Cepea: preço ao produtor cai quase 9% em novembro

Os valores pagos aos produtores de leite em novembro tiveram forte redução. O principal motivo foi o aumento expressivo do volume captado em outubro por laticínios/cooperativas. Conforme as empresas amostradas pelo Cepea, o crescimento foi de 7,6% em outubro frente ao mês anterior. O ICAP-Leite/Cepea atingiu o maior nível do mês de outubro desde o início da pesquisa, em 2004. Os preços brutos praticados em novembro (referentes à produção de outubro) recuaram 8,8%, ou 6,13 centavos por litro, em relação ao mês anterior, com a média ponderada indo para R$ 0,6371/litro.

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Os valores pagos aos produtores de leite em novembro tiveram forte redução. O principal motivo foi o aumento expressivo do volume captado em outubro por laticínios/cooperativas. Conforme as empresas amostradas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o crescimento foi de 7,6% em outubro frente ao mês anterior. O ICAP-Leite/Cepea atingiu o maior nível do mês de outubro desde o início da pesquisa, em 2004. O volume captado ficou próximo também dos picos históricos registrados em dezembro de 2007 e janeiro de 2008. O aumento da captação deve-se, sobretudo, ao período chuvoso e às temperaturas mais elevadas nas principais bacias leiteiras, que favorecem a produção de pastagens.

Os preços brutos praticados em novembro (referentes à produção de outubro) recuaram 8,8%, ou 6,13 centavos por litro, em relação ao mês anterior, com a média ponderada indo para R$ 0,6371/litro - consideram-se os estados do RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA. Neste ano, além do aumento da oferta, que pressiona as cotações dos derivados, também a elevada importação de lácteos a preços relativamente baixos desfavoreceram os preços de toda a cadeia doméstica. No mercado internacional, no entanto, as cotações estão se recuperando, o que pode limitar as compras externas e mesmo incentivar as vendas nacionais.

Em outubro, o leite UHT teve média de R$ 1,31/litro no atacado do estado de São Paulo, valor 7,25% inferior ao de setembro. Desde janeiro deste ano, o produto acumula queda de 12 centavos por litro. O leite em pó foi cotado em outubro à média de R$ 8,48/kg no atacado paulista, queda de 6,2% frente a setembro. O queijo mussarela registrou queda de 6,3% no mesmo período, sendo cotado a R$ 8,73/kg, em média.

NOVEMBRO - Os preços pagos pelo leite ao produtor em novembro tiveram queda em todas as praças pesquisadas pelo Cepea. A maior redução foi observada no Rio Grande do Sul, de 8,75 centavos por litro, ou 13,16%, com a média a R$ 0,5773/l. Em Minas Gerais, o preço médio bruto pago pelo leite foi de R$ 0,6497/l, recuo de quase 6 centavos por litro (-8,3%) frente a outubro.

Em Goiás, a média de novembro foi R$ 0,6332/l, queda de 9,4%. Em São Paulo, a redução foi de 9%, ou 6,57 centavos por litro, fechando a R$ 0,6695/l. A Bahia foi o único estado que registrou estabilidade nos preços frente a outubro.

Mesmo com a retração dos preços, a média nacional do leite pago ao produtor ainda está 8,3% superior à de novembro do ano passado (R$ 0,5883/l). De janeiro a novembro, os preços pagos aos produtores tiveram média de R$ 0,6750/l, cerca de 3% inferior à do mesmo período de 2008. Apesar disso, no acumulado até outubro, a captação também está 3% menor que em igual período do ano passado.

De acordo com 68,8% dos representantes de laticínios/cooperativas que colaboraram com a pesquisa do Cepea - que representam 68% do leite captado na amostra -, o preço do leite deverá ter nova queda no pagamento de dezembro. Já os cerca de 30% restantes acreditam em estabilidade no próximo mês.

Gráfico 1. ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - OUTUBRO/09. (Base 100=Junho/2004).

Figura 1
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Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em NOVEMBRO/09 referentes ao leite entregue em OUTUBRO/09.

Figura 2
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Tabela 2. Médias estaduais das novas regiões - RJ e MS.

Figura 3
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Gráfico 2. Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA
(média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA).

