Balança inicia 2011 como terminou 2010: deficitária

Os níveis de importação em valor e volume de produtos lácteos apresentaram relativa queda, porém, não o bastante para alterar o déficit na balança, que em janeiro se manteve sobre elevado patamar, em US$ 44,73 milhões. Apesar de apresentar um recuo de 6,6% se comparado a dezembro de 2010, o déficit é quase 6 vezes maior do que no mesmo período do ano anterior, quando a balança foi deficitária em US$ 7,83 milhões.

Publicado em: - 2 minutos de leitura

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Os níveis de importação em valor e volume de produtos lácteos apresentaram relativa queda, porém, não o bastante para alterar o déficit na balança, que em janeiro se manteve sobre elevado patamar, em US$ 44,73 milhões. Apesar de apresentar um recuo de 6,6% se comparado a dezembro de 2010, o déficit é quase 6 vezes maior do que no mesmo período do ano anterior, quando a balança foi deficitária em US$ 7,83 milhões.

Na comparação com o mesmo período em 2010, duas são as causas principais pelo expressivo crescimento do déficit: i) maiores preços da matéria-prima no mercado doméstico, cerca de 20% acima de janeiro 2010 (média nacional do Cepea-Esalq/USP); e ii) valorização de 5,9% do real frente ao dólar, favorecendo a importação de lácteos ao país e dificultando as exportações.

Em janeiro de 2011, foram importadas 14,6 mil toneladas, volume 78% superior ao mesmo período no ano anterior (8,2 mil toneladas). Em valor, as importações foram de US$ 51,7 milhões, pouco mais de 2 vezes acima de jan/10 (US$ 21,9 milhões). Dentre os produtos que respondem pela maior parte desse crescimento estão os queijos, o leite em pó desnatado e leite em pó integral.

Já apontamos o crescimento da importação desses produtos comparando o ano anterior e 2009 ("Volume importado de queijo e leite em pó é recorde"), contudo, iniciamos 2011 com as importações desses produtos bem acima do que começamos 2010.

As importações de queijo quase triplicaram, passando de 1,2 mil toneladas para 3,4 mil. Para o leite em pó desnatado as compras externas foram 7,8 vezes maiores, de 237,3 mil quilos para 1,85 mil toneladas. Contudo, apesar do crescimento de "apenas" 78% sobre jan/10, o volume importado de leite em pó integral foi o que mais chamou atenção.

Foram importadas no último mês 7,36 mil toneladas de leite em pó integral a US$ 26,6 milhões, representando 51,3% de total do valor importado. Em volume, esse é o maior valor desde março de 2009, quando importamos 9,58 mil toneladas do produto. Frente a dezembro/10, mês que já tivemos importações expressivas do produto, tivemos um "ganho" de 10,5%.

Para os três produtos, Argentina e Uruguai responderam por 97,2% do volume importado. Do total das importações, os dois países representaram 93,4%.

As exportações em janeiro totalizaram 2,45 mil toneladas a US$ 6,95 milhões, recuando 47,2% e 50,2%, respectivamente, sobre o mesmo período do ano anterior. Em comparação com dezembro/10, as variações foram similares. Recuo de 47,1% em volume e 43,7% em valor.


Para os cálculos do saldo da balança comercial de lácteos foram considerados os produtos do capítulo 04 da Nomenclatura Comum do Mercosul (leite UHT, leite em pó, leite condensado, creme de leite, leite evaporado, iogurte, manteiga, soro de leite e queijos) e as comercializações de leite modificado e doce de leite (do capítulo 19 da NCM).
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Material escrito por:

Rodolfo Tramontina de Oliveira e Castro

Rodolfo Tramontina de Oliveira e Castro

Engenheiro Agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"-USP, e Analista de Mercado do MilkPoint.

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Eliseu Nardino
ELISEU NARDINO

MARIPÁ - PARANÁ

EM 11/02/2011

sem comentarios, sia governo entra governo e a novela continua....
Tiago Pereira Coleto
TIAGO PEREIRA COLETO

OUTRO - RONDÔNIA - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 11/02/2011

Entra ano e sai ano e nada é feito para freiar as importações de lacteos.
É uma vergonha, as industrias não conseguem disputar mercado externo e ainda tem que lutar contra os produtos importados.
Qual a sua dúvida hoje?