ARG: apesar do aumento, produtores reclamam do preço
No ritmo de aumento dos preços internacionais do leite em pó - que desde o começo do ano acumula uma alta de cerca de 50% e está a US$ 3.000 a tonelada -, em julho passado as usinas lácteas da Argentina começaram a melhorar, na maioria dos casos, o preço pago pelo leite aos produtores. Considerando-se o que a indústria prevê pagar pelo leite do mês atual, que será de cerca de 90 centavos de peso (US$ 0,2362) o litro, o aumento desde julho seria de aproximadamente 15%, segundo fontes empresariais.
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"Dos 78/79 centavos (US$ 0,2047/0,2073) o litro de julho passado, agora estimamos que o valor (pago aos produtores) será de 90 centavos (US$ 0,2362) em novembro", disse o presidente do Centro da Indústria Leiteira (CIL), Miguel Paulón.
Paralelamente, ainda que com demora na concretização dos pagamentos, o Governo argentino colocou em marcha um subsídio de 20 centavos (5,25 centavos de dólar) por litro para os primeiros 3.000 litros que são vendidos aos estabelecimentos que produzem até 12.000 litros diários. Assim, entre o preço pago pela indústria e as compensações, alguns produtores receberão pouco mais de 1 peso (US$ 0,26) por litro.
O subsídio finaliza em dezembro e há dúvidas sobre sua continuidade no próximo ano. No entanto, a Oficina Nacional de Controle Comercial Agropecuário (ONCCA) acaba de anunciar o pagamento de 82 milhões de pesos (US$ 21,52 milhões) pela compensação de setembro, que será efetivada nos próximos dias.
Segundo reportagem do La Nación, a La Serenísima pagará cerca de 92/93 centavos (US$ 0,2415/0,2441) por litro. Além disso, pagará cerca de 1 peso (US$ 0,26) por litro no final do ano. A SanCor, depois de ter pago em média 86 centavos (US$ 0,2257) em outubro passado, para novembro provavelmente volte a subir o preço. Com os maiores preços internacionais, as empresas que atendem ao mercado interno devem pagar mais para não perder mercadoria ante aos exportadores.
De qualquer forma, apesar da recuperação no preço do leite, os produtores dizem que a melhora não alcança a todos e que, inclusive, não cobre os custos, bem com o subsídio do Governo. "A maioria dos pequenos produtores receberam 75/78 centavos (US$ 0,1968/0,2047) por litro em outubro sem receber compensações", disse o representante da Federação Agrária Argentina (FAA), Guillermo Giannasi. O assessor de fazendas leiteiras em Trenque Leuquen, Matías Cardini, disse que a seca nessa região aumentou os custos e que, nesse contexto, a melhora dos preços é "exígua". Para o representante da Associação de Produtores de Leite, Manuel Ocampo, o preço ao produtor deveria ser de 1,20 pesos (US$ 0,31).
Por outro lado, segundo o presidente da CIL, quem não está em região com seca hoje, "está em uma situação mais folgada" em seus preços considerando o subsídio. Nesse contexto, estimou que para o CIL, nos primeiros dez meses de 2009, a produção subiu 1,5-2%. "Se fosse tão mal negócio produzir leite, não se daria essa situação".
Porém, há estudos que afirmam que os investimentos caíram. Segundo uma pesquisa com 400 produtores realizada por uma firma internacional para a firma DeLaval, o investimento de bens de capital (equipamentos de ordenha, entre outros) vem caindo em mais de 50% ano após ano durante os últimos três anos. "No que diz respeito aos equipamentos de ordenha, mais de 80% dos produtores argentinos não renovaram seu equipamento nos últimos 6 anos e 50% não o fizeram em mais de 10 anos. Somente 14% dos produtores pesquisados realizaram investimentos em suas fazendas leiteiras nos últimos dois anos", disse o presidente da DeLaval Argentina, Ezequiel Cabona. Segundo o empresário, o setor leiteiro precisa de maior rentabilidade para que os produtores possam investir.
Em 13/11/09 - 1 Peso Argentino = US$ 0,26251
3,80940 Peso Argentino = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
A reportagem é do La Nación, adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.
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