Credores com garantias reais da Indústria de Alimentos Nilza vetaram, por unanimidade, as alterações no plano de recuperação judicial da companhia, votadas na última quinta-feira (18) durante assembleia realizada em Ribeirão Preto (SP). Mas a posição não deve impedir a venda do controle da empresa à Airex Trading. A decisão de aprovar a mudança no plano e que pode evitar a falência da Nilza caberá ao juiz da 4ª Vara Cível de Ribeirão Preto, Héber Mendes Batista. Ele deve se apoiar na posição dos credores trabalhistas, que aceitaram a proposta por unanimidade, e dos credores sem garantia real, cuja aprovação atingiu 59,78% do total de créditos, ou 89,09% dos presentes.
Apenas o Banco do Brasil e a Aga Pallets votaram entre os credores com garantias reais, ambos contra. O representante do ABN Amro se absteve. Os advogados da Nilza e da Airex estão reunidos nesta tarde com Batista e vão sustentar que não houve mudança para essa classe de credores no novo plano de recuperação judicial, em relação ao homologado há um ano pelo juiz. Pela comemoração após a assembleia, com abraços entre os vendedores e compradores, havia a certeza da aprovação.
Pela proposta, a Airex assumirá os 65% da participação acionária do empresário Adhemar de Barros Neto na Nilza. A empresa pagará a dívida trabalhista já vencida de R$ 5,185 milhões, incluída no plano de recuperação judicial da companhia e injetará R$ 9 milhões para a Nilza voltar a produzir leite longa vida em até dois meses dias, nas unidades de Ribeirão Preto e Itamonte (MG). O restante da dívida incluída na recuperação judicial - cerca de R$ 214 milhões - será pago em dez anos, em parcelas mensais, com carência de 15 meses, exceto os fornecedores de leite, que receberão em seis meses após dois meses do negócio concretizado. A dívida total, incluindo os R$ 200 milhões em passivos fiscais, chega a R$ 429 milhões.
Caso o negócio seja concretizado, o que deve ocorrer até essa semana, a futura dona da Indústria de Alimentos Nilza será uma desconhecida no mercado. A Airex tem sede em Manaus (AM) e é de propriedade do advogado Sérgio Alambert. Após a assembleia, certo de que irá assumir a empresa, Alambert fazia planos para a companhia. "Finalizamos o processo até terça-feira (amanhã), voltamos a operar em 60 dias, assim que uma limpeza na estrutura das plantas industriais for feita para ter logo a marca Nilza de volta aos supermercados", disse o advogado. "Vamos manter os funcionários que ficaram e recontratar parte dos que foram demitidos", completou Alambert.
Nos planos do agora empresário do ramo de lácteos está a produção de derivados de leite com um maior valor agregado do que o longa vida. "Espero que seja o primeiro negócio do segmento", explicou.
A matéria é de Gustavo Porto, publicada na Agência Estado, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
BB veta novo plano, mas Nilza deve ser vendida
Credores com garantias reais da Indústria de Alimentos Nilza vetaram, por unanimidade, as alterações no plano de recuperação judicial da companhia. Mas a posição não deve impedir a venda do controle da empresa à Airex Trading. A decisão de aprovar a mudança no plano e que pode evitar a falência da Nilza caberá ao juiz da 4ª Vara Cível de Ribeirão Preto, Héber Mendes Batista. Ele deve se apoiar na posição dos credores trabalhistas, que aceitaram a proposta por unanimidade.
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