A Argentina deverá conduzir os exportadores de lácteos a outra rodada de aumento na produção mundial de leite no ano que vem, impulsionada pelo bom clima e alta lucratividade, somados à competição pelos importadores - notavelmente pela China.
O setor de lácteos da Argentina deverá continuar no ano que vem se recuperando da seca de 2009-10, quando 30% dos bezerros morreram, com os produtores atraídos pela lucratividade melhor do que a obtida por muitas colheitas agrícolas. "Os atuais retornos na soja são significantemente menores comparados com os dos lácteos", disse o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). "A produção de leite deverá aumentar mais", ainda que em apenas 3,8%, menos que o crescimento de 13,1% visto nesse ano, que demonstrou a recuperação do setor.
Contudo, a produção de leite em 2012, de 12,45 milhões de toneladas, deverá alcançar um recorde, aumentando em quase metade em uma década. Com o consumo doméstico já alto, de 210 litros per capita, grande parte dessa produção será excedente com relação aos requerimentos da Argentina e "serão processados em leite em pó integral, que será, então, exportado", disse o relatório do USDA.
"As exportações totais de produtos lácteos deverão aumentar de forma significante em resposta ao aumento antecipado na produção de leite". As vendas de leite em pó integral aumentaram em 12,6%, para um recorde de 250.000 toneladas, em grade parte aos outros países da América do Sul, mas também para países da Ásia, que são disputados por muitos exportadores de lácteos.
Esses comentários seguem uma série de dados mostrando bons dados recentes de produção em importantes nações exportadoras, incluindo Estados Unidos, onde a produção aumentou em 2,1% no mês passado com relação a outubro de 2010, impulsionada por quase 100.000 vacas leiteiras extras e por um aumento de 7,7 quilos por casa na produtividade.
Na Nova Zelândia, o principal exportador, a produção de junho a setembro, primeiros quatro meses da safra de 2011-12, foi 11% maior do que no ano anterior, mostraram dados da indústria. "Esse aumento na produção de leite é principalmente devido às condições climáticas prevalentes nesse ano, geralmente sendo ideais para o crescimento das pastagens", disseram analistas do Agrifax, notando que em setembro do ano passado a Nova Zelândia passou por neves, inundações e terremotos.
De fato, o Governo da Nova Zelândia reduziu as restrições sobre o volume nos caminhões de transporte de leite para garantir que os processadores possam acompanhar o crescimento na produção, apesar de estarem surgindo sinais de que a taxa está desacelerando em comparação com o ano passado. "O crescimento na produção de leite para a estação até agora está atualmente 10% menor e esse dado deverá continuar caindo à medida que a estação progride", disse o Agrifax.
A produção deverá continuar crescendo no próximo ano nesses países também, apesar de a taxas menores do que na Argentina, em 1,3%, para 89,99 bilhões de quilos nos Estados Unidos e em 1,8%, para 19 milhões de toneladas na Nova Zelândia, segundo estimou o USDA.
Na Austrália, outro exportador significante, a produção aumentará em 2,1%, para 9,75 milhões de toneladas, e no maior produtor, a União Europeia (UE), em 0,8%, para 143 milhões de toneladas, incluindo uma pequena contribuição do leite de cabra. A produção no Brasil deverá aumentar em 2,3%, para 31,3 milhões de toneladas. A Índia terá um rápido crescimento, de 4,5%, para 127 milhões de toneladas, incluindo leite de todos os tipos, sendo que sua produção é toda consumida domesticamente.
Os recentes aumentos na produção e expectativas de mais aumentou os medos de uma queda nos preços. Entretanto, os preços aumentaram no ultimo leilão da global Dairy Trade na semana passada, feito pela neozelandesa Fonterra, pela segunda vez em cinco meses.
A reportagem é do Agrimoney, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
Argentina deverá ofertar mais leite ao mercado externo em 2012
A Argentina deverá conduzir os exportadores de lácteos a outra rodada de aumento na produção mundial de leite no ano que vem, impulsionada pelo bom clima e alta lucratividade, somados à competição pelos importadores - notavelmente pela China.
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