A menos de um mês para que comece a funcionar um novo aumento de preços ao público dos produtos lácteos, autorizado pelo secretário de Comércio Interior da Argentina, Guillermo Moreno, as indústrias do setor anteciparam que não vão pagar mais pelo litro de leite aos produtores.
O setor produtivo vem lutando por um aumento que não chegará, e alega que o preço recebido pelo leite não mudou no último ano, enquanto os custos aumentaram.
Considerando um período maior, as indústrias, agrupadas em torno do Centro da Indústria Leiteira (CIL), indicam que nos últimos três anos o pagamento aos produtores aumentou 102% e os salários do setor industrial cresceram 91%. No mesmo período, as empresas dizem ter aumentado em 63,8% seu faturamento por litro de leite processado, segundo o presidente do CIL, Miguel Ángel Paulón.
O cálculo se baseia no valor de venda da indústria que, para 2009, foi de 1,77 pesos (US$ 0,40) por litro processado na forma de leites, iogurtes, leite em pó e demais produtos, contra 2,9 pesos (US$ 0,66) por litro processado em 2011. O indicador, segundo Paulón, inclui as vendas ao mercado interno e para exportação.
Isso, considerando uma produção de 11,5 bilhões de litros de leite, supõe um faturamento global de 33,35 bilhões de pesos (US$ 7,66 bilhões de dólares) durante ao ano passado.
No mesmo período, os produtores passaram de receber 0,74 pesos (US$ 0,17) por litro de leite em 2009 para o dobro desse valor, de 1,50 pesos (US$ 0,34) por litro em 2011. Seguindo o argumento das indústrias, os trabalhadores agrupados na organização Atilra recompuseram o salário em mais de 90% nos últimos três anos.
A indústria está em processo de recuperação dos aumentos da matéria-prima e da mão-de-obra nos últimos anos, disse Paulón. Segundo ele, nas atuais circunstâncias, não vemos margem para poder transferir o aumento à matéria-prima.
Em um comunicado emitido no final da semana passada, as entidades englobadas como Confederações Rurais, Federação Agrária e Sociedade Rural reclamaram por uma distribuição justa considerando os novos aumentos dos lácteos no varejo.
Moreno permitiu um aumento escalonado dos preços dos lácteos com o mesmo esquema do ano passado. O aumento, que começará a funcionar em março, será de 7% para todos os produtos massivos, 14% para os seletivos e 18% para o segmento premium.
É inaceitável a postura adotada pela indústria quanto aos preços pagos pela produção, que foram decrescendo desde junho de 2011, disseram as entidades que representam os produtores. Nesse período, a indústria se viu altamente favorecida pela forte exportação a preços muito rentáveis e um consumo interno com bons preços e muito demandante, disseram elas.
O analista do setor, José Quintana, disse que "é provável que o aumento dos custos industriais esteja consumindo a rentabilidade". Ao mesmo tempo, considerou legítima a reclamação dos produtores, "porque os custos também aumentaram".
A reportagem é do El Cronista, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
Argentina: aumento no preço do leite no varejo não deverá chegar aos produtores
A menos de um mês para que comece a funcionar um novo aumento de preços ao público dos produtos lácteos, autorizado pelo secretário de Comércio Interior da Argentina, Guillermo Moreno, as indústrias do setor anteciparam que não vão pagar mais pelo litro de leite aos produtores.
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