ARG: La Sereníssima volta a lucrar e prevê expansão

Com a reestruturação financeira e um reposicionamento no mercado, o resultado líquido negativo de 110 milhões de pesos no primeiro semestre de 2008 deu lugar a um lucro de 80 milhões de pesos (cerca de R$ 40 milhões) no mesmo período de 2010. De volta ao azul, a La Sereníssima definiu sua expansão no exterior como fundamental e colocou o Brasil no topo das prioridades.

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A empresa argentina La Sereníssima vinha do maior prejuízo em oito décadas de existência, acumulava dívidas de US$ 230 milhões e tudo indicava que sua venda à francesa Danone era a única saída para não fechar as portas. Entretanto, com a reestruturação financeira e um reposicionamento no mercado, o resultado líquido negativo de 110 milhões de pesos no primeiro semestre de 2008 deu lugar a um lucro de 80 milhões de pesos (cerca de R$ 40 milhões) no mesmo período de 2010. A empresa deverá alcançar um faturamento de 4,2 bilhões de pesos (US$ 1,05 bilhão) neste ano - 30% a mais do que o registrado no exercício anterior.

Na Argentina, a La Sereníssima processa e vende 70% de todo o leite consumido no país. São 5,5 milhões de litros por dia que entram em suas sete unidades industriais. Mas a rentabilidade é tradicionalmente baixa e os custos têm subido em ritmo bastante veloz. Em um ano, o preço do leite bruto passou de 0,80 peso para 1,40 peso por litro. "E 55% do nosso custo de produção é matéria-prima", diz Ernesto Arenaza, diretor comercial da empresa.

Expansão no exterior

De volta ao azul, a La Sereníssima definiu sua expansão no exterior como fundamental e colocou o Brasil no topo das prioridades. A estratégia de internacionalização também inclui a Colômbia como parte da primeira etapa. "É uma forma de dar mais estabilidade às nossas operações e ficar menos dependente do mercado argentino. Se um país não estiver bem, teremos alguns ovos em outras cestas", afirma Arenaza.

De acordo com o executivo, é mais provável que a La Sereníssima dispense um sócio local e tenha operação 100% própria, mas não necessariamente com a marca usada na Argentina - pelo menos no início. "O que você compra, no caso do leite, é uma rede de abastecimento", diz Arenaza.

Para isso, a empresa considera que pode ser preciso desembolsar até US$ 50 milhões - o preço estimado de uma rede sólida de produtores de leite, segundo o diretor. Ele acredita que a grande oportunidade do mercado brasileiro é o segmento de iogurtes e sobremesas. Arenaza sublinha que o consumo médio de leite e derivados, no Brasil, ainda ronda 140 litros por habitante/ano. Na Argentina, fica perto de 210 litros. No entanto, a produção brasileira de leite praticamente dobrou desde o fim da década passada, enquanto a argentina manteve-se estagnada.

A matéria é de Daniel Rittner, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.


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