Bloqueio da BR-163 impede escoamento de grãos pelo porto de Barcarena

Em seis dias de bloqueio da rodovia BR-163, que liga o norte de Mato Grosso aos portos do Pará, o equivalente a R$ 242 milhões de soja e milho deixou de ser exportado pelo porto de Barcarena (PA). Essa é a estimativa do economista-chefe da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Furlan Amaral. O cálculo leva em consideração que no pico da safra, como agora, 35 mil toneladas de grãos são embarcados por lá todos os dias. Em seis dias, seriam 210 mil toneladas.

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Em seis dias de bloqueio da rodovia BR-163, que liga o norte de Mato Grosso aos portos do Pará, o equivalente a R$ 242 milhões de soja e milho deixou de ser exportado pelo porto de Barcarena (PA). Essa é a estimativa do economista-chefe da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Furlan Amaral. O cálculo leva em consideração que no pico da safra, como agora, 35 mil toneladas de grãos são embarcados por lá todos os dias. Em seis dias, seriam 210 mil toneladas.

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O fato é que a rodovia — que sofre anualmente com intensos buracos após as chuvas de verão — está intrafegável no trecho entre Novo Progresso e Moraes Almeida, no sudoeste do Pará. Com isso, os caminhões carregados não conseguem chegar a Miritituba (PA) e pegar barcaças rumo ao porto de Barcarena. Nesses seis dias, calcula-se que 3 mil caminhões ficaram parados e agora estão tentando voltar a Mato Grosso para fazerem outra rota de escoamento.

Mas nem todo o embarque que deixa de ser feito por Barcarena se transforma em prejuízo para as tradings. “Elas mudam as rotas para exportação e postergam os negócios, o que é muito oneroso também”, diz Amaral. Segundo ele, o prejuízo total é difícil de calcular porque depende da empresa e da decisão logística tomada. A média de custo para desviar uma carga de Miritituba a algum porto do Sudeste (Paranaguá-PR ou Santos-SP) varia entre R$ 35 e R$ 40 a tonelada. “Mas as empresas podem decidir por mandar para Porto Velho (RO) ou São Luís (MA) a um custo menor”, afirmou.

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Nesse processo, as tradings também podem arcar com as multas de demurrage — a diária paga aos armadores pelo período em que o navio fica parado no porto. A média internacional indica um custo entre US$ 20 mil a US$ 25 mil por dia. Até agora, as tradings ainda não tiveram de bancar essas multas. Se a rodovia continuar paralisada, porém, isso pode ocorrer. Com um percurso de 707,4 mil quilômetros, a BR-163 tem um trecho de “apenas” 49 quilômetros sem asfalto. É justamente a área que ficou intrafegável. A promessa do governo é que o percurso será pavimentado até o fim deste ano.

Para impedir que mais caminhões avancem rumo ao Pará, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) bloqueou, no último domingo, a estrada em Guarantã do Norte (MT). Inicialmente, esse trecho seria liberado na segunda-feira, mas o bloqueio foi estendido até sexta. Relatos dos caminhoneiros indicam que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) não está liberando nenhum tipo de veículo, inclusive os com produtos perecíveis. “Saí com a carga [de verdura] de São Paulo quinta-feira, antes de bloquearem a estrada. Mandaram voltar. O guarda nem me deixou falar e vai tudo para o lixo”, disse um caminhoneiro, em áudio divulgado pelo presidente da associação que representa os produtores de soja do Pará, Vanderlei Ataídes.

Procurada pela reportagem, a PRF informou que “não há qualquer registro de impedimento de passagem de caminhões por conta de policiais rodoviários federais. As questões que dificultam são estruturais e climáticas”.

As informações são do jornal Valor Econômico.

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