O Brasil está tentando inverter a relação de competição com a Argentina na produção de lácteos. Em vez de buscar conter a inundação do mercado pelo soro e pelo leite em pó argentinos, que vêm agravando o déficit na balança comercial do setor, agora quer se associar ao país vizinho para organizar exportações conjuntas.
Os líderes brasileiros decidiram adotar a nova postura três semanas atrás e, no último dia 7, reuniram-se em Buenos Aires com representantes do Centro da Indústria Leiteira da Argentina para definir linhas de ação. Se o acordo vai funcionar, ainda é cedo pra dizer. Por enquanto, o que muda é que o país se aproxima da concorrência. O principal argumento do presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados do Brasil, Rodrigo Alvim, é que, juntos, Brasil e Argentina são responsáveis por 7% da produção mundial desse alimento - algo em torno de 40 bilhões de litros ao ano.
No começo das discussões, o setor ficou com um pé atrás. No entanto, com a possibilidade de financiar projetos de exportação com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco de La Nación, reunidos em um fundo a ser instituído nos próximos meses, a resistência foi quebrada. Agora o clima é de otimismo.
Os produtores do país vizinho têm custo menor e os brasileiros só têm condições de competir quando há impostos excessivos na concorrência, diz a analista Sílvia Digiovani, da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep). "Com essa política cambial, não tem condição de o produtor brasileiro competir em preço com o argentino de igual para igual. Só temos alguma chance porque eles pagam mais para o governo", avalia. Por enquanto, a principal arma que o Brasil tem usado para evitar a quebra do setor leiteiro é a imposição de cota para a importação de leite em pó da Argentina. O limite de 3 mil toneladas ao mês, definido em 2009, teve prazo estendido neste ano.
Acordo deve ser concluído apenas em 2011
A exportação conjunta de produtos lácteos de Brasil e Argentina deve começar no segundo semestre de 2011. A estimativa foi feita pela coordenadora geral de Desenvolvimento de Programas de Apoio às Exportações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Cândida Cervieri, após reunião entre representantes do setor, na semana passada em Buenos Aires.
O presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados, Rodrigo Alvim, relata que a parceria está sendo alinhavada desde agosto e que o grupo voltará a se reunir para discutir a proposta de cooperação na segunda quinzena de novembro em Brasília. "Criar uma plataforma de exportação é um processo melindroso. É importante não ter pressa, fazer tudo de forma certa para não precisar alterar depois. Mas demos um passo importante na semana passada. Geralmente essas reuniões ocorrem para tentar regular, travar ou moralizar mercados. Mas nessa a conversa foi amena, focada na convergência de interesses e avaliando mercados e oportunidades. Acho que foi uma ótima reunião", avalia Alvim.
Segundo ele, brasileiros e argentinos estão convencidos que somar esforços é a melhor maneira para ganhar eficiência e romper barreiras em um mercado tão protegido como o dos lácteos. "A Argentina tem mercado mais consolidado para o queijo. O Brasil, para o leite em pó e o leite condensado", cita Cândida.
As informações são da Gazeta do Povo-PR, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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Brasil quer inverter relação de competição com Argentina
O Brasil está tentando inverter a relação de competição com a Argentina na produção de lácteos. Em vez de buscar conter a inundação do mercado pelo soro e pelo leite em pó argentinos, que vêm agravando o déficit na balança comercial do setor, agora quer se associar ao país vizinho para organizar exportações conjuntas.
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MOACY GUILHERME BOTELHO COELHO
PINHEIROS - ESPÍRITO SANTO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS
EM 19/10/2010
Parabéns Rodrigo Alvin, é por aí, vamos acabar com a união de "afogados"um finge que vende o outro finge que compra, se ambos tem potencial de auto suficiencia.
temos que explorar países que tem sua produção limitada ou cara para podermos aumentar a nossa produção, e acabar com a obrigação do mercosul.Obrigatorieda tem que ser no que falta em um Paiz outro abastece e não mandar a sobra por obrigação.
Moacy Guilherme Botelho Coelho
temos que explorar países que tem sua produção limitada ou cara para podermos aumentar a nossa produção, e acabar com a obrigação do mercosul.Obrigatorieda tem que ser no que falta em um Paiz outro abastece e não mandar a sobra por obrigação.
Moacy Guilherme Botelho Coelho