Em julho, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) registrou aumento de 5,44% frente a junho. No acumulado do ano, já houve aumento de 5,2% na captação de leite frente à igual período do ano passado. O índice de julho também representou alta de 10,2% em relação a julho/09.
Novamente, o estado que mais contribuiu para o aumento do volume captado por laticínios/cooperativas foi o Rio Grande do Sul, com avanço de 8,8% na captação média diária. Entretanto, conforme esperado pelos agentes locais, o aumento foi menor que o registrado no mês anterior em função do excesso de chuvas e frio em meados de julho. No Paraná, o ICAP-Leite teve aumento de 6,4% em relação a junho. Apenas o estado da Bahia registrou recuo na captação de leite no mês passado.
Para o próximo pagamento (setembro, referente à produção de agosto), 56,5% dos agentes entrevistados (representantes de laticínios/cooperativas), responsáveis por 59,9% do volume amostrado na pesquisa, esperam nova redução de preços. Para 37,7% dos entrevistados (que respondem por 35,4% do volume da amostra), haverá estabilidade de preços em setembro, e apenas 5,8% dos agentes (responsáveis por 4,7% da amostra) acreditam em alta nas cotações.
Pesquisadores do Cepea acreditam que o clima continuará sendo o principal fator de definição do mercado nos próximos meses. A estiagem em grande parte das regiões produtoras tende a limitar a oferta de leite - caso o fenômeno La Niña se confirme, o período seco pode durar até o final de outubro no Sudeste e Centro-Oeste, o que pode atrasar a safra nessas regiões.
Outro fator que pode impactar a oferta de leite é a combinação de aumento dos custos do concentrado (basicamente em função dos reajustes do milho e farelo de soja) com redução do preço do leite - caso a estiagem persista, também a produção de grãos pode ser prejudicada, tendendo a piorar ainda mais a relação de troca do produtor de leite.
Agosto - O maior recuo de preços em agosto ocorreu em Minas Gerais, de 6,6% (ou quase 5 centavos por litro) em relação a julho, com litro a R$ 0,7051 (bruto). Em Goiás, houve redução de 4,9% (3,5 centavos por litro), indo para R$ 0,6790/litro (bruto).
No Sul, houve queda de 5,2% (3,8 centavos por litro) no preço médio em Santa Catarina, a R$ 0,6916/litro. No Paraná, a média foi de R$ 0,6985/litro, recuo de 3%, ou 2,1 centavos por litro. O Rio Grande do Sul apresentou o menor preço entre os sete estados da "média nacional": R$ 0,6169/litro - em agosto, a queda foi de 3,3% ou de 2 centavos por litro.
Em São Paulo, a média estadual recuou apenas 1,8% (equivalente a 1,3 centavo por litro), para R$ 0,7391/litro - a maior média registrada mês. Na Bahia, a diminuição foi de 1,7% frente a julho (queda de 1,1 centavo por litro), com média de R$ 0,6716/litro.
No Rio de Janeiro, o preço médio bruto foi de R$ 0,6474/litro, queda de 3,5% (2,4 centavos por litro) e,em Mato Grosso do Sul, de 3,8% (2,3 centavos por litro), a R$ 0,5818/litro.
Gráfico 1. ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - agosto/10 (Base100=Junho/2004).

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Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em Agosto/10 referentes ao leite entregue em Julho/10.

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Tabela 2. Médias estaduais das novas regiões - RJ e MS.

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Gráfico 2. Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionado pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA).

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As informações são do Cepea - Esalq/USP, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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