Após anúncio de abertura de capital, ações da JBS sobem 2%
Semana passada a JBS informou que a Vigor terá o capital aberto e após o anúncio, suas ações reagiram positivamente. Na sexta, os papéis subiram 2%, para R$ 7,13, enquanto o Ibovespa recuou 2,34%.
Publicado por: MilkPoint
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Na operação, a JBS propõe a seus acionistas a possibilidade de obter na Vigor a mesma fatia que possuem na empresa, por meio de permuta de ações. Quem não quiser receber papéis da Vigor poderá ficar apenas com JBS.
A intenção é fazer com que o mercado perceba melhor o valor de seu negócio de lácteos. Como uma empresa independente, a Vigor também poderá usar suas próprias ações em planos de opções para alinhar os interesses de seus executivos aos do negócio.
Alguns analistas observaram que, neste início, a Vigor deverá ter liquidez muito pequena.
A sua composição acionária deverá repetir o quadro de hoje da JBS. A família concentra 45,7% das ações e o BNDES, outros 37,1%. O percentual que fica de fato livre para a negociação na bolsa é de apenas 14%. Se todos os acionistas da JBS também migrarem, será essa a fatia inicial da Vigor na bolsa. A diferença é que a capitalização da JBS é de R$ 21,4 bilhões, enquanto a da Vigor é estimada em R$ 1,1 bilhão.
Valor da companhia pode ser até 4 vezes maior, diz seu presidente
Fora da JBS, a Vigor Alimentos pode valer até quatro vezes mais do que hoje. A avaliação é do próprio presidente da Vigor, Gilberto Xandó, que prepara a abertura de capital da empresa de lácteo se sua retirada da maior companhia de proteínas animais do mundo.
"A Vigor poderia valer de três a quatro vezes mais, pelo portfólio e a qualidade de seus produtos, pelas marcas que tem e por brigar em um mercado competitivo como São Paulo, onde tem uma liderança consolidada", afirmou o executivo. Os controladores da JBS acreditam que podem ser mais bem remunerados pelo capital da Vigor se a empresa estiver fora da estrutura da multinacional.
Se aceitarem a oferta, os acionistas do JBS poderão realizar conversões até alcançar na nova Vigor a mesma participação que possuem hoje no capital do frigorífico. Quem aderir ao negócio terá uma queda de participação relativamente pequena no capital da JBS, já que a processadora de carnes vale aproximadamente 20 vezes mais do que a Vigor.
As ações recolhidas pela JBS na operação serão extintas, mas a companhia ficará com os papéis da Vigor eventualmente rejeitados pelos acionistas. Assim, a JBS provavelmente será uma das sócias da empresa de lácteos.
Xandó espera que a estatal siga o mesmo caminho dos demais controladores. "É lógico que é importante eles entrarem. [O BNDES] é um parceiro de longo tempo do JBS, e seria muito bom que participassem também na Vigor", afirma. O BNDES não quis comentar sua possível adesão à Vigor. O banco estatal tomará uma decisão sobre a participação no capital da nova empresa assim que a JBS definir a relação de troca de ações - o que acontecerá apenas após o sinal verde da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Vigor decide nacionalizar sua marca
Wesley Batista, presidente da JBS, traçou uma meta de fazer da Vigor um nome nacional em lácteos, a marca "guarda-chuva" de um mix completo, do leite ao parmesão, passando por iogurte e molhos cremosos.
A expansão nacional da marca se dará "em ondas" a partir do Estado de São Paulo, onde estão 65% das vendas da Vigor, segundo o executivo. O primeiro alvo é Minas Gerais, onde a empresa pretende ter uma fábrica no início de 2014. "Só 5% do nosso faturamento vem de lá", disse o presidente da Vigor, Gilberto Xandó. Em Minas, está uma das maiores bacias leiteiras do país. Na sequência dos mercados a receber maior atenção da Vigor estão Paraná, Rio de Janeiro e Centro-Oeste.
A fábrica de Minas integra os investimentos de R$ 200 milhões que a Vigor deve fazer nos próximos anos em bens de capital (Capex), até atingir o esperado faturamento de R$ 5 bilhões. Mas o maior aporte a ser realizado até meados de 2013 será em marketing, para tornar a marca Vigor e todo o portfólio da companhia - Danúbio (premium), Leco (saudáveis), Faixa Azul (parmesão), Serrabela (queijos finos) e Amélia (foodservice) - relevantes para as demais regiões do país.
As matérias são do Valor, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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