Saiu hoje na Gazeta Mercantil, uma reportagem assinada por Fátima Péres, que informa que os parceiros participantes dos projetos desenvolvidos pelo Centro de Excelência em Laticínios (Cel) resolveram ampliar o atendimento para outros segmentos empresariais que atuam na área de café, frutas e cachaça, devido aos resultados positivos obtidos até agora. A intenção é ampliar não somente em Minas Gerais, mas também, em outros Estados do país.

O Cel é conduzido pela Universidade Federal de Lavras (Ufla), pela Organização das Cooperativas de Minas Gerais (Ocemg), pelo Sindicato dos Laticínios de Minas Gerais e pelo Sebrae/MG. Segundo seu coordenador Alessandro Rios, estes órgãos se mostraram interessados em viabilizar novas unidades, subsidiando a transferência de tecnologia e implantando a metodologia dos programas atuais para pequenas e médias empresas localizadas fora do estado mineiro, dizendo que empresários do RN, do AC e do PA mostraram-se interessados em levar esses projetos para suas regiões.

O Centro de Excelência recebeu em 1998 um prêmio do Ministério da Ciência e Tecnologia como um dos dez melhores projetos brasileiros de transferência de tecnologia setorial em gestão ambiental, informação, competitividade e qualidade. Hoje ele é o maior do País. Além dos estudos destas questões, um dos objetivos do Cel é promover o crescimento do faturamento do setor de laticínios, principalmente, em Minas Gerais e em 24 meses chegar a R$ 5,9 milhões. Outros estados que já fazem parte dos projetos, segundo Alessandro Rios são, Bahia, São Paulo e Minas Gerais.

O coordenador do Cel disse que uma primeira turma do programa de Boas Práticas de Fabricação (BPF) está em andamento. Este módulo objetiva a implementação de práticas de higiene recomendadas para o manuseio de alimentos para que estes sejam produzidos adequadamente com segurança para o consumo. Ele antecede a Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC). A turma atual é formada por 17 empresas de laticínios, sendo que outras 24 darão início ao programa, a partir deste mês de janeiro. Os investimentos necessários para que elas desenvolvam alguns programas como o BPF variam entre R$ 600 e R$ 1 mil (valor já subsidiado). Além disso, são feitos projetos no setor de Competitividade. Um curso de Gestão Ambiental está em fase de definição em função da implantação de uma das Unidades Demonstrativas de Tratamento de Efluentes que servirá de orientação ao empresário na montagem de sua estação. Esta unidade vai ser concluída em maio deste ano. Alessandro adianta que existe a previsão de construção de uma segunda estação experimental que deverá estar pronta no primeiro semestre de 2001.

Desde a criação do Centro de Excelência em Laticínios já foram feitos 456 atendimentos em análises microbiológicas do leite e derivados, físico-químicas, de custos na indústria, o correto uso do vapor na indústria, logística de distribuição e vendas. Os parceiros da iniciativa privada, de acordo com o coordenador do Cel são: Nestlé, Ecolab, Parmalat, Biasinox, Tetra Pak, Sme, Hexis Científica, Fibrav, Atlas Copco, Spirax e Sarco.

Por Fátima Péres, para Gazeta Mercantil, 08/01/01