Figura 4
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As informações são do Cepea-Esalq/USP, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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Savio
SAVIO

BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 02/12/2009

Interessante o que diz o leitor Macelo de Moura, concordo e complemento o seguinte:
A impressão que temos é que os grandes participantes do mercado não tem um preocupação coletiva com os danos que os preços baixíssimos causam aos produtores nos momentos de crise. É claro que existe excesso de produção, mas não se vê uma movimentação coletiva dos gigantes no que tange a financiamento de estoques (disponível para eles) ou aumento das exportações já que os preços interncaionais e internos nesse momento viabilizam essa prática como saída para enxugar excedentes, mesmo que não dê lucratividade expressiva à essas indústrias.
Sabe Marcelo de Moura, ficou muito cômodo o mercado para essas indústrias: No meio do ano quando falta leite, eles tem o produto disponível e vendem o UHT a preços altíssimos realizando lucros inacreditáveis, tanto que esse mercado tem atraído gente grande da economia. Quando aumenta a produção interna eles simplesmente "desovam" tudo no UHT, pagam quarenta centavos na embalagem, asseguram faturamento rápido e por fim jogam todo o prejuízo para os seus produtores. Aí o produtor desesperado sem poder cobrir custos vai até o seu comprador de leite para expor suas dificuldades e o que ouve? Exatamente o que você expôs: O mercado vai melhorar a partir de janeiro ou fevereiro.
Dizem isso porque nos últimos anos o mercado de UHT melhorou preços a partir de janeiro ou fevereiro e eles se acomodaram no mercado mais fácil de vender que existe: leite UHT. Portanto no momento ruim eles dão a pancada e vendem esperança de dias melhores.
Reitero tudo o que ando dizendo: o UHT é nocivo ao mercado, as grandes indústrias não se esforçam para enxugar os excessos e no final quem paga mais uma vez a conta? Acho que não preciso responder...

Sávio Santiago
Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/11/2009

Em 2008, a partir de junho, a indústria derrubou os preços ao produtor alegando excesso de oferta e que seus estoques de leite em pó estavam muito altos, mas a partir de janeiro, em pleno período que o consumo de leite diminui em função das férias escolares, misteriosamente os estoques acabaram e começaram expressivas importações de leite em pó da Argentina e Uruguai, que perduraram ao longo do ano, e, apesar de medidas acabando com a importação automática, é provável que a importação de leite em pó em 2009 feche em algo equivalente a cerca de 0,5 bilhão de litros de leite.

Em 2009 os preços a partir de março começaram a se recuperar, mas em niveis muito abaixo de 2008 e a partir de agosto de novo são jogados para baixo, na contra mão dos preços internacionais que estão subindo e a alegação é que novamente há excesso de oferta. Será que no início de 2010 esses estoques também acabarão misteriosamente e veremos novamente expressivas importações de leite em pó? Vamos aguardar para ver.

Marcello de Moura Campos Filho
Presidente da Leite São Paulo
Fernando Melgaço
FERNANDO MELGAÇO

GOIÂNIA - GOIÁS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 30/11/2009

Acredito eu, que está havendo excesso de produção de leite, não só no Brasil, assim como na maioria dos países produtores, aliados a um baixo consumo. Este pela má distribuição do leite dentro dos próprios países produtores e entre as várias regiões do globo, principalmente nos países da África Sub-Saariana e outros países pobres da Ásia.
Vou continuar batendo na mesma tecla, e não cansarei de bater nela, até ver uma propaganda bem feita do leite como alimento, nos principais veículos de comunicação em massa de nosso País.
Hoje a produtividade de leite é muito alta, graças principalmente à melhoria genética dos rebanhos, associada a uma nutrição muito boa. Hoje, produzimos grandes quantidades de leite em qualquer pedacinho de terra.

Atenciosamente,
Fernando Melgaço.
Laércio Barbosa
LAÉRCIO BARBOSA

PATROCÍNIO PAULISTA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 30/11/2009

A situação é a seguinte:
1. Produção em alta, confirmada pelo Indice de Captação-CEPEA de outubro, que mostra volume de 9,2% acima do ano passado.
2. Exportações em queda: até outubro, baixa de 42% em volume em relação a 2008
3. importações em alta: até outubro, volume 60% maior que em 2008

Aparentemente, a queda na produção no primeiro semestre foi compensada pelo mercado externo, com mais importações e menos exportação, mas a tendencia de aumento na produção está muito forte. O índice de captação do CEPEA deve ultrapassar o recorde histórico ainda em novembro, continuando a crescer em dezembro.

Não há como equilibrar o mercado neste momento sem uma diminuição da produção. Fortes baixas de preço ao produtor ainda virão por aí.
Qual a sua dúvida hoje?