Argentina: produção e indústria alertam que faltará capacidade para secar o leite

Segundo o último relatório do Centro da Indústria Leiteira (CIL) da Argentina, em conjunto com a Mesa Nacional de Produtores de Leite (MNPL), em outubro e novembro não haverá capacidade para secar leite. "As dificuldades atuais no mercado interno pelas condições de sobre-oferta imperantes, que provocam queda dos preços dos produtos lácteos, se agravarão com o correr dos dias se houver demora nas ajudas e estímulos à exportação daqueles produtos que o consumo não requer".

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Segundo o último relatório do Centro da Indústria Leiteira (CIL) da Argentina, em conjunto com a Mesa Nacional de Produtores de Leite (MNPL), em outubro e novembro não haverá capacidade para secar leite. "As dificuldades atuais no mercado interno pelas condições de sobre-oferta imperantes, que provocam queda dos preços dos produtos lácteos, se agravarão com o correr dos dias se houver demora nas ajudas e estímulos à exportação daqueles produtos que o consumo não requer".

Por um lado, o aumento da produção, que se projeta que será entre 11,8 e 12,1% superior à de 2010, é um dado muito positivo, porque reflete um crescimento para o setor, um interesse que leva a melhorar a qualidade do leite e a investir. No entanto, esse aumento também traz consigo um problema: a "incapacidade" para secar o leite.

De acordo com um levantamento realizado pelo CIL e pela MNPL, a capacidade útil de secagem (84,9% de eficiência) foi de 13,4 milhões de litros de leite por dia; 3,3 milhões de litros de leite por dia se destinam à secagem se soro e 10,1 milhões de litros por dia à secagem de leite. "Nos meses de pico de outubro e novembro, essa última capacidade seria ultrapassada frente à necessidade de exportar 346,05 e 347,17 milhões de litros de leite por mês, respectivamente. A esse volume se agrega a secagem para o mercado doméstico de 66,7 e 70 milhões de litros por mês, devendo-se, portanto, destinar 99 e 113,5 milhões de litros por mês a exportar como outros produtos. Desses últimos volumes, 25 milhões de litros por mês se estima que seriam exportados como outros produtos (leite UHT, doce de leite, etc.), sendo necessário exportar o resto como queijos, ou seja, 74 milhões de litros por mês em outubro e 88,5 milhões de litros por mês em novembro".

"Em toneladas, seriam exportadas como queijos no mês de outubro 7.182,6 toneladas e, em novembro, 8.594,8 toneladas, cerca de 13.000 toneladas a mais que o comum para o bimestre. Isso agrega uma necessidade adicional de secagem de soro".

Frente a esse panorama, a CIL e a MNPL concordam que a única solução é a exportação. "O destino desse crescimento, pelos níveis de consumo do mercado interno, é somente o mercado internacional, de forma que as exportações não somente não podem sofrer nenhuma restrição, mas sim, que é necessária sua promoção. Frente à expectativa de queda de preços no mercado internacional e às dificuldades para a colocação de um volume maior de queijos, faz-se imprescindível restabelecer a aplicação de reembolsos (subsídios), uma vez que aumentar a oferta sem mercados consolidados certamente implicará em menores preços".

Outro dado importante é que a Argentina está trabalhando para fechar um novo acordo com o Brasil para a exportação de leite em pó. No começo de agosto, uma comitiva viajou a Porto Alegre com o objetivo de concretizar um aumento nas toneladas mensais que atualmente o Brasil importa (3.300 toneladas) antes da chegada da primavera, mas só falta uma semana para que isso aconteça e o acordo ainda não foi fechado. A reportagem é do Infortambo.
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