Bom Gosto prepara oferta pública de ações
A gaúcha Bom Gosto, que comprou sete empresas nos últimos três anos e assumiu importante posição no mercado de lácteos, se prepara para abrir o capital. Segundo o presidente da companhia, Wilson Zanatta, "o plano A" da empresa é o IPO (oferta pública de ações). O mesmo diz que pretende deixar a empresa pronta para o IPO no próximo ano e, a partir daí, aguardar as condições mais favoráveis de mercado para a oferta de ações. "Em 2011 nós vamos estar prontos. Acho que em 2012 ou 2013 iremos ao mercado".
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"Nos últimos anos, nós corremos atrás de tamanho. Hoje, temos tamanho. Agora precisamos correr atrás de resultados", afirma. Zanatta diz que pretende deixar a empresa pronta para o IPO no próximo ano e, a partir daí, aguardar as condições mais favoráveis de mercado para a oferta de ações. "Estamos nos preparando sem prazo, sem corrida contra o relógio. Em 2011 nós vamos estar prontos. Acho que em 2012 ou 2013 iremos ao mercado", disse Zanatta.
Com os recursos da oferta de ações, o presidente da Bom Gosto considera a possibilidade de expandir a atuação para outros segmentos do ramo alimentício e intensificar o processo de internacionalização.
A Bom Gosto está construindo uma fábrica de lácteos no Uruguai com capacidade de processamento de 600 mil litros de leite por dia. A unidade, a primeira indústria de laticínios brasileira a se instalar fora do País, deve ficar pronta em 2012. "Do ponto de vista estratégico, faz todo o sentido estar no Uruguai, que exporta lácteos para o mundo inteiro. Com exportações a partir do Uruguai, podemos fazer clientela lá fora e abrir as portas para o produto brasileiro", explica.
A empresa possui 22 fábricas em oito Estados, com capacidade de processamento de 6 milhões de litros por dia. Atualmente, a empresa está produzindo 4 milhões de litros ao dia, e o elevado nível de ociosidade deve fazer com que a fabricante freie o ritmo de aquisições. "A nossa avaliação é de que há espaço para crescer organicamente no Brasil, sem aquisições por um período", diz Zanatta. Para o executivo, entretanto, o processo de consolidação no setor mal começou. Ele cita que, na Nova Zelândia, 95% do leite processado é fabricado por uma única empresa, a Fonterra.
Wilson Zanatta diz também acreditar que o Brasil, que teve déficit na balança comercial de lácteos em 2009, será "o grande exportador de leite no futuro". Para isso, o produtor brasileiro terá de se adequar aos preços internacionais: o leite de Nova Zelândia, Argentina e Uruguai custa cerca de US$ 0,28 o litro, enquanto o brasileiro sai por volta de US$ 0,40. Para Zanatta, a chave está no ganho de escala. "É um trabalho de longo prazo. Serão necessários de 10 a 15 anos para o Brasil se tornar um exportador de leite de fato."
Crescimento veio com capital do BNDES
A entrada da empresa de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, a BNDESPar, no capital da Bom Gosto foi um divisor de águas para a Bom Gosto. A BNDESPar possui atualmente 34% do capital da empresa, o que gera críticas sobre o nível da parceria da empresa com o banco de fomento. Além do BNDES, a Bom Gosto também atraiu investimentos do fundo de private equity CRP Companhia de Participações, hoje com 5% do capital da empresa.
De acordo com Zanatta, entretanto, o investimento do BNDES permitiu abreviar o processo de crescimento da Bom Gosto. "Se nós crescermos com a rentabilidade do setor, vamos demorar 50 anos para ter um Brasil forte. Se crescermos com apoio de um fundo e abertura de capital, vamos atrair o recurso que está no mundo", diz.
A matéria é de Tatiana Freitas, publicada no jornal "O Estado de São Paulo", resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 28/05/2010
O senhor Zanatta da Bom Gosto disse que o produtor brasileiro terá que se adequar aos preços da Nova Zelândia, da Argentina e do Uruguai, da ordem de US$ 0,28/litro.
Temos notícia que a Fonterra preve que o preço ao produtor na Nova Zelândia na safra 2010/2011 deverá corresponder a US$ 0,3818/litro de leite, sensivelmente maior que o da safra 2009/2010 de US$ 0,3525/litro.
De onde o senhor Zanatta tirou que o produtor na Nova Zelândia recebe US$ 0,28/litro?
Mas, além da diferença númérica, a contradição da comparação de preços em US$, é que aqui no Brasil o produtor trabalha em Reais e as transformações para dolares passa pela taxa de câmbio que independe do produtor!
Digamos que R$ 0,75/litro seja um valor justo para o produtor brasileiro poder a produção de leite como atividade econômica sustentável.
Considerando o câmbio atual ( US$ 1,8/R$ ), com o Real supervalorizado, isso corresponderia a US$ 0,4167/litro, o que estaria um pouco acima do praticado na Nova Zelândia. Mas se o câmbio fosse um mais realista, digamos de US$ 2,4/R$, o produtor brasileiro estaria recebendo US$ 0,3125/litro portanto menos do que o praticado na Nova Zelândia.
Essa contradição de números mostra que certas comparações podem até passar de piada de mau gosto, e reforçam a nossa opinião que já é mais do que hora que nossas entidades de persquisa, como a Embrapa Gado de Leite, façam uma avaliação séria dos custos de produção e produtividade nos varios sistemas empregados, bem como de fatores externos que afetam nossa pecuária leiteira, e apontem os caminhos a seguir para que possamos assegurar nossa competitividade para garantir o abastecimento do nosso mercado interno e criar reais condições para fornecer para o mercado internacional.
Marcello de Moura Campos Filho
BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 28/05/2010

AREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 26/05/2010
Por que será que US$0,28 é um bom preço?
Porque não U$0,20?
Pois eu acho, não entendendo nada da indústria, que as margens, entre o preço pago ao produtor e o preço que o consumidor paga é digno de uma incompetência alarmante.
E quem estabelece essas margens?
Acho que para sermos um grande exportador, precisamos ter todos os elos da cadeia sintonizados e com margens proporcionais.
Já que a industria acha que o preço competitivo é US$0,28 da matéria prima, o que dizer do preço ao consumidor de US$1,20?
Se o preço da matéria prima é US$0,40, o consumidor estará disposto a pagar 3 vezes mais a indústria/comércio?

RIO BONITO DO IGUAÇU - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 25/05/2010

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 24/05/2010
As cartas relativas à matéria "Bom gosto prepara oferta pública de ações", trazem mensagens que deveriam merecer atenção do governo e a cadeia produtiva se não tiverem intenção de tornar o Brasil novamente um grande importador de leite como o foi no passado.
O Darlani Porcaro desafia a indústria a assumir as fazendas leiteiras, opera-las e mantê-las, pagando ao produtor R$ 0,05 por litro produzido se o preço da matéria prima para a indústria não for superior a US$ 0,28 por litro. O Roberto Jank Jr. Mostra que basta ver os balanços das grandes empresas que implantaram fazendas no Uruguai nos últimos 3 anos para ver a tragédia econômica desses negócios. O Mauricio Santolin lembra que o produtor nacional além de não ter subsídios enfrenta as conseqüências do "custo Brasil".
Importante a carta do Sávio Santiago, da Indústria de Lacticínios Rezende, onde concorda que do jeito que está a nossa pecuária leiteira não é competitiva e que é difícil a sobrevivência do produtor de leite brasileiro, mas que temos que buscar competitividade para o futuro desde que esta seja sustentável.
Concordo plenamente com o Sávio, e justamente pelas dificuldades que vem sendo enfrentadas pelo produtor brasileiro e pela falta de competitividade de nossa pecuária leiteira comparativamente à da Argentina e do Uruguai, a Leite São Paulo se posicionou que qualquer ação de integração dos setores lácteos entre esses paises por parte do Governo precisa ser cuidadosamente discutida, com toda a cadeia produtiva, internamente antes de ser discutida com os paises vizinhos.
Mas essa integração pode ser feita por parte da iniciativa privada, com instalação de fabrica de um país em outro, como está fazendo a Bom Gosto. Isso é bom ou ruim para a nossa produção primária? É uma pergunta que cabe aos produtores e suas entidades responder. Se for bom, os produtores devem dar preferência para vender seu leite a essas empresas. Se for ruim, devem começar a dar preferência a vender leite para outras empresas.
A Bom Gosto, com recursos do BNDES cresceu muito nos últimos anos, mas é preciso pensar não só no tamanho, mas nos resultados. A própria empresa afirma "nos últimos anos corremos atrás de tamanho. Hoje temos tamanho. Agora precisamos correr atrás de resultados". Admitem que possuem 22 fábricas com capacidade de processar 6 milhões de litros dia e que processam apenas 4 milhões de litros dia, e que a ociosidade freiou o ritimo das aquisições". Mas estão implantando no Uruguai uma fabrica com capacidade de processar 600 mil litros dia. O Ministério Público Federal de Pernambuco acatou denúncias de concorrência desleal da Bom Gosto. É preciso analisar os resultados da Bom Gosto para avaliar a sustentabilidade desse crescimento para o futuro.
O senhor Wilson Zanatta da Bom Gosto diz que o Brasil será o grande exportador de leite do futuro e para isso o produtor de leite brasileiro terá que, nos próximos 10 a 15 anos se adequar ao custo da Nova Zelândia, da Argentina e do Uruguai da ordem de US$ 0,28 por litro. Imagino que o senhor Zanatta ao fazer essa colocação pensa que a pecuária de leite brasileira terá nesses próximos 10 a 15 anos terá apoio, por parte do BNDES e do Governo no para poder aumentar sua produção e competitividade,semelhante ao que teve a Bom Gosto, pois caso contrario essa colocação só poderia ser considerada como piada de mau gosto.
Aproveito a oportunidade para manifestar a opinião de que já é mais do que tempo das nossas universidades e órgãos de pesquisa, como a Embrapa Gado de Leite, analisarem a produtividade e custos dos vários sistema produtivos empregados no Brasil e apontarem os caminhos para aumento da produtividade e da competitividade de nossa pecuária leiteira.
Marcello de Moura Campos Filho

