Cepea: preço ao produtor tem nova queda em agosto

Mesmo com o clima seco em grande parte do País no mês de julho, a produção de leite aumentou e os preços recebidos por produtores em agosto caíram novamente. De maio para cá, a queda acumulada é de 13,35%. Neste mês, o preço médio nacional pago ao produtor (referente à produção entregue em julho) recuou 4,5% (3,2 centavos por litro) frente a julho, indo para R$ 0,6918/litro.

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Mesmo com o clima seco em grande parte do País no mês de julho, a produção de leite aumentou e os preços recebidos por produtores em agosto caíram novamente. De maio para cá, a queda acumulada é de 13,35%. Neste mês, o preço médio nacional pago ao produtor (referente à produção entregue em julho) recuou 4,5% (3,2 centavos por litro) frente a julho, indo para R$ 0,6918/litro - média ponderada dos estados de RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA. No mês passado, a queda foi de 6,2%. Comparando a média atual à de agosto do ano passado (em termos nominais), constata-se perda de 10,7%.

Em julho, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) registrou aumento de 5,44% frente a junho. No acumulado do ano, já houve aumento de 5,2% na captação de leite frente à igual período do ano passado. O índice de julho também representou alta de 10,2% em relação a julho/09.

Novamente, o estado que mais contribuiu para o aumento do volume captado por laticínios/cooperativas foi o Rio Grande do Sul, com avanço de 8,8% na captação média diária. Entretanto, conforme esperado pelos agentes locais, o aumento foi menor que o registrado no mês anterior em função do excesso de chuvas e frio em meados de julho. No Paraná, o ICAP-Leite teve aumento de 6,4% em relação a junho. Apenas o estado da Bahia registrou recuo na captação de leite no mês passado.

Para o próximo pagamento (setembro, referente à produção de agosto), 56,5% dos agentes entrevistados (representantes de laticínios/cooperativas), responsáveis por 59,9% do volume amostrado na pesquisa, esperam nova redução de preços. Para 37,7% dos entrevistados (que respondem por 35,4% do volume da amostra), haverá estabilidade de preços em setembro, e apenas 5,8% dos agentes (responsáveis por 4,7% da amostra) acreditam em alta nas cotações.

Pesquisadores do Cepea acreditam que o clima continuará sendo o principal fator de definição do mercado nos próximos meses. A estiagem em grande parte das regiões produtoras tende a limitar a oferta de leite - caso o fenômeno La Niña se confirme, o período seco pode durar até o final de outubro no Sudeste e Centro-Oeste, o que pode atrasar a safra nessas regiões.

Outro fator que pode impactar a oferta de leite é a combinação de aumento dos custos do concentrado (basicamente em função dos reajustes do milho e farelo de soja) com redução do preço do leite - caso a estiagem persista, também a produção de grãos pode ser prejudicada, tendendo a piorar ainda mais a relação de troca do produtor de leite.

Agosto - O maior recuo de preços em agosto ocorreu em Minas Gerais, de 6,6% (ou quase 5 centavos por litro) em relação a julho, com litro a R$ 0,7051 (bruto). Em Goiás, houve redução de 4,9% (3,5 centavos por litro), indo para R$ 0,6790/litro (bruto).

No Sul, houve queda de 5,2% (3,8 centavos por litro) no preço médio em Santa Catarina, a R$ 0,6916/litro. No Paraná, a média foi de R$ 0,6985/litro, recuo de 3%, ou 2,1 centavos por litro. O Rio Grande do Sul apresentou o menor preço entre os sete estados da "média nacional": R$ 0,6169/litro - em agosto, a queda foi de 3,3% ou de 2 centavos por litro.

Em São Paulo, a média estadual recuou apenas 1,8% (equivalente a 1,3 centavo por litro), para R$ 0,7391/litro - a maior média registrada mês. Na Bahia, a diminuição foi de 1,7% frente a julho (queda de 1,1 centavo por litro), com média de R$ 0,6716/litro.

No Rio de Janeiro, o preço médio bruto foi de R$ 0,6474/litro, queda de 3,5% (2,4 centavos por litro) e,em Mato Grosso do Sul, de 3,8% (2,3 centavos por litro), a R$ 0,5818/litro.

Gráfico 1. ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - agosto/10 (Base100=Junho/2004).

Figura 1
Fonte: Cepea/ESALQ-USP
Clique na imagem para ampliá-la.

Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em Agosto/10 referentes ao leite entregue em Julho/10.

Figura 2
Fonte: Cepea/ESALQ-USP
Clique na imagem para ampliá-la.

Tabela 2. Médias estaduais das novas regiões - RJ e MS.

Figura 3
Fonte: Cepea/ESALQ-USP
Clique na imagem para ampliá-la.

Gráfico 2. Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionado pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA).

Figura 4
Fonte: Cepea/ESALQ-USP
Clique na imagem para ampliá-la.

As informações são do Cepea - Esalq/USP, adaptadas pela Equipe MilkPoint.


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DARLANI  PORCARO
DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/09/2010

Porque o Sr. Lula, não deixa aberto tambem o mercado de carro , sem o imposto de importação, e outros que entram no seu preço final, fazendo nosso automóvel o mais caro do mundo. É o que acontece com o nosso leite, estamos disputando mercado com leite subsidiado, e com menores impostos inserido em seu custo, ficando difícil o produtor brasileiro de leite, sobreviver.
Marcos Teixeira da Silva
MARCOS TEIXEIRA DA SILVA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 01/09/2010

o fernando disse tudo.
leite em po importado e tecnologia na producao regulam oferta
Daniel José Nunes Dias
DANIEL JOSÉ NUNES DIAS

BAMBUÍ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/09/2010

essa baixa e devido ao senhor lula,que para exportar frango para o uruguai,deixou que o mesmo colocasse seu leite aqui no brasil,e alem de ajudar a saturar o mercado interno,tras um leite com um menor preço pois é um leite porco com pécima qualida.isso é pt.
Fernando Melgaço
FERNANDO MELGAÇO

GOIÂNIA - GOIÁS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 01/09/2010

A meu ver,essa queda nos preços tem muito pouco a ver com clima.Sabemos que hoje,com as novas tecnologias do setor,tais como:genética bovina muito avançada-hoje já temos até vacas clonadas,produzindo leite- nutrição balanceada,silagens,irrigação de pastagens etc.a produtividade aumentou muito e,com ela a grande oferta de leite.
Por outro lado,a importação de leite-em-pó continua acelerada,fazendo com que sobre leite no mercado interno.
Aqui repito:enquanto não houver uma taxação em cima do leite-em-pó importado,vamos continuar amargando baixos preços do nosso leite.
Atenciosamente,
Fernando Melgaço.
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