Cepea: captação cresce; preços registram nova queda

Em junho, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) aumentou 3,43% em relação ao mês anterior. De acordo com agentes do setor consultados pelo Cepea, o clima nos estados do Sul entre maio e junho favoreceu o desenvolvimento de pastagens de inverno e, com isso, a produção de leite. Quanto ao preço pago aos produtores, houve nova redução em julho (referente à produção entregue em junho). Agora, a queda foi de 6,16%, equivalente a 4,7 centavos por litro, com a média bruta a R$ 0,7242/litro.

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Em junho, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) aumentou 3,43% em relação ao mês anterior - este índice considera de forma ponderada as produções dos estados de RS, PR, SP, MG, GO e BA. O crescimento da oferta foi maior no Rio Grande do Sul, onde chegou a 11,07% de maio para junho, e no Paraná, de 6,49%. No Rio Grande do Sul, o aumento atual foi o maior para o período desde 2006. No primeiro semestre do ano, o ICAP-L/Cepea aponta que o volume recebido por laticínios/cooperativas dos cinco estados desta pesquisa foi 4,34% maior que o do mesmo período de 2009, mas ainda 2,4% menor que o acumulado em igual período de 2008.

De acordo com agentes do setor consultados pelo Cepea, o clima nos estados do Sul entre maio e junho favoreceu o desenvolvimento de pastagens de inverno e, com isso, a produção de leite. Entretanto, a partir de meados de julho, a chegada de uma frente fria de maior intensidade aliada às chuvas limitou a produção de leite em algumas regiões, principalmente no sul do Rio Grande do Sul. Assim, espera-se que em julho o índice de captação de leite diminua em algumas partes do Sul.

Em Minas Gerais também houve aumento da captação média diária de leite, de 2,14% em relação a maio. A alta pode ser justificada pelo maior investimento em concentrado, dada a valorização do leite entre abril e maio - valor recebido em junho. Já nos outros três estados que compõe este índice, o ICAP-L/Cepea recuou.

Quanto ao preço pago aos produtores, houve nova redução em julho (referente à produção entregue em junho). Agora, a queda foi de 6,16%, equivalente a 4,7 centavos por litro, com a média bruta a R$ 0,7242/litro. Esse valor passa, então, a representar queda de 6,17% em relação à média nominal do mesmo período de 2009 e de 3% sobre a de julho de 2008. A média nacional do preço do leite considera os estados de RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA. Além do aumento da produção na média dos estados, agentes consultados pelo Cepea destacam também a influência da fraqueza do mercado de leite UHT, das elevadas importações e do fraco desempenho das exportações.

Neste cenário, 70% dos compradores (representantes de laticínios/cooperativas) entrevistados pelo Cepea, responsáveis por 83,6% do volume de leite amostrado na pesquisa, acreditam em novo recuo de preços para o próximo pagamento. Para 27,2% dos compradores (que respondem por 13,6% do volume da amostra), deve prevalecer a estabilidade de preços e outros 2,5% (responsáveis por 2,8% do volume) acreditam em alta de preços em agosto. Por sua vez, o mercado spot de leite cru (comercializado entre as empresas) deu sinais de desaceleração das quedas de preços em julho.

No segmento de derivados, os queijos foram os únicos produtos a ter valorizações em junho. No atacado de São Paulo, o queijo mussarela teve média de R$ 10,45/kg - aumento de 1,5% em relação a maio -, e o queijo prato foi cotado à média de R$ 12,29/kg, alta de 1,9% no período. Já o preço médio do leite UHT teve novo recuo em junho, de 2,6% frente ao mês anterior, a R$ 1,59/litro. O leite pasteurizado teve média de R$ 1,28/litro, queda de 1,2% frente a maio, e o leite em pó foi cotado à média de R$ 10,06/kg, redução de 3,4%.

Julho - O produtor do Rio Grande do Sul teve a maior queda de preço em julho, de 7,52% (5,2 centavos por litro), com a média passando para R$ 0,6378/litro. No Paraná, houve recuo de 6,9% (5,3 centavos por litro), a R$ 0,7198/litro e, em Santa Catarina, a redução foi de 6,5% (5,1 centavos por litro), com média de R$ 0,7291/litro.

Em Minas Gerais, o preço médio bruto caiu 7% (5,7 centavos por litro), indo para R$ 0,7550/litro. Em Goiás, o recuo foi de 6,8% (5,2 centavos por litro), passando para R$ 0,7141/litro, e em São Paulo houve desvalorização de 4,8% (ou 3,8 centavos por litro), com média de R$ 0,7524/litro. Na Bahia, os preços tiveram leve recuo de 1,4% (menos de 1 centavo por litro), a R$ 0,6829/litro.

No Rio de Janeiro, o preço médio bruto foi para R$ 0,6709/litro, queda de 3,9% (2,7 centavos por litro) em relação ao pagamento de junho. Em Mato Grosso do Sul, os valores se mantiveram praticamente estáveis, com leve redução de 0,8% (0,5 centavo por litro), a R$ 0,6047/litro.

Gráfico 1. ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - junho/10 (Base100=Junho/2004).

Figura 1
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Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em Julho/10 referentes ao leite entregue em Junho/10.

Figura 2
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Tabela 2. Médias estaduais das novas regiões - RJ e MS.

Figura 3
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Gráfico 2. Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionado pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA).

Figura 4
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As informações são do Cepea - Esalq/USP, adaptadas pela Equipe MilkPoint.


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Fernando Melgaço
FERNANDO MELGAÇO

GOIÂNIA - GOIÁS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 28/07/2010

Observando a curva do gráfico da CEPEA,podemos ver que neste ano a queda de preços aconteceu bem fora de época,isto é,no períiodo da entressafra.
Acredito que o principal fator desta queda é a grande quantidade de leite-em-pó importada.
Faz-se necessário e urgente que o governo passe a taxar todos as importações de leite-em-pó.Se isso não for feito,vamos continuar com esses pressos baixos aos produtores por muito tempo.Esta é a lei da oferta e procura.
Atenciosamente,
Fernano Melgaço.
marcos antonio rodrigues
MARCOS ANTONIO RODRIGUES

ABADIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/07/2010

Como nós produtores podemos fazer qualquer tipo de investimento se não temos nenhuma garantia de preços? Não sabemos nem por quanto estamos vendendo nosso produto tão suado, que é produzido com muito trabalho, de sol a sol , de domingo a domingo.Enquato isso, o que se vê, são os grandes laticínios investindo milhões, construindo novas unidades e se agigantando no mercado, e nós produtores cada dia mais dismotivados dessa atividade que a muito tempo vem sendo manipulada pelos grandes laticínios e pelas grandes redes de supermercados.
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