Grãos: soja e algodão dão gás a empresas agrícolas

Com a ajuda de São Pedro, as empresas de capital aberto que se dedicam à produção agrícola tiveram motivos para comemorar em 2018. Pela segunda safra consecutiva, o clima contribuiu para mais uma safra recorde de soja. E, apesar dos problemas derivados da greve dos caminhoneiros e o posterior tabelamento dos fretes, a elevada produtividade do grão e do algodão, aliada à guerra comercial entre China e EUA, propiciou boa rentabilidade e compensou as perdas com o milho.

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Com a ajuda de São Pedro, as empresas de capital aberto que se dedicam à produção agrícola tiveram motivos para comemorar em 2018. Pela segunda safra consecutiva, o clima contribuiu para mais uma safra recorde de soja. E, apesar dos problemas derivados da greve dos caminhoneiros e o posterior tabelamento dos fretes, a elevada produtividade do grão e do algodão, aliada à guerra comercial entre China e EUA, propiciou boa rentabilidade e compensou as perdas com o milho.

Figura 1

Nesse contexto, as ações da SLC Agrícola se destacaram e subiram 64,8% em 2018, enquanto o valor de mercado da empresa cresceu R$ 1,4 bilhão, para quase R$ 4 bilhões. No terceiro trimestre, sua margem do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) estava em 30,7%, ante 27,3% no mesmo período de 2017. A receita líquida acumulada de janeiro a setembro alcançou R$ 1,3 bilhão. Os resultados foram favorecidos pela valorização do dólar, sendo que cerca de 50% da colheita de soja do ciclo 2017/18 havia sido negociada no quarto trimestre de 2017.

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Apesar das cotações deprimidas da soja em Chicago, com a guerra comercial entre China e EUA os prêmios pagos nos portos brasileiros foram mais do que um alento. A tendência, conforme analistas do banco JP Morgan, é que os papéis da SLC sigam em alta, já que as perspectivas de lucro em 2019 também estão promissoras com o bom desenvolvimento da safra atual e em virtude do câmbio.

Na mesma toada, as ações da BrasilAgro subiram 32,2% em 2018 e o valor de mercado da companhia aumentou R$ 176 milhões. Parte da receita da empresa vem da venda de terras agricultáveis, cujos preços registraram alguma recuperação no ano passado - no ano-safra 2017/18, a receita da BrasilAgro com a venda de terras cresceu 46%.

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Mesmo com os ventos favoráveis, as ações da Terra Santa, caíram 17,8% em 2018, em consequência, sobretudo, de seu alto nível de endividamento. No fim de setembro, a dívida total estava em R$ 947,04 milhões, cerca de 80% do valor da empresa, enquanto a da SLC, por exemplo, representava 25%. Recentemente, a Terra Santa anunciou que renegociará uma dívida bancária de US$ 85,1 milhões com a subsidiária do banco Itaú nas Bahamas com o intuito de adequar o fluxo financeiro à geração de caixa operacional. O contrato com o Itaú representa cerca de 35% da dívida total.

Na área de insumos, a Fertilizantes Heringer amargou resultados negativos em 2018, mas rumores de negociações envolvendo a venda do controle da empresa impulsionaram as ações da companhia na B3. A alta alcançou 76,5% e o valor de mercado cresceu R$ 4,9 bilhões.

De janeiro a setembro, a empresa registrou queda de 17,2% no volume vendido de adubos - enquanto as entregas no mercado total cresceram 4,3% - e teve prejuízo líquido de R$ 442 milhões, o quádruplo ante registrado nos nove primeiros meses de 2017. De julho a setembro, foi o terceiro trimestre consecutivo Ebitda negativo (R$ 24,1 milhões). Segundo análise do BB Investimentos, os resultados foram afetados pela queda dos preços dos fertilizantes no mercado externo e pelo efeito do real desvalorizado, já que o Brasil depende de importações.

As informações são do jornal Valor Econômico, adaptadas pela Equipe MilkPoint.

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