Argentina: produção leiteira poderá alcançar novo recorde

Um relatório da Universidade Austral informou que a produção de leite da Argentina poderia superar os máximos históricos. No entanto, o preço pago ao produtor não compensa a inflação.

Segundo o Relatório de Indicadores Regionais da Região Central (Córdoba, Santa Fé e Entre Ríos), elaborado pela Universidade Austral, nos primeiros cinco meses do ano, a produção primária de leite na região aumentou anualmente em 14,2%.

No entanto, o preço médio - ponderado pela produção relativa de cada província - ficou em maio 0,8% menor do que em abril. A comparação com relação ao mesmo mês do ano anterior mostra uma queda de 2,8%.

O preço estimado médio por litro de leite pago ao produtor em Santa Fé, de 1,553 pesos (US$ 0,37), em maio, não apresentou variação na tendência. A comparação interanual do preço ao produtor mostra uma diferença nominal que se reduz mês a mês, mas com evidente diferença interanual positiva (11,1%).

No entanto, medido a valores constantes (com correção da inflação), o preço do litro de leite pago ao produtor registrou em maio uma variação anual negativa (5,36%), mudando a direção após 18 meses de comportamento interanual positivo.

Isso ocorre em um contexto onde o preço médio do leite em pó integral (US$ 4.250 em maio) no mercado internacional (Oceania) registrou um leve aumento de 3%, ficando cada vez mais próximo do valor máximo registrado em outubro de 2007 (US$ 5.200 por tonelada). Desse modo, o preço do leite em pó - o principal produto lácteo exportado pela Argentina - compensa, agora, a progressiva deterioração do tipo de câmbio devido à inflação e a um dólar estancado.

O aumento dos preços nos produtos para consumo final impactou negativamente nas vendas em supermercados, que caíram em abril a uma taxa anual de 4,1% na Argentina. A cesta varejista de produtos lácteos continua registrando um visível aumento de preços médios, de forma que, nominalmente, as vendas registram aumentos consideráveis. Considerando a medição de preços em Rosario, o ranking de aumento interanual de preço médio em abril de 2011 coloca a manteiga, com um aumento de 59,4%, à frente dos aumentos, e o queijo cremoso em último lugar, com um aumento de 22,4%. A cesta de produtos lácteos tem um aumento no preço médio não ponderado de 32,7%.

A evolução anual das exportações de produtos lácteos no período de janeiro-maio mostra um saldo favorável, tanto de toneladas - acompanhado pelo aumento na produção -, como em divisas.

No mês de maio, a valorização do leite no mercado internacional repercute favoravelmente no valor médio das exportações de produtos lácteos argentinos, registrando-se em maio uma variação mensal positiva de 0,5% e um crescimento na tendência de 1,6%. A comparação interanual mostra um aumento de 23,2%. Os dados são do Instituto de Pesquisa em Economia e Direção para o Desenvolvimento (IDIED) da Universidade Austral, publicado pelo site Portal Lechero, traduzidos e adaptados pela Equipe MilkPoint.

Em 02/08/11 - 1 Peso Argentino = US$ 0,24166
4,13179 Peso Argentino = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)