A Fundação do Conselho Internacional de Informações sobre Alimentos (IFIC, na sigla em inglês) entrevistou os norte-americanos sobre a compreensão dos mesmos sobre a rotulagem de produtos lácteos e produtos alternativos. Cerca de três quartos não estavam confusos se um produto continha ou não leite de vaca. A pesquisa dá uma nova perspectiva para que a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA atue nos regulamentos de rotulagem de produtos.
À medida que as alternativas a produtos lácteos ganham popularidade, é normal que as marcas rotulem seus produtos com nomes como "leite de amêndoa" ou "queijo vegano", usando termos lácteos, mesmo que o item não contenha lácteos. Com isso, a indústria de laticínios está solicitando que o mercado de produtos não lácteos utilize palavras como "alternativas" ou "substitutos" em sua rotulagem para evitar que os consumidores se confundam sobre o que estão comprando e quais podem ser os benefícios para a saúde.
Durante o verão, a FDA se comprometeu a examinar a rotulagem, revendo e modernizando o padrão de identidade dos produtos lácteos. Na ocasião, o comissário Scott Gottlieb afirmou que eles têm que compreender mais profundamente se os consumidores estão se confundindo devido a forma que o termo ‘leite’ é utilizado nas rotulagens.
Ele citou questões de saúde pública como razão para a mudança, compartilhando os casos de bebês cujos os pais deram leite de arroz em vez de leite de vaca, causando problemas em seu desenvolvimento e crescimento. No entanto, esses casos são poucos e, de acordo com o novo estudo da IFIC, as pessoas não estão tão confusas.
Após uma pesquisa com 1.000 adultos dos EUA, a IFIC descobriu que menos de 1 em cada 10 acredita que bebida vegetal de coco, soja, amêndoa, caju e arroz contêm leite de vaca. Alguns relataram que não sabiam, mas 75% estavam cientes que as bebidas à base de soja e amêndoas não continham leite de vaca, 74% para o coco, 73% para o arroz e 72% para o caju.
A maioria também sabia quais produtos contêm leite de vaca, como leite integral (90%), leite com chocolate (85%), leite sem gordura (78%), leite desnatado (74%) e manteiga (77%). A pesquisa revelou que pessoas com menos de 45 anos (43%), de cor (48%) e com nível superior (44%), são as mais propensas a comprar substitutos de leite não lácteos. Essa população tem maior concentração no oeste dos EUA (45%).
A FDA está conduzindo uma pesquisa própria sobre o assunto. Ela busca atualizações sobre tecnologia alimentar, ciência nutricional, práticas de fortificação e tendências de marketing para melhor servir os consumidores e compreender os seus hábitos e necessidades de compra. Em setembro, o órgão divulgou uma solicitação pública de informações para auxiliar na elaboração de uma nova política de conformidade que delineará a abordagem de aplicação da rotulagem.
“Demos o primeiro passo neste processo. Estamos interessados em saber se os consumidores estão cientes e compreendem as características nutricionais e as diferenças entre esses produtos - e entre esses produtos e os lácteos - quando fazem escolhas alimentares para si mesmos e para suas famílias", concluiu Gottlieb
As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.