A BRF-Brasil Foods elegeu seu novo conselho de administração. Dos dez integrantes, seis são definidos como independentes, apesar de três deles terem ligação histórica com as duas empresas que originaram a BRF: Nildemar Secches, que por 14 anos esteve à frente da Perdigão, Luiz Fernando Furlan, neto do fundador da Sadia e que encabeçou o conselho por 11 anos, e Walter Fontana Filho, também da família que criou a Sadia.
"Seria bom perguntar para a empresa qual a definição de conselheiro dependente", disse um gestor, em comentário que reflete a estranheza do mercado com a classificação dos conselheiros.
O diretor de participações da Previ, fundação dos funcionários do Banco do Brasil, Marco Geovanne Tobias da Silva, afirma que o novo conselho, com Secches na presidência, é um dos sinais de que o processo de integração das empresas está em conclusão.
"Esqueça Sadia e Perdigão, a BRF é uma outra companhia", diz Silva, ressaltando que Secches, Furlan e Fontana nunca exerceram cargos administrativos na BRF. Eles também não têm participação acionária relevante na empresa - juntos não atingem 2%. A BRF tem hoje capital pulverizado e a Previ é a maior acionista individual, com 12,67%, segundo a última informação disponível, de 10 de março. Além dela, outro fundo de pensão, Petros, dos funcionários da Petrobras, tem destaque, com 10,04%.
A nova acionista relevante, com 7% dos papéis, é a gestora de recursos Tarpon, conhecida no mercado pelo seu perfil "ativista", que compra participações em empresas com o objetivo de acompanhar de perto seu dia a dia. A gestora intensificou aquisições de ações na bolsa ano passado e se uniu a outros fundos para alcançar participação suficiente para eleger duas cadeiras no conselho da BRF. Será representada por dois sócios fundadores, José Carlos Reis de Magalhães e Pedro de Andrade Faria.
Geovanne, da Previ, acrescenta ainda que quando a BRF nasceu, foi estabelecido que Secches e Furlan ficariam como co-presidentes do conselho e o número de vagas subiria de 9 para 11. Mas essa estrutura se manteria apenas até a assembleia ordinária deste ano. O conselho deveria voltar a ter nove membros, mas acabou sendo composto por dez.
O executivo também destaca que a recomendação do Novo Mercado são dois independentes e a BRF tem seis. O sexto integrante é Décio da Silva, que estava no conselho anterior, já foi presidente da WEG, antiga acionista da Perdigão, e hoje está no conselho de administração da companhia.
Havia uma expectativa no mercado de que a Tarpon poderia impor sua presença na empresa no momento da assembleia. No entanto, a chapa foi negociada e já constava da proposta para a reunião. O Valor apurou que gestora queria duas cadeiras em um conselho com nove vagas e não dez como ficou estabelecido, para poder ter maior poder de influência frente a posição majoritária dos fundos de pensão - também possuem ações da BRF Sistel (1,51%) e Valia (2,96%).
Geovanne, da Previ, explica que Secches indicou Furlan para permanecer no conselho por conta da experiência e do conhecimento que o ex-ministro tem sobre o setor. "O pensamento é no que pode ser feito de melhor para a empresa", diz. "Estamos em um momento ímpar em que a companhia, por conta do momento de mercado e da globalização, tem grande potencial para se internacionalizar."
Essa avaliação também une os pensamentos dos fundos de pensão e da Tarpon, segundo ele. "Todos comungamos da mesma ideia de levar a companhia a outros patamares."
Geovanne diz que o clima na empresa, com a chegada dos conselheiros da Tarpon, é positivo. O executivo lembra que hoje a maior posição da gestora de recursos é em BRF. "Eles, como nós, têm a mesma visão de longo prazo, não existem divergências."
Embora a assembleia sinalize a unificação do comando em uma nova empresa, para que as companhias possam, de fato unir suas operações, falta o veredicto do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), esperado para o fim do primeiro semestre. A Previ não faz previsões sobre a decisão. "Apesar de podermos ter de fazer ajustes na operação, a empresa não poderia ficar paralisada. O mercado está em fase de expansão e não podemos perder esse momento", diz.
Procurada pelo Valor, a BRF informou que a "eleição de conselheiros é assunto - e prerrogativa - dos acionistas. A empresa nada tem a comentar sobre a questão". Tarpon, Petros e Furlan não responderam a pedidos de entrevista. Após deixar a empresa em 2005, para ser ministro, Furlan voltou à Sadia na crise financeira, em 2008, quando a empresa teve problemas com derivativos. Naquele momento, Fontana, que havia substituído Furlan, deixou a companhia.
Além dos independentes, completam o conselho Paulo Assunção de Souza, na vice-presidência, que tem experiência em diversos conselhos, como Usiminas, Luis Carlos Fernandes Afonso, da Petros, Manoel Cordeiro Silva Filho, ex-Valia, e Allan Simões Toledo, ex- Banco do Brasil.
A matéria é de Ana Paula Ragazzi, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
Brasil Foods declara independência
A BRF-Brasil Foods elegeu seu novo conselho de administração. Dos dez integrantes, seis são definidos como independentes, apesar de três deles terem ligação histórica com as duas empresas que originaram a BRF: Nildemar Secches, que por 14 anos esteve à frente da Perdigão, Luiz Fernando Furlan, neto do fundador da Sadia e que encabeçou o conselho por 11 anos, e Walter Fontana Filho, também da família que criou a Sadia.
Publicado por: MilkPoint
Publicado em: - 4 minutos de leitura
Publicado por:
MilkPoint
O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.
Deixe sua opinião!

CLEMENTE DA SILVA
CAMPINAS - SÃO PAULO
EM 05/05/2011
Ufa! Até que enfim, lemos alguma notícia digna de ser lembrada a respeito de duas empresas catarinenses, agora fundidas sob uma sigla um tanto esquisita mas, que quando individuais, muito honraram o nosso querido estado de Santas Catarina, e o Brasil.
Esperemos que esta noticia venha a ser o inicio de um expurgo, que venha a por fim de uma vez por todas ao mando predatório de mentes doentias, que tanto mal fizeram às duas empresas para que o nome de nosso querido estado de Santa Catarina e do Brasil, sigam avançando com qualidade e dignidade tanto aqui dentro, quando ao redor do mundo, com produtos de qualidade, que sempre foram as maracas registradas tanto da Sadia quanto da Perdigão.
Clemente
Esperemos que esta noticia venha a ser o inicio de um expurgo, que venha a por fim de uma vez por todas ao mando predatório de mentes doentias, que tanto mal fizeram às duas empresas para que o nome de nosso querido estado de Santa Catarina e do Brasil, sigam avançando com qualidade e dignidade tanto aqui dentro, quando ao redor do mundo, com produtos de qualidade, que sempre foram as maracas registradas tanto da Sadia quanto da Perdigão.
Clemente