Argentina: indústria não investiu o suficiente para administrar crescimento da produção

"Não se tem feito investimentos necessários para que a capacidade instalada da indústria administre o crescimento da produção de leite registrado esse ano na Argentina", disse o analista do setor leiteiro e assessor das Confederações Rurais Argentinas (CRA), Juan José Linari. "Há muita preocupação entre os produtores, porque, em um contexto inflacionário, qualquer baixa de preços por parte da indústria compromete o futuro imediato", disse Linari, mencionando depois que "a incerteza é muito grande".

A redução de preços anunciada de maneira extra-oficial pelas principais indústrias de lácteos argentinas, que começará a funcionar de maneira generalizada a partir do terceiro trimestre de 2011, obrigará muitos produtores a replanejar sua estrutura de custos para se adaptar ao novo cenário. "Percebe-se a incerteza em um marco de deterioração de preços relacionados à macroeconomia".

O analista do CRA estimou que, esse ano, serão produzidos cerca de 11,3 bilhões de litros de leite na Argentina, contra 10,3 bilhões registrados no ano passado. "Qualquer litro adicional deveria ir diretamente para exportação".

As exportações de leite em pó integral (principal produto exportado pela Argentina) se recuperaram nas últimas semanas para aproveitar os bons preços internacionais. Porém, o nível de exportações do produto segue muito longe do potencial. No entanto, as exportações de queijos estão baixas. No mercado interno, alguns queijos de alto consumo começaram a registrar uma baixa importante em seus valores atacadistas a partir da sobreoferta gerada pelos excedentes de leite.

As informações são do Infocampo, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.