O atual presidente da Embrapa vem acumulando recentes desgastes como a demissão no início deste ano do pesquisador Zander Navarro – que foi revertida pela Justiça – e críticas de servidores por um grande processo de reestruturação em curso desde o fim de 2017 que pretende enxugar gastos e remodelar unidades e centros de pesquisa da empresa.
O ministro foge de qualquer possível polêmica e diz que pediu pessoalmente a Lopes que tocasse o processo de reestruturação para que a empresa seja mais eficiente e enfrente a falta de recursos orçamentários.
"Esses dias o convidei para conversar junto com a diretoria da Embrapa e pedi para iniciar o processo de escolha do novo presidente, dentro da Lei das Estatais e do estatuto da empresa que prevê uma seleção bastante grande", disse o ministro ao Valor por telefone da África do Sul, onde participa de um encontro dos Brics. "Vencendo o mandato dele, é seguir o jogo, não tem nada de anormal, pelo contrário, gosto muito do Maurício. Mas, assim como o meu tempo chegará ao final, o dele está chegando".
Conforme o estatuto da Embrapa, podem se inscrever para o cargo de presidente tanto servidores da estatal quanto profissionais de fora da empresa. No entanto, o processo de seleção impõe regras rígidas de currículo e histórico profissional, que geralmente impedem "forasteiros" no comando. Funcionários da empresa pública dão conta de apenas um caso de presidente com indicação política que não tinha trajetória na área científica, mas que durou meses no posto, no fim da década de 1980.
O Valor apurou que os candidatos naturais para substituir Maurício Lopes são os diretores da estatal, Cléber Soares, da área de Inovação e Tecnologia, e Celso Luiz Moretti, de Pesquisa e Desenvolvimento.
As informações são do jornal Valor Econômico.