Alimentos Nilza tem um mês para evitar falência

A Indústria de Alimentos Nilza tem um mês para tentar evitar a decretação da falência da companhia pela Justiça. Sem produzir desde abril e com as duas unidades processadoras de Ribeirão Preto-SP e de Itamonte-MG fechadas, a Nilza não tem receita para honrar o início do pagamento de grandes credores do plano de recuperação judicial, previsto para 21 de outubro.

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A Indústria de Alimentos Nilza tem um mês para tentar evitar a decretação da falência da companhia pela Justiça. Sem produzir desde abril e com as duas unidades processadoras de Ribeirão Preto-SP e de Itamonte-MG fechadas, a Nilza não tem receita para honrar o início do pagamento de grandes credores do plano de recuperação judicial, previsto para 21 de outubro.

"Se não houver o cumprimento do plano, automaticamente a lei diz que o juiz deve decretar falência; há expectativa de que algum investidor capitalize a Nilza para evitar a falência, ou para dar o cumprimento ao plano", afirmou à Agência Estado o juiz Héber Mendes Batista, da 4ª Vara Cível de Ribeirão Preto-SP. Batista homologou, em outubro do ano passado, o plano de recuperação judicial da Nilza, pelo qual empresa se comprometeu a iniciar da maior parte do pagamento da dívida de R$ 340,8 milhões daqui a um mês.

O próprio juiz reconhece que somente a capitalização por meio de um investidor deve salvar a Nilza. "Com fábrica parada e sem produção, efetivamente a recuperação da empresa dependerá da capitalização com um investidor", afirmou. O prazo para que esse investidor seja anunciado é de, no máximo, 15 dias. Isso porque se todos os prazos judiciais forem cumpridos, Batista teria também 15 dias para publicar editais de convocação, ou seja, a tempo de evitar a decretação da falência.

Além do plano de recuperação judicial, o juiz avalia ainda ao menos um pedido de falência por atrasos nos pagamentos de credores extraconcursais da Nilza, os feitos após a aprovação do plano. O primeiro pedido de falência foi em maio pela Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil), que não recebeu R$ 259,1 mil em duplicatas vencidas e protestadas relativas ao fornecimento de leite.

O presidente da empresa, Adhemar de Barros Neto, que tem 65% da Nilza - os 35% restantes são do Fundo de Participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDESPar) - não tem atendido a imprensa desde o pedido de recuperação judicial.

Barros Neto adquiriu os ativos da Nilza em dezembro de 2005, em um processo que marcou a transição da antiga central de cooperativas para uma empresa privada. À época, a Nilza já havia enfrentado algumas crises, mas o empresário conseguiu retomar a produção e fazer com que a marca de leite longa vida, a qual chegou a ser a líder no mercado paulista, com 20% de market share, voltasse às prateleiras dos supermercados.

No início de 2009, com a crise mundial de liquidez, a Nilza fechou a unidade adquirida em agosto do ano anterior da Montelac, em Campo Belo-MG. Na operação de compra da empresa mineira, o BNDESPar injetou R$ 120 milhões e passou a ter 35% da Indústria de Alimentos Nilza. A capacidade máxima de captação e processamento das duas unidades da empresa era de 1 milhão de litros de leite por mês, volume que não chegou a ser atingido. Endividada e sem crédito, em maio de 2010, a empresa informou que estava à venda, suspendeu o processamento e concedeu férias coletivas aos 255 funcionários. Todos foram demitidos no mês seguinte.

A matéria é de Gustavo Porto, publicada na Agência Estado, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.


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Alex M. M. Sá Andrade
ALEX M. M. SÁ ANDRADE

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 21/09/2010

A justiça tarda mas não falha .... pena que ninguem vai receber um tostão ...porque aqui é Brasil....se fosse em outo local o dono já seria preso e seus bens que não são poucos seriam usados para pagar a divida...
Qual a sua dúvida hoje?