e vinho. Em sua exposição, Alvim mostrou preocupação com o aumento da entrada do leite em pó uruguaio no Brasil, que no primeiro semestre totalizou 16.325 toneladas, superando o volume que ingressou no Brasil em todo o ano de 2010, oriundo do Uruguai.

O fato tem preocupado os pecuaristas brasileiros, prejudicados pela entrada sem controle do produto importado, em detrimento do nacional. Ele lembrou que já há um acordo nestes moldes com a Argentina, com quem o Brasil negocia na próxima semana uma nova prorrogação deste acordo, fechado em 2009, no qual foram definidas cotas mensais de importação do leite em pó argentino, que hoje estão em 3,3 mil toneladas/mês. Nesta nova rodada de negociações, que acontece na próxima terça-feira, dia 9, em Porto Alegre (RS), o setor lácteo brasileiro tentará também a inclusão de cotas mensais para queijo e soro, cujas importações da Argentina também aumentaram neste ano. Segundo ele, o acordo com o Uruguai ajudaria a evitar conflitos com a Argentina, podendo evitar esses possíveis surtos de importação de produtos lácteos.

"O ritmo de importações nos preocupa porque podemos ter novamente um surto. Não podemos negligenciar isso porque estaríamos garantindo renda e emprego aos produtores argentinos e uruguaios, em detrimento dos produtores brasileiros", afirmou. Brasil e Argentina fecharam um acordo em 2009, diante do aumento exacerbado da entrada do produto argentino em janeiro daquele ano. Na época, a CNA pediu o apoio do governo federal e uma das medidas tomadas foi a suspensão das licenças automáticas de importação. Um mês depois, brasileiros e argentinos fecharam o acordo. Para Alvim, o apoio dos Ministérios do Desenvolvimento, Indústrias e Comércio Exterior (MDIC), Desenvolvimento Agrário (MDA) e Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) até agora tem sido essencial para evitar novos surtos de importação.

No caso do Uruguai, foram constatados alguns picos de importação de leite em pó no primeiro semestre de 2009, o que fez o governo brasileiro estabelecer uma cota de 10 mil toneladas para todo o segundo semestre daquele ano. Em 2010, as importações caíram em relação a 2009, mas nos primeiros seis meses deste ano a entrada de leite em pó uruguaio no Brasil aconteceu a um ritmo preocupante, o que reforça a necessidade de providências para impedir um suposto descontrole, relatou o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA. Ele alertou que poderá haver forte redução dos preços pagos ao produtor pelo litro do leite in natura no Brasil, que associada à alta dos custos de produção, pode causar desestímulo à atividade leiteira nacional. "É um problema para um setor que emprega quatro milhões de pessoas", disse.

A questão cambial foi outro problema apontado por Rodrigo Alvim. Na sua avaliação, o Brasil perde competitividade para exportar diante do Real valorizado em relação aos outros países do Mercosul. O montante de subsídios dados pela União Européia aos seus produtores de leite também é outro fator que reduz as condições do Brasil de ter maior participação no comércio mundial. Em 2008, o País chegou a ser o quinto maior exportador do mundo, com um superávit de US$ 328,4 milhões. No entanto, a redução da demanda dos principais países importadores por causa da crise financeira mundial fez com que o país voltasse a ter saldos negativos na balança a partir de 2009. No primeiro semestre, o País foi deficitário na balança comercial de lácteos em US$ 216,7 milhões.

As informações são da Assessoria de Comunicação CNA, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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Divino Lucio Garcia de Carvalho
DIVINO LUCIO GARCIA DE CARVALHO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/05/2012

Acho que todos os produtores de leite, deverão fazer algum movimento pra limitar o consumo de produtos lácteos importados, pelo menos dentro de seus familiares e amigos, já que o governos e as multinacionais não fazem nada. Tenho visto em alguns atacadistas  grande volume de produtos lácteos da Argentina e Uruguai, principalmente queijo mussarela, e com preços bem baixos. Acho difícil este movimento devido aos costumes de nossos comsumidores, pois, querem saber de preço, mesmo dentro da classe produtora.

Ações que podemos praticar para tentarmos melhorar os preços:

- Abater 20% de nossos animais (aqueles com menor produção e com melhores condições corporais, problemas reprodutivos), com isto, vai diminuir, também, o trabalho e o gasto com estes animais.

- Fornecermos mais leite de vaca para as crias fêmeas, ao invés de comprarmos leite artificial, dando maior desenvolvimento e saúde as futuras matrizes.

É, temos que pensar nessas e outras coisas. Já vi alguns protestos em algumas regiões de jogar leite fora diante das industrias para sensibiliza-las, acho que isso não é bom!! Estou procurando soluções caseiras e não contronto.

O Brasil pode importar leite? Sim, mas, sem causar dado a cadeia leiteira!!! estamos sem lucratividade!!! temos que fazer gol, e não só bater na trave!!
Túlio Sertã Junqueira
TÚLIO SERTÃ JUNQUEIRA

VOLTA GRANDE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/08/2011

Resumindo: Mais uma vez nós Produtores que se danem, a 30 anos q estou na atividade e funciona assim, Produtor de leite é humilhado e massacrado e só ver o nº de 4 milhões de empregos dito acima nos dias de hoje, a poucos anos atrás passavam e bem de 10 milhões. E tome favelas nas grandes Cidades não tem outro jeito, o trabalhador sem emprego na roça vai pra Cidade. A Embrapa anos atrás fazia o custo de leite real para o Produtor pelo litro de leite, ai o Governo viu q estávamos pagando para tirar leite, institui-se o preço mínimo e nunca prevaleceu. Ninguém cumpre lei neste País a começar pelo próprio Governo.
Eliseu Nardino
ELISEU NARDINO

MARIPÁ - PARANÁ

EM 05/08/2011

Estao demorando muito para fazer isso, estão esperando o preço cair para dai suspender em parte a importação, é brincadeira.
Qual a sua dúvida hoje?