Aceleração da inflação em outubro não deve persistir, dizem analistas

O balanço de riscos para a inflação ficou mais favorável neste fim de ano, mas outubro foi um mês de preços mais altos principalmente devido aos alimentos, avaliam economistas. Segundo a estimativa média de 35 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou de 0,48% em setembro para 0,56% na medição atual.

Publicado por: MilkPoint

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O balanço de riscos para a inflação ficou mais favorável neste fim de ano, mas outubro foi um mês de preços mais altos principalmente devido aos alimentos, avaliam economistas. Segundo a estimativa média de 35 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou de 0,48% em setembro para 0,56% na medição atual.

As projeções para o indicador oficial de inflação, que será divulgado hoje, vão de aumento de 0,42% a 0,61%. No acumulado em 12 meses, as previsões apontam que a alta do IPCA passou de 4,53% para 4,66%, mas a expectativa é que o índice volte a ficar abaixo da meta anual de 4,5% já em novembro, quando a bandeira tarifária amarela deve provocar deflação no dado mensal.

O acréscimo menor nas contas de luz em razão do aumento no nível dos reservatórios, a apreciação do real em relação ao dólar e a queda das cotações do petróleo no mercado internacional são fatores que vão contribuir com a inflação no curto prazo, especialmente neste mês, de acordo com Leonardo França, da Rosenberg Associados. Em outubro, no entanto, o IPCA ficou em 0,53%, calcula ele, pressionado pelos alimentos, cuja oferta foi afetada pelo clima mais chuvoso.

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Em outubro, França estima que o grupo alimentação e bebidas registrou alta de 1,02% (ante 0,1% em setembro), com forte pressão dos itens in natura. A parte de tubérculos, raízes e legumes, por exemplo, deve ter subido mais de 30%, com alta de 70% do tomate, menciona o economista. Ele também prevê aceleração nos preços de carnes e aves, mas bem mais modesta, enquanto os de leite e derivados ficaram no terreno negativo.

Além dos alimentos, os artigos de vestuário ficaram mais caros no último mês nas projeções da consultoria, com aumento de 0,58%, movimento sazonal explicado pela troca de coleção nas lojas. Na medição anterior, eles haviam recuado 0,02%. Para França, podem ter ocorrido reajustes adicionais nesses preços visando a Black Friday, dia de descontos que ocorre no fim de novembro.

Em sentido contrário, os transportes deixaram aumento de 1,69% e, agora, subiram 0,86%, observa o economista. A descompressão, de acordo com ele, ficou a cargo das passagens aéreas - que repetem a taxa do IPCA-15 e desaceleraram de 17,1% para 7,4% entre setembro e outubro - e dos combustíveis, que já começaram a refletir os reajustes negativos nas  refinarias. Em seus cálculos, os combustíveis para veículos diminuíram sua alta de 4,18% para 2,15%. A expectativa é que, em novembro, esse subgrupo tenha variação negativa, diz França.

No piso das estimativas, a equipe econômica do Santander trabalha com variação de 0,42% para o IPCA no mês passado, "refletindo algum alívio nos preços dos combustíveis, por causa da valorização recente do real e da queda do preço do barril de petróleo".

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Como em novembro essa dinâmica deve ser mantida e a bandeira amarela vai provocar queda das tarifas de eletricidade, o indicador oficial de inflação pode registrar redução no período, avaliam. "Com isso, nossa projeção para a variação do IPCA em 2018 é de 4,3%, abaixo do centro da meta."

Segundo o UBS, a alta de 0,58% esperada para o índice de outubro reflete "algum repasse" da depreciação cambial ocorrida naquele mês, para preços de alimentos, combustíveis e bens industriais. No mês seguinte, no entanto, o IPCA vai arrefecer para 0,10%, puxado pelo alívio no câmbio, que reduz de forma rápida os preços da gasolina e do diesel. "Adicionalmente, os preços de energia elétrica vão cair em razão da melhora no nível dos reservatórios", comentam os economistas do banco.

Por ora, o UBS mantém a previsão de 4,6% para a inflação oficial de 2018, mas pode revisar esse número para baixo a depender do resultado de novembro.

França, da Rosenberg, projeta que o IPCA vai recuar 0,1% no mês atual e encerrará o ano com alta de 4,2%. "Em novembro o índice em 12 meses deve voltar a ficar abaixo de 4,5%. O cenário inflacionário para o último trimestre melhorou bastante", disse.

As informações são do jornal Valor Econômico.

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