Aumento dos custos fará PIB do campo recuar em 2018, diz CNA

Pressionado pela alta de custos, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro deverá diminuir 1,6% neste ano em relação a 2017, de acordo com estimativa divulgada ontem pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 2 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 0
Ícone para curtir artigo 0

Pressionado pela alta de custos, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro deverá diminuir 1,6% neste ano em relação a 2017, de acordo com estimativa divulgada ontem pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Segundo a CNA, o segmento agropecuário como um todo foi prejudicado sobretudo pela greve dos caminhoneiros, no fim de maio, e pelo posterior tabelamento dos fretes rodoviários, que gerou aumento de custos para o transporte de insumos e produtos agropecuários em geral.

"O tabelamento do frete foi um transtorno que teve impacto significativo no custo de produção, principalmente no segundo semestre", afirmou Bruno Lucchi, superintendente técnico da CNA, durante evento de fim de ano promovido pela entidade, em Brasília.

Continua depois da publicidade

De acordo com a entidade, altas de 19% do óleo diesel e de 22% dos preços das sementes também exerceram "pressão extra nas margens e na renda gerada no setor" ao longo deste ano.

Figura 1

O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária ("da porteira para dentro", em contrapartida, deverá aumentar 3% em 2018 e totalizar R$ 607,6 bilhões, conforme a CNA. O incremento é sustentado pelo aumento de produção de culturas como café arábica, algodão, trigo e soja. A alta dos preços dos grãos também deve colaborar para o resultado.

A CNA observou, entretanto, que o aumento até poderia ser maior não fossem as quedas de preços de produtos como arroz, café, cana, mandioca e feijão.

Para 2019, a entidade traçou um cenário positivo. Para o PIB do setor, projetou alta de 2%, e para o VBP, avanço de 4,3%. Além de projetar mais um ano de bons resultados para os grãos, a CNA reforçou que o horizonte está mais promissor para a carne bovina.

Continua depois da publicidade

Em parte, o cenário positivo traçado considera que o tabelamento dos fretes será revogado. João Martins, presidente da CNA, voltou a defender no evento de ontem que o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro reduza impostos incidentes sobre o óleo diesel como alternativa ao fim do subsídio concedido atualmente, e com isso abra espaço para o fim do tabelamento.

Como já informou o Valor, a equipe de transição do governo de Jair Bolsonaro de fato avalia essa possibilidade. "A tabela foi criada por uma excrescência. Entendemos que, se o próximo governo fizer correções devidas, como a anulação de impostos, vai chegar a um ponto em que a tabela não vai ter mais razão de existir. Não concordamos com a tabela", reiterou João Martins.

O dirigente também comentou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, sinalizou na terça-feira que poderá suspender as multas aplicadas a empresas e produtores rurais que tenham descumprido os valores previstos na tabela de fretes até que a Corte julgue as ações de inconstitucionalidade contra a medida.

Em 13 de novembro, a CNA chegou a protocolar um pedido para que o STF julgasse imediatamente as ações de inconstitucionalidade e suspendesse a resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que determinou aplicação de multas por descumprimento da tabela.

As informações são do jornal Valor Econômico.

Ícone para ver comentários 0
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Qual a sua dúvida hoje?