Apesar desse forte aumento de maio para junho, agentes do setor avaliam que as geadas ocorridas na região Sul prejudicaram a produção de forragens, o que tende a limitar o avanço da produção em julho. A expectativa é que a captação de leite nesta região registre leve aumento ou estabilidade em relação a junho.
Já no Sudeste e Centro-Oeste do País, a captação continuou diminuindo, dado o período de entressafra (seca). A maior redução ocorreu no estado de São Paulo, de 2,4% entre maio e junho. Agentes consultados pelo Cepea acreditam em estabilidade ou leve queda da produção de leite nestas regiões em julho. No primeiro semestre deste ano, o ICAP-L/Cepea registrou recuo de 1,5% em relação a igual período de 2010.
Os custos mais elevados neste ano, devido principalmente à valorização da alimentação concentrada, acabaram limitando investimentos na produção. No comparativo com junho do ano passado, o índice de captação de Minas Gerais foi 12% menor; em Goiás, a redução foi de 5,5%. É importante lembrar que, em 2010, os valores mais baixos do concentrado estimularam os produtores a investir na produção nesta época do ano, proporcionando aumento da captação num período em que normalmente há redução devido à seca.
O preço médio pago pelo leite aos produtores em julho (referente à produção entregue em junho) ficou estável frente a junho, a R$ 0,8650/litro (valor bruto). O valor representa um aumento de 19% em relação a julho/10 em termos nominais. Se descontada a inflação do período, a alta é de 11,8%. Em média, os preços de janeiro a julho deste ano ficaram 6% acima da média de igual período de 2010, em termos reais.
A expectativa de três quartos dos compradores de leite consultados pelo Cepea nos estados de SP, MG, GO, BA, RJ e MS (74% dos entrevistados, que representam 69% do volume amostrado) é de estabilidade para o pagamento de agosto - referente à produção de julho. Para 14% dos agentes (que representam 25% do volume da amostra), deve haver queda de preços e 13% (responsáveis por 6% do volume de leite) acreditam em alta.
No Sul do País, a expectativa quanto aos preços mudou em relação ao mês passado devido à influência do clima na safra de inverno. Neste mês, 50% dos agentes entrevistados acreditam em estabilidade de preços para agosto, enquanto 47% acreditam em queda. Apenas 3% acreditam em alta de preços.
Em julho, houve queda de preços pagos pelo leite aos produtores no Sul do País. No Rio Grande do Sul, a redução foi de 3,9% (3,2 centavos por litro) em relação a junho, ficando na média de R$ 0,7924/litro (valor bruto). Em Santa Catarina, a média foi de R$ 0,8223/litro, recuo de 3,1% (2,6 centavos por litro). Já no Paraná, o preço se manteve praticamente estável, com redução de apenas 0,9% (menos de 1 centavo por litro), com média de R$ 0,8630/litro. Em algumas mesorregiões paranaenses houve aumento de preços em julho.
Em São Paulo, o preço médio foi de R$ 0,9247/litro, alta de 2,8% (2,5 centavos por litro) frente a junho. Em Minas Gerais, os preços se mantiveram praticamente estáveis, com leve aumento de 0,8% (menos de 1 centavo por litro) e média a R$ 0,8712/litro. Em Goiás, a média foi de R$ 0,8880/litro, ligeira alta de 0,9% em relação a junho. Na Bahia, o preço médio aumentou 0,6%, a R$ 0,7337/litro.
Gráfico 1: ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - JUNHO/11. (Base 100=Junho/2004)
Fonte: Cepea-Esalq/USP
Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em JULHO/11 referentes ao leite entregue em JUNHO/11.

Fonte: Cepea-Esalq/USP
Tabela 2. Preços em estados que não estão incluídos na "média nacional" - RJ e MS

Fonte: Cepea-Esalq/USP
Gráfico 2: Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA)
Fonte: Cepea-Esalq/USP
As informações são do Cepea, adaptadas pela Equipe MilkPoint.