Assim como acontece nos grãos e na carne, a política de restrição das exportações de lácteos da Argentina provocou uma sobreoferta de leite no mercado interno que fez com que os preços ao produtor reduzissem. Hoje, o valor recebido pelo produtores de leite está entre os mais baixos do mundo, no entanto, não foi obsevrada baixa nos preços de varejo.
Depois de alguns anos de estagnação, em 2011 obtiveram-se níveis de produção que superaram a marca de 1999. Entretanto, a capacidade industrialnão apresenta mudanças desde 2006, e consequentemente não consegue absorver a maior oferta de leite. A indústria não pode processar esse aumento e, dessa forma, perdem-se potenciais de exportações e empregos, pondo em risco a subsistência de muitos produtores de leite que, além de enfrentar menores preços por sua produção, veem que seus custos aumentam ao ritmo da inflação. Como resultado, a participação do produtor argentino no preço de cada litro de leite vendido no supermercado é de 37%, enquanto que no Uruguai essa porcentagem é de 60%.
A Argentina conta com uma alta disponibilidade de leite por habitante, o que permite atender, sem nenhum tipo de dificuldade, um nível de consumo que se encontra entre os mais altos da região, assim como a demanda internacional.
O desafio é pensar em um setor leiteiro capaz de expressar plenamente sua potencialidade, dada sua capacidade de dar resposta à criação de novos postos de trabalho, geração de maior quantidade de divisas e fomento da manutenção nas comunidades do interior, abastecendo satisfatoriamente a comunidade com produtos de melhor qualidade.
É necessário potencializar o comércio e isso implica remover as regulamentações, eliminando os Registros de Operações de Exportações Lácteas (ROEL) e os controles de preços no mercado interno.
Na última década, a Argentina perdeu participação na produção total do Mercosul, registrando um crescimento produtivo quase nulo nos últimos dez anos. Assim, enquanto o país tinha em 2000 28% da produção leiteira do Mercado Comum do Sul, hoje, possui somente 23%, enquanto o Brasil passou de 62% para 67%.
Por outro lado, é preciso melhorar a competitividade para diminuir a brecha tecnológica que existe entre os produtores eficientes e os que não são. É decisivo impulsionar o posicionamento nos mercados internacionais e trabalhar para que o setor não exporte impostos, revendo as alíquotas de impostos de exportação, entre outros temas pendentes.
Com o fim de atender às necessidades dos setores sociais postergados, o país deve ter uma rede de contenção para que as pessoas de renda mais baixa tenham acesso aos produtos lácteos, sem comprometer o desempenho do setor produtivo. Nesse sentido, o subsídio à demanda garante o beneficio às pessoas que precisam.
A melhor forma de garantir o acesso aos alimentos para todos é com uma maior produção e isso implica em sinais claros para investimentos.
Os dados são da Sociedade Rural da Argentina, publicados no Terra, traduzidos e adaptados pela Equipe Milkpoint.
Argentina: sobreoferta de leite reduz os preços ao produtor
A política de restrição das exportações de lácteos da Argentina provocou uma sobreoferta de leite no mercado interno que fez com que os preços ao produtor reduzissem. Hoje, o valor recebido pelo produtores de leite está entre os mais baixos do mundo, no entanto, não foi obsevrada baixa nos preços de varejo.
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