Cepea: aumento da produção desacelera em novembro

O volume de leite captado por empresas (laticínios/cooperativas) da amostra do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, foi recorde em novembro - o levantamento é feito desde junho de 2004. Apesar de ser o nível mais elevado da série, iniciada em junho/04, o aumento mensal foi de apenas 1,4%, bem menor que os dos meses anteriores. No Paraná e em Goiás, o volume de leite captado em novembro foi praticamente estável frente ao mês anterior.

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O volume de leite captado por empresas (laticínios/cooperativas) da amostra do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, foi recorde em novembro - o levantamento é feito desde junho de 2004. Apesar de ser o nível mais elevado da série, iniciada em junho/04, o aumento mensal foi de apenas 1,4%, bem menor que os dos meses anteriores. No Paraná e em Goiás, o volume de leite captado em novembro foi praticamente estável frente ao mês anterior.

Um dos motivos para a desaceleração do ritmo de captação de leite em novembro foi a ocorrência de intensas chuvas Sul do País, especialmente em algumas regiões do Rio Grande do Sul, que prejudicaram estradas e a distribuição de energia elétrica. Segundo dados do Instituo Nacional de Meteorologia (Inmet), em várias regiões do Rio Grande do Sul choveu mais de 500 milímetros em novembro. Desta forma, houve dificuldade em captar o leite nas fazendas e perdas da matéria-prima em alguns locais devido à dificuldade de refrigeração.

A captação de janeiro a novembro deste ano em sete estados da pesquisa do Cepea (RS, PR, SP, MG, GO e BA) foi 2,01% menor que em igual período de 2008. Apesar disso, o preço médio pago ao produtor de janeiro a dezembro recuou 2,4% frente ao mesmo período de 2008 - analisando-se médias nominais.

Entre os principais fatores responsáveis pela redução de preços estão o acréscimo expressivo de 81% das importações até novembro - na comparação com 2008 -, a preços relativamente baixos, e a queda de 52,4% no volume exportado pelo Brasil no mesmo período - segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Os preços pagos pelo leite aos produtores em dezembro, referentes à produção entregue em novembro, tiveram nova redução, agora de 3,5 centavos por litro frente ao mês anterior, o que representou queda de 5,45% na média nacional, considerando-se sete estados: MG, RS, SP, PR, GO, BA e SC. A média dos preços brutos nestes estados foi de R$ 0,6024/litro. De agosto a dezembro, houve queda de 17,2 centavos por litro. Entretanto, a tendência baixista pode se encerrar em janeiro, caso seja mantida a sazonalidade típica.

Para janeiro, a expectativa da maior parte dos agentes do setor consultados pelo Cepea (65% do total) é de estabilidade nos preços a serem pagos. Do total dos colaboradores, 32,5% acreditam que ainda deve haver queda nos preços e 2,5% esperam aumento de preços para o pagamento em janeiro.

Em novembro, o preço médio do leite UHT no atacado paulista foi de R$ 1,28/litro, queda de 2,5% frente a outubro. O recuo do queijo mussarela chegou a 6,6%, com média de R$ 8,19/kg. Já o leite em pó integral apresentou aumento de 6,5% no mesmo período, cotado a R$ 9,05/kg.

De janeiro a novembro, os preços médios do leite UHT e do queijo mussarela no atacado de São Paulo estiveram 13,5% e 9,4%, respectivamente, acima da média nominal de igual período de 2008. Já para o leite em pó integral, houve recuo de 12,9% na mesma comparação.

DEZEMBRO - A maior queda de preços do leite em dezembro ocorreu em Goiás, de 5,6 centavos por litro, ou de 8,8% frente a novembro. Assim, a média do estado foi de R$ 0,5774/l (bruto). Em São Paulo, foi observada a maior média de preços, de R$ 0,6260/l, mesmo havendo queda de 4,35 centavos por litro. Em Minas Gerais, o preço médio foi de R$ 0,6176/l, recuo de 3,2 centavos por litro. Na Bahia, a média foi de R$ 0,6098/l, diminuição de 4,5 centavos por litro.

Nos estados do Sul, as quedas foram menores devido à captação menor ou praticamente estável frente ao mês anterior. No Rio Grande do Sul, o preço médio foi de R$ 0,5647/l (queda de 1,3 centavos por litro), em Santa Catarina de R$ 0,5828/l (recuo de 1,7 centavos por litro) e no Paraná de R$ 0,6038/l (baixa de 3,1 centavos por litro).

Gráfico 1. ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - NOVEMBRO/09. (Base 100=Junho/2004)

Figura 1
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Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em DEZEMBRO/09 referentes ao leite entregue em NOVEMBRO/09.

Figura 2
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Tabela 2.Médias estaduais das novas regiões - RJ e MS

Figura 3
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Gráfico 2. Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA)

Figura 4
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As informações são do Cepea-Esalq/USP, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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Vicente Romulo Carvalho
VICENTE ROMULO CARVALHO

LAVRAS - MINAS GERAIS - TRADER

EM 06/01/2010

Quando você recebia por um litro de leite por R$ 0,79 e, não estava lá estas coisas e, estava pagando um salário mínimo de R$ 465,00, em acrescido os encargos + férias e 13º salário, seriam necessários 800,5 litros mês, para pagar este salário. Já quando você recebe R$ 0,61, e está pagando um salário mínimo de R$ 510,00, em acrescidos dos encargos + férias e 13º salário, são necessários 1.137,5 litros mês, para pagar este novo salário. Esta questão de transferência de renda, embora cuide de uma justiça social, que eu particularmente não sou contra, para algumas atividades, onde você não tem como repassar seus custos, está criando uma equação, onde a conta do empregador/produtor não fecha e, certamente. a sua atividade no médio e/ou longo prazo, irá fechar.
A atividade leiteira, sem perder de vistas outras atinentes ao agronegócio, é de fato muito delicada, veja bem, justamente no momento que seus compromissos aumentam, em razão das aquisições de adubos, sementes, inseticidas/defensivos, 13º salários, dentre outros, sua renda é reduzida, mesmo em mantidade a mesma produção.
Com a devida vênia, será que estes centavos, que nos faz grande falta, dá para pagar o 13º salário das folhas de pagamento dos laticinios.
Há poucos dias escutei a seguinte fraze, qual seja: - Os laticinios precisam tomar juizo, porque eles precisam da matéria prima.
É janeiro, tudo começa de novo, vem lá aqueles centavos que foram retirados, talvez, não se chega nem ao patamar já atingido e, breve já estamos em outubro, novembro, dezembro e, nos retira, de novo, aqueles e mais alguns centavos e, o preço fica até mesmo inferior ao ora praticado.
Precisamos de um gênio, que venha até mesmo de outro planeta, para repensar a atividade leiteria, porque este atual modelo ficou impraticável para o produtor, que realmente vive da atividade.
Qual a sua dúvida hoje?