O Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA) publicou sua primeira estimativa de produção de leite para 2023, com base em uma pesquisa enviada a 30 indústrias do setor no país.
Segundo esse levantamento, a expectativa é de que seja alcançada uma produção de 11,47 bilhões de litros, 0,7% abaixo dos 11,5 bilhões de litros de 2022.
Vale lembrar que o ano passado fechou com uma produção praticamente igual à de 2021, com crescimento interanual de apenas 0,04%, depois de 2021 ter apresentado crescimento de 4% e 2020, de 7,4%.
Em todo o caso, a OCLA valorizou este resultado alcançado em 2022 apesar de “uma longa lista de fatores adversos”, como o controle de preços no mercado doméstico, a deterioração do poder de compra dos consumidores, a queda dos preços internacional no final do ano e a presença de tarifas de exportação acompanhada de forte atraso cambial.
Mas, mais do que tudo, diante de uma “seca prolongada e generalizada, com aumento dos preços dos concentrados em nível internacional” e dos efeitos negativos nos custos que significou o “dólar soja”.
De fato, segundo a OCLA, o preço do leite ao produtor ficou aquém das necessidades dos produtores ao longo de 2022: o valor subiu 92,8%, enquanto a inflação foi de quase 95% e o custo médio de produção do litro de leite medido pelo INTA subiu 97%.
Para a OCLA, apesar desses contratempos, “essa manutenção da produção em 2022 mostra claramente todo o trabalho que vem sendo realizado nas fazendas leiteiras com a incorporação de insumos e tecnologias de processo, onde melhorias no bem-estar animal, automação de processos, confinamento de rebanhos com mais sombra, mais água disponível, aspersores, ventiladores, aumento das produções individuais” tendo efeitos positivos na produção.
Previsões para 2023
Nesse contexto, voltando às previsões para 2023, a OCLA mencionou que “os dados fornecidos correspondem à variação interanual a leite constante para cada mês de 2023 em relação ao mesmo mês do ano anterior e à variação anual total”.
E depois esclareceu também que é apenas uma primeira previsão teórica que provavelmente sofrerá modificações ao longo do ano.
“Esta estimativa apenas tenta dar uma perspectiva para o ano de 2023, com base nos dados disponíveis à data da sua elaboração. As condições de alta volatilidade e incerteza que certamente caracterizarão o ano corrente podem gerar diferenças significativas em relação aos números projetados, que avaliaremos à medida que ocorrerem”, especificou.
As informações são do Infocampo, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.