Captação em novembro aumenta 3,2% e leite tem nova queda, segundo dados do CEPEA

O preço médio do leite pago ao produtor em dezembro (referente à produção entregue em novembro) foi de R$ 0,8458/litro, recuo de quase 1% (menos de 1 centavo por litro) frente ao pagamento do mês anterior.

Publicado por: MilkPoint

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O preço médio do leite pago ao produtor em dezembro (referente à produção entregue em novembro) foi de R$ 0,8458/litro, recuo de quase 1% (menos de 1 centavo por litro) frente ao pagamento do mês anterior, segundo pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Esse valor representa a média dos estados do RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA ponderada com base na produção de cada um segundo apontado pelo IBGE/Pesquisa da Pecuária Municipal. Houve maiores quedas de preços nos estados do Sudeste e Centro-Oeste, onde a produção aumentou com as chuvas. Em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ao contrário, com a diminuição da captação de leite devido ao fim da safra de inverno, o produto valorizou.

Dados do Cepea mostram que, na média dos 12 meses de 2011, o preço do leite foi de R$ 0,8445/litro, já considerando a inflação até novembro (IPCA). Esse valor representa aumento real de 10% em relação à média de 2010. Porém, em boa parte deste ano, os custos de produção de leite estiveram em índices mais elevados que os do ano passado devido, principalmente, aos preços do farelo de soja e do milho. Com isso, a margem do produtor acabou diminuindo, principalmente no primeiro semestre, destacam pesquisadores do Cepea. O índice de Custo Operacional Efetivo (COE) entre janeiro e novembro ficou, em média, 7% acima do observado no mesmo período de 2010, considerando-se os estados de RS, SC, PR, SP, MG e GO.

Quanto à produção de leite, o Índice de Captação calculado pelo Cepea (Icap-Leite) aponta aumento de 3,2% entre outubro e novembro, puxado basicamente pela safra no Sudeste e Centro-Oeste. Em São Paulo e Minas Gerais, o acréscimo do índice foi entre 6% e 7%; em Goiás, houve aumento de quase 9% na captação média diária de novembro. No Paraná, o índice permaneceu praticamente estável, enquanto que, em Santa Catarina, houve queda de 3% e, no Rio Grande do Sul, de 6,5%.

Comparativamente a novembro do ano passado, o Icap-Leite/Cepea esteve em patamar 0,9% inferior. Considerando-se a soma dos últimos doze meses, houve queda de 2,2% frente ao conjunto de 12 meses anteriores.

No segmento de derivados lácteos, o leite UHT continuou em queda no mês de dezembro devido ao aumento da oferta de matéria-prima e ao início das férias escolares, período em que normalmente há redução das vendas. Segundo levantamento diário feito pelo Cepea, a média mensal do leite UHT no atacado paulista até o dia 26 de dezembro era de R$ 1,73/litro (incluindo frete e impostos), 3% inferior à média de novembro. Esse levantamento tem o apoio financeiro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e CBCL (Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios).

Tendo em vista o período de safra na maior parte das regiões produtoras, 77% dos representantes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea (responsáveis por 86% do volume amostrado) esperam nova queda de preços para o pagamento de janeiro/12 (referente à produção entregue em dezembro).

Para 22% dos entrevistados (respondem por 13% do volume da amostra), deve haver estabilidade de preços, e apenas 1% dos agentes consultados (que representam menos de 1% do volume de leite amostrado) acredita em alta de preços.

Ao produtor - A maior redução de preços em dezembro foi registrada no estado de São Paulo, de 2,6% (ou 2,4 centavos por litro) frente a novembro. A média estadual foi de R$ 0,8969/litro (preço bruto). Em Minas Gerais, houve redução de 2,4% (2,1 centavos por litro), com média de R$ 0,84/litro. No estado goiano, a queda foi de 2,3% (2 centavos por litro), com o litro a R$ 0,8565. No Paraná, houve recuo de 1,9% (ou 1,6 centavo por litro), com o produto a R$ 0,8430/litro.

Já no Rio Grande do Sul, houve aumento de 4,9% (ou 3,7 centavos por litro) frente a novembro, com a média indo para R$ 0,8037/litro. Em Santa Catarina, o reajuste de quase 1% (ou alta de 0,8 centavo por litro) elevou a média para R$ 0,8435/litro. Na Bahia, o acréscimo foi de 1,8% (1,3 centavo por litro), e o litro teve média bruta de R$ 0,7566, a menor dos sete estados desta pesquisa.

Gráfico 1: ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - NOVEMBRO/11. (Base 100=Junho/2004)

Figura 1

Fonte: Cepea-Esalq/USP

Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em DEZEMBRO/11 referentes ao leite entregue em NOVEMBRO/11.

Figura 2

Fonte: Cepea-Esalq/USP

Preços em estados que não estão incluídos na "média nacional" - RJ e MS
Figura 3

Fonte: Cepea-Esalq/USP

Gráfico 2: Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA)

Figura 4

Fonte: Cepea-Esalq/USP

A matéria é do CEPEA, adaptada pela equipe MilkPoint.
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Guilherme Alves de Mello Franco
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/12/2011

Prezados Senhores: Ao que tudo indica, neste ano de 2012, a gangorra do preço do leite vai aparecer um tanto quanto mitigada, podendo haver, até mesmo, em alguns Estados, alta de preços em relação aos praticados em 2011. Já pudemos sentir este aroma, agora, com a entrada da safra, em Minas Gerais, quando, ao contrário do que se vinha desenhando, pelo menos, nos últimos dez anos, já não houve uma redução tão drástica no preço do litro entregue aos laticínios, sendo surpreendentes as variações em torno de R$ 0,02 (dois centavos de real) quando o habitual era uma queda de R$ 0,20 (vinte centavos de real). Ainda que se nos afigure como prematura qualquer análise sobre o comportamento da produção nacional, pelo menos em termos dos próximos seis meses, já que, embora se preveja a continuidade da crise europeia e estadunidense, podemos dizer que a China, forte mercado que descobriu os lácteos recentemente e que, a exemplo de outros campos - como na indústria automobilística - vem apregoando sinais de muita fertilidade, será o grande divisor de águas mundial neste ano que ora vai se iniciar, alterando, sensivelmente, ao mercado interno brasileiro, já que grande potencial de leite em pó e "in natura" deve ser destinado à exportação aos Asiáticos, o que fomentará uma elevação, ainda que gradual, do valor pago ao produtor, em face, de forma indene de dúvidas, da maior procura pelo produto. Assim, há, realmente, uma flama de otimismo no setor e a possibilidade de um aumento de lucratividade deve manter abertas muitas fazendas, na contramão do que antes tinha lugar, muito embora o ditado mineiro nos diga que "prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém".

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
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