Casos de sucesso: o queijo coalho que inovou e saiu da mesmice

Há 20 anos, o empresário Romildo Albuquerque decidiu diversificar a produção na fazenda da família localizada no município de Venturosa, no Agreste Meridional de Pernambuco. Desde 1989, o negócio girava em torno da produção de queijo e leite, porém, de forma artesanal e informal. A proposta foi então formalizar o negócio e focar na produção de queijo coalho. Foi daí que surgiu a Leite Nobre, empresa familiar que hoje produz mais de dois mil quilos de queijo por semana.

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Figura 1Há 20 anos, o empresário Romildo Albuquerque decidiu diversificar a produção na fazenda da família localizada no município de Venturosa, no Agreste Meridional de Pernambuco. Desde 1989, o negócio girava em torno da produção de queijo e leite, porém, de forma artesanal e informal. A proposta foi então formalizar o negócio e focar na produção de queijo coalho. Foi daí que surgiu a Leite Nobre, empresa familiar que hoje produz mais de dois mil quilos de queijo por semana. 

Recentemente, a empresa conquistou, pelo segundo ano consecutivo, o Concurso Regional de Queijos Artesanais de Pernambuco, promovido pela Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Na ocasião, foram premiados os melhores produtores de laticínio. A Leite Nobre venceu na categoria melhor queijo de coalho. O evento aconteceu no Parque de Exposições do Cordeiro, no Recife. Entre os atributos avaliados pelos jurados estava o de aparência, consistência e sabor. 

"O queijo coalho é pernambucano. Uma iguaria nossa e, por isso, sempre investimos neste mercado como prioridade. Seguimos produzindo leite, mas nos tornamos especialista neste produto e estamos felizes com o reconhecimento", afirma o presidente da empresa Romildo Albuquerque. 

A fazenda conta hoje com 18 funcionários e outros quatro que atuam na linha de produção. Ao longo dos anos, o processo foi automatizado, melhorando o produto e a produção. "Eu passei alguns anos no Recife e, quando retornei para Venturosa, decidi investir no negócio da família e um dos projetos foi a melhoria da produção. Os animais da fazenda são legalizados e nos preocupamos com o bem-estar deles", diz. 

De acordo com Albuquerque, este ano a linha de produção foi incrementada com queijo coalho temperado como, por exemplo, com cebola, alho, pimenta, orégano, defumado e também maturado (envelhecido para consumo depois de 60 dias). "Não podemos continuar com a mesmice. É possível inovar. O mercado consome queijo com sabores. O queijo é uma tradição nossa e percebemos que o consumidor está disposto a inovar. Percebemos que houve uma boa aceitação e resposta do público", afirma o empresário.

A decisão de produzir queijos com novos sabores veio da busca por oportunidades de crescimento diante da crise. "O queijo coalho é um produto que depende da pecuária e sofremos muito com o problema da seca. Já são oito anos de seca. É uma despesa muito alta, além da crise econômica, que todos já conhecem. Por isso decidimos investir em um produto que agregue um pouco, para buscar a melhora da situação econômica".

Atualmente, toda a distribuição do produto da Leite Nobre é realizada para hotéis, restaurantes, hospitais e mercados da Região Metropolitana do Recife (RMR). "Percebemos que existem novos mercados se abrindo como quitandarias. Estamos diversificando as frentes de trabalho neste sentido. Buscando as oportunidades onde haja uma demanda por esse tipo de queijo", diz. 

Segundo o presidente da empresa, o desejo de ir além das fronteiras existe, mas esbarra nas licenças de operação. "O queijo como tem inspeção estadual então ele só pode ser vendido em Pernambuco. Isso nos limita. Estamos buscando, por meio da Associação de Certificação de Queijo Coalho Agreste, tirar a certificação de procedência de origem, o que nos daria a autorização para vender para o Brasil e, inclusive, para exportar. É uma barreira que estamos tentando quebrar porque os nossos vizinhos consomem o nosso produto, mas não podemos vender para eles", lamenta. 

As informações são do Diário de Pernambuco.

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NELIO RAMOS
NELIO RAMOS

GOIÂNIA - GOIÁS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 19/11/2018

Caro Romildo, Gostaria de esclarecer algumas de vossas citações deste artigo, que diga se passagem, foi bem escrito por falar do induscutível queijo coalho! Primeiramente gostaria de saber a tua frase: "O queijo coalho é pernambucano"! O Senhor tem um estudo mostrando que este tipo de queijo, bastante produzido em vários estados nordestinos, é mesmo de origem do teu estado, ou foi apenas uma "licença poética" e um pouco de bairrismo? Posteriormente o Senhor informa que "o queijo tem inspeção estadual, e assim só pode ser vendido dentro do estado"? O que significa isto? Qual o origem dos coalho que já estão estão nos estados do Centro -oeste e sudeste do país? Eles estão ilegais ou isto é um "caso" de apenas o teu produto?
O queijo coalho já ganhou o gosto popular e compete com os mais antigos como os minas Frescal e os mussarelas, em quase todo o país! Desejo que consiga continuar a produzir bons queijos, mas estes aspectos citados acima, não ajudam a vossa marca a "ganhar mais clientes", pois a meu ver deixaram dúvidas que solicito sejam esclarecidas! Muito obrigado! Sds, Nélio Ramos
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