Nasce uma nova estirpe de produtor de leite no Brasil |
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INSERIR VÍDEO
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WAGNER BESKOWCRUZ ALTA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO EM 02/06/2014
Athos,
Agradeço tuas palavras. Os tempos mudaram a ponto de não deixar mais espaço para produtores do tipo "patronal extrativo" e "familiar sobrevivente". A repercussão do artigo é sinal de que todos já se deram conta disso, o que muito anima a todos que trabalham por mudanças, sejamos nós produtores, técnicos, professores, pesquisadores e tantos outros. Em frente com o SIPS, certamente! Grande abraço. |
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ATHOS MINOTTO BRENDLERHULHA NEGRA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE EM 01/06/2014
Apesar deste artigo já ter sido publicado a mais de um ano, ele e sua grande repercussão, permanecem muito atualizados. Muitos conceitos foram reforçados e novos aprendidos. Parabéns Dr. Wagner.
E vamos em frente com o SIPS. |
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WAGNER BESKOWCRUZ ALTA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO EM 05/06/2013
Prezado Kazanowski: Se considerarmos o que predomina no mercado de rações, é verdade a questão qualidade que colocas, com exceções que conheço. Quanto à composição delas para sistemas base pasto, concordo 100%. Na medida que o uso eficiente de pastos de alta qualidade aumente, as fábricas de ração terão que ir se ajustando. Queremos alto NDT, mas baixa proteína para esses casos. O milho nos dá isso, pena que o milho brasileiro é tão inferior ao americano em NDT.
O ponto que me referi foi ao mau uso da silagem grão úmido e o produtor que a utiliza para tapar falta de volumoso e causa acidose. Outra coisa: silagem grão úmido é mais cara colocada no cocho que grão de milho seco, em minha visão, só se justificando para milho safrinha da Região Sul quando as lavouras não chegam a ficar prontas antes do frio chegar. Do contrário eu recomendo segurar o grão no pé e colher tudo. É economicamente mais negócio. Agradeço por tuas muito bem vindas contribuições. Abraço, Wagner https://www.facebook.com/Transpondo |
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ENGº AGRÔNOMO DANIEL SEFFRIN HERTHERCAIBATÉ - RIO GRANDE DO SUL - CONSULTORIA/EXTENSÃO RURAL EM 08/03/2013
Sou Eng. Agrônomo-Geomensor, Consultor em Agropecuária, Produtor Rural de Grãos e Criador de Gado Leiteiro Holandês - Jersey para a Produção de Leite em Caibaté, região das Missões no Rio Grande do Sul. Tive o prazer de conhecer o Prof. Wagner e ouvir muitas de suas palestras aqui no estado e concordo plenamente com ele de que a elaboração de ração feita em casa, além do risco de toxinas e perdas; é também muito mais cara para o produtor. Calculei e recalculei os custos/kg de ração e não me convenci de fazer. Com os preços em alta das principais fontes de energia e proteína (milho e soja) e mais os suplementos já citados pelo prof., estava com 0,12 centavos/kg de ganho com uma ração 20% comercial. Gostaria que alguém me provasse o contrário porque afinal somos produtores e queremos sempre aumetar nossos resultados. Desde já agradeço algum comentário em relação ao assunto. Abraço Beskow e aos leitores.
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LUCAS SALVADOR PEREIRAPOUSO ALEGRE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 01/03/2013
Professor Wagner,
Sou produtor de leite (na atividade há dois anos) começando do nada e disposto a fazer o certo, o que mais provavelmente me levará ao sucesso na atividade.Moro em Pouso Alegre, sul de Minas Gerais, com inverno mais frio.No meu entendimento, o pastejo rotacionado (irrigado se necessário) com suplementação razoável de concentrado (mais ou menos 4 kg/cab/dia), vacas de bom potencial genético e pequeno porte, produzindo cerca de 15 litros vaca/dia no período das águas me parece uma opção razoável. No seu sistema intensivo com suplementação como seria o manejo alimentar do gado no inverno? Atualmente, uso cana com uréia mais concentrado para manter média de 15 litro/dia. Devo irrigar, usar sobressemeadura de aveia com azevem. Na sua opinião, estou no caminha certo? Onde encontro informações sobre os seus SIPS? Muito Obrigado. |
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MICHEL KAZANOWSKIQUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE EM 10/02/2013
Caro Wagner,
Vejo o grão úmido com bons olhos. Tem custo, sem duvida. Mas se pensarmos em ração comercial, de modo geral, o que se vende não é o que necessitamos em nosso sistema de produção intensiva a pasto. Precisamos de concentrado com alto valor energético, com concentração de amido, alta digestibilidade e baixo teor protéico. Dificil encontrar! Não preciso plantar milho em minha propiedade. Os produtores são assanhados por variedades de milho cada vez mais precoce para colher o quanto antes e plantar safrinha. Se tu propor colher 15 dias antes eles aceitam na hora. Milho de alta qualidade, de lavouras com produção acima de 200 sacas/ha de grao seco (ve-se que é planta bem nutrida), com maior digestibilidade que o grão seco, maior teor protéico e uma caracteristica a ser destacada, estabilidade. A ração que tu compra hora é feita com ingredientes de alta qualidade, quando disponíveis, hora com péssimos como milho safrinha morto por geada, colhido com alto teor de umidade, que muitas vezes enbolora nos armazens até ser secado, sorgo ou outros grãos de menor degradabilidade. Mais um ponto é que tendo ingredientes separados faz-se a dieta que melhor se adapta a sua necessidade naquele momento, dependendo do volumoso que esta sendo utilizado. Abraço Michel Kazanowski |
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WAGNER BESKOWCRUZ ALTA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO EM 10/02/2013
Nelchior,
Realmente tem muita ração comercial de péssima qualidade, principalmente para os que buscam apenas preço. Como é importante separar o "joio do trigo", e por existir excelentes rações, uma orientação que sempre dou é pedir a composição da ração ao fornecedor assim como informações bromatológicas desta. Se der sorte, às vezes é do mesmo lote, mas em geral é uma análise feita de um outro lote mais antigo, de mesma composição (se for empresa idônea). De posse desta informação e pretendendo comprar deste fornecedor por longo prazo, vale a pena enviar, por conta própria, uma amostra para um laboratório fazer a bromatologia pelo método NIRS, para então confrontar esta com o que o fornecedor informou. Um dos principais pontos a observar no concentrado é o NDT. Se a base for pasto verde de alta qualidade, quanto menos proteína melhor (e mais barato). Entendo o que dizes. Apenas aproveitei tua questão para deixar o alerta aos que deixam de considerar os pontos que levantei. Tem vaca por aí "fuçando que nem porco" de tanto grão úmido... Sobre a soja em pequenas propriedades, é realidade em várias partes do Brasil, infelizmente. Já milho grão é menos, mas mesmo assim tem bastante. Tuas preocupações procedem. Abraço e obrigado por tua participação. |
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NELCHIORGUARACIABA - SANTA CATARINA - ESTUDANTE EM 10/02/2013
Wagner, não estou dizendo que, SGU é a solução, e nem substituir SGU por SMPI, coompreendo e reflito seu feedback.
Pois essa é a realidade na minha região, pequeno produtor plantado soja e milho e realmente vaca passando fome por falta de pasto. Em relação (a fabrica dilui custo), eu acredito e MUITO está claro que não tenho experiencia suficiete para tratar desse assunto, mas te digo, que na pratica seguida de confirmação laboratorial existe ] ] muito inferior a papel de jornal com ureia, salvo as exceção. |
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WAGNER BESKOWCRUZ ALTA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO EM 10/02/2013
Prezado NELCHIOR:
Cada caso requer ser analisado com atenção especial, mas como regra geral, posso te afirmar o seguinte: 1) O leite bem trabalhado é de 8 a 10 vezes mais rentável que soja e milho grão. 2) Produtor de leite que tenha restrição de área deve se profissionalizar e se especializar no leite e parar de colocar dinheiro fora com lavoura (a esposa sabe disso!). Estas culturas, com a atual tecnologia que exigem, são para lavouras de 300 ha para cima para valerem apena, sobretudo por causa do maquinário. 3) O concentrado ("ração") formulado em casa sai mais caro que a ração comercial de qualidade por motivo de economia de escala. A fábrica dilui custos em muitas toneladas. Tens que computar o tempo envolvido (tempo é dinheiro) mais a qualidade final do produto, sobretudo se se for incluir aditivos como bicarbonato, gordura protegida, monensina sódica etc. O produtor pode trocar tempo (grande no processo manual) por equipamento, mas é um investimento que não se paga (capital + depreciação), a não ser em grandes propriedades (mais de 300 vacas). 4) O mercado de ração para gado de leite é altamente competitivo. As empresas trabalham com margens pequenas, facilitam aquisição de silos para armazená-la, se cooperativas ainda facilitam o pagamento etc. 5) Por tudo isso, o negócio é aprender a produzir pasto de qualidade e a fazer a vaca colhê-lo com eficiência, suplementando com concentrado para ir mais longe e com silagem para suprir as faltas de pasto. Perde dinheiro e perde tempo quem insiste em lavoura para grão em pequena propriedade. Sobre a silagem de grão úmido (SGU), é a principal fonte de acidose ruminal que conheço no campo. Só porque tem a palavra "silagem" o produtor acha que pode substituir a SMPI (silagem de milho planta inteira) por SGU e não pode! SGU é CONCENTRADO energético! 1) Não vale a pena pelos mesmos motivos acima. 2) Perder a planta do milho para ficar só com o grão é esquecer que a vaca é ruminante. Isso veio da suinocultura e infestou que nem praga as propriedades produtoras de leite. 3) Salva bicho? Salva! Mas é esse o propósito da propriedade, salvar? Produz leite? Depende do volumoso que acompanha. Vale a pena? Não. É extremamente cara, é um desperdício e vale apenas como tapa buraco de exceção e emergência. As observações acima refletem minha experiência e meus dados. Certamente outros terão outras experiências. Notem: temos penúria no campo. Vacas morrem de fome. Nessas condições até papel é comida para vaca (basta adicionar uma fonte proteica junto) que ele também "salva bicho". O sujeito que perdia animais, adota papel jornal e ureia, conclui que "vale a pena". Tudo é uma questão de ponto de vista e objetivos da atividade. Nelchior, fui enfático porque muitos produtores tem focado nas coisas erradas. Estás concluindo tua faculdade e tens grandes desafios pela frente. Um deles é fazer o produtor ganhar dinheiro no leite. Pensa com carinho nos pontos acima. Muito obrigado e boa sorte na profissão. |
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NELCHIORGUARACIABA - SANTA CATARINA - ESTUDANTE EM 09/02/2013
Olá Wagner, mais uma vez está de parabéns, muito foi falado sobre produtores, tecnicos, imdustria, preