Balança comercial tem déficit de US$ 20 mi em setembro

Segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o saldo da balança comercial de lácteos em setembro apresentou déficit de US$ 20 milhões, considerando os produtos do capítulo 04 da Nomenclatura Comum do Mercosul (leite UHT, leite em pó, leite condensado, creme de leite, leite evaporado, iogurte, manteiga, soro de leite e queijos) e as exportações de leite modificado e doce de leite (do capítulo 19 da NCM).

O déficit comercial apresentado pelo setor de lácteos foi 34% superior ao registrado no mês de agosto, quando a balança comercial de leite e derivados apresentou resultado negativo de US$ 14,8 milhões. Quando comparado a setembro de 2008 - quando o saldo foi positivo em US$ 51,1 milhões - a queda é de 139%. Em volume, a queda nas exportações em comparação a setembro de 2008 foi de 77%, ficando em 3,9 mil toneladas, sendo mais da metade (52,2%) de leite condensado.

As vendas de leite condensado caíram 34,4% em relação a agosto, totalizando 2,06 mil toneladas. O preço médio do leite condensado teve alta de 3,25%, sendo negociado a US$ 1.707/t.

Foram enviadas ao mercado externo 493 toneladas de queijos, alcançando o valor de US$ 3.702/t, alta de 13% no volume exportado, em relação a agosto.

Tabela 1. Exportações e importações de lácteos em setembro de 2009.

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As importações aumentaram 1% em volume quando comparadas a agosto de 2009, com compras de 13,6 mil toneladas de lácteos; em relação a setembro/08, o volume importado é 131% superior. Em valor, as importações alcançaram US$ 28,1 milhões, valor 54% superior em relação ao mesmo período do ano passado.

O principal produto importado foi o leite em pó integral, representando 41,4% do total, ou seja, 5,63 mil toneladas (equivalente a 46,2 milhões de litros de leite), seguido pela compra de soro de leite (22,3%, ou 2,89 mil toneladas) e de queijos (com 18,9% do volume total - 502 toneladas). Do volume total de leite em pó importado - 6,32 mil toneladas - 42,3% é proveniente da Argentina (ao preço médio de US$ 2.470/t) e 57,7% foi comprado do Uruguai (em média, US$ 2.200/t). As importações de leite em pó aumentaram 35% em comparação a agosto.

O leite em pó integral, os queijos e o soro de leite, apresentaram, em valor, participações relativas de 46,6%, 30,2% e 10,4% respectivamente, nas importações.

O volume importado de queijos foi 10% menor em relação ao mês de agosto, com volume total de 2.452 toneladas. As compras de soro de leite aumentaram 7% em relação ao mês anterior, com compras de 2,9 mil toneladas.

Nos meses de julho a setembro, foram importadas 17,1 mil toneladas de leite em pó, vindas da Argentina e Uruguai, de acordo com dados do MDIC. Os acordos estabelecidos com os dois países preveem limite de 3 mil toneladas mensais para a Argentina e 10 mil toneladas no 2º semestre para o Uruguai. O preço mínimo de venda deve ser sempre o praticado pela Oceania.

Analisando a tabela abaixo, nota-se que o volume de vendas de leite em pó do Uruguai ao Brasil já teria sido ultrapassado. No entanto, existe uma contestação por parte do Uruguai em relação às datas consideradas nesses cálculos. Segundo o diretor de Assuntos Internacionais do Ministério de Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) do Uruguai, Mario Piacenza, "há um problema na forma de contabilização das licenças de importação, já que o Uruguai maneja volumes desde julho e nos meses subsequentes, enquanto o Brasil inclui as licenças liberadas em julho e agosto, que na realidade são licenças de maio."

Tabela 2. Volume (Kg) das importações de leite em pó no 3º trimestre de 2009.



Equipe MilkPoint