CONTENDA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 24/05/2010
BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS
EM 22/05/2010
O Sr Zanatta se referiu a 0,28 centavos de dólar. E disse que isso virá com o tempo, com competitividade e com especialização.
Concordo com o senhor que do jeito que está ainda não dá para uma sobrevivência digna do produtor, mas concordo com o Sr Zanatta que devemos buscar a competitividade no futuro, desde que esta seja sustentável.
Um abraço.
Sávio Santiago
NITERÓI - RIO DE JANEIRO
EM 22/05/2010
Tenho ideia melhor, fazemos contratos de arrendamento com as indústrias passando as fazendas e todos os encargos para eles (indústrias) e eles pagam R$ 0,05 por litro produzido para o proprietário. Vamos ver se eles conseguem produzir a US$ 0,28 aqui no Brasil com o dólar a R$ 1,80. Quem sabe os produtores brasileiros não sabem mesmo produzir leite barato e devem todos vender suas fazendas, vender todo o gado e investir o seu dinheiro em algo mais rentável. Uma pergunta: Qual o produtor de leite que conseguiu em três anos comprar sete fazendas?
Um grande abraço
Ramon Benicio
DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 22/05/2010
O Brasil cresceu uma Argentina nos últimos 12 anos enquanto esta permaneceu do mesmo tamanho; mesmo com o cancelamento das "retenciones" no leite e ótimo cambio de $ 3,90 por peso, os Argentinos hoje clamam por desvalorização da moeda e reajustes por conta da inflação anual de 30%. Estive na Argentina na semana passada e eles, como nós, dizem que vivem o melhor momento de preços e custos dos últimos 20 anos; porém causa espanto verificar que de janeiro a maio o país segue com produção inferior ao mesmo período do ano anterior.
É uma pena que o brasileiro Zanatta, hoje o segundo maior comprado de leite do país, indique suposta incompetencia do produtor como motivo para a menor inserção do país no comercio internacional ou ainda pelo déficit de 2009.
Seria muito importante que todo o setor tivesse consciencia que nenhuma competencia ou qualquer ganho de escala vai sempre superar desajustes da macroeconomia (diga-se taxa de câmbio), que vão agravar cada vez mais nosaa competitividade.
Se todos tivéseemos a mesma consciencia e opinião as atitudes do setor teriam muito mais eficiencia.

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 21/05/2010

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 21/05/2010