Em Minas Gerais, um dos estados mais afetados pelo clima seco desde meados de julho e que tem a maior representatividade na produção leiteira, o ICAP-Leite recuou 0,4% em agosto. Em São Paulo, houve diminuição de 2,04% e, em Goiás, mesmo sob efeito da estiagem, o Índice teve ligeiro aumento de 0,5% em relação a julho.
Além da falta de chuva, outro fator limitante à produção de leite é o encarecimento da ração concentrada - um dos principais itens na cesta de custo de produção -, devido principalmente à valorização do milho e do farelo de soja.
Os preços pagos pelo leite em setembro (referente à produção entregue em agosto) se mantiveram estáveis em relação ao mês anterior, com média bruta nacional de R$ 0,6923/litro - consideram-se os estados de RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA. Essa média de setembro é 6,8% menor que a do mesmo período do ano passado. Considerando os preços deflacionados, a média de janeiro a setembro (R$ 0,7077/litro) é a mais baixa para o período desde 2006 (R$ 0,5741/litro).
A expectativa da maior parte dos agentes pesquisados pelo Cepea é de estabilidade ou alta para o próximo mês (referente à produção de setembro). Para o pagamento de outubro, 58,1% dos representantes de laticínios (responsáveis por 60,8% do volume amostrado) acreditam em estabilidade de preços, enquanto 29% (que representam 24,3% da amostragem) apostam em alta. Apenas 12,9% dos agentes de mercado (responsáveis por 14,8% do volume de leite da pesquisa) acreditam em queda de preços.
Entre os fundamentos para esse relativo otimismo no mercado estão a leve recuperação de preços no mercado de leite UHT e a elevação por volta de 5% no mercado spot (comercialização entre as empresas).
Setembro - O maior preço médio foi observado no estado de São Paulo, de R$ 0,75/litro (bruto), leve alta de 1,5% (ou cerca de 1 centavo por litro) frente a agosto. Em seguida, está Minas Gerais, com média de R$ 0,7181/litro, acréscimo de 1,8% (1,3 centavo por litro). Em Goiás, o aumento foi de 1,6% (1,1 centavo por litro), com média de R$ 0,6900/litro em setembro. Na Bahia, a média foi de R$ 0,6723/litro, praticamente estável em relação a agosto.
Já nos estados do Sul, houve leve recuo dos preços devido ao aumento da oferta. No Paraná, a média foi de R$ 0,6828/litro, ligeira queda de 2,3% (1,6 centavo por litro). Em Santa Catarina, a redução foi de 4,6% (3,2 centavos por litro), com o litro a R$ 0,6596, e no Rio Grande do Sul houve recuo de 1,2% (menos de 1 centavo por litro), a R$ 0,6097/litro.
Gráfico 1. ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - setembro/10 (Base100=Junho/2004).

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Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em Setembro/10 referentes ao leite entregue em Agosto/10.

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Tabela 2. Médias estaduais das novas regiões - RJ e MS.

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Gráfico 2. Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionado pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA).

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As informações são do Cepea - Esalq/USP, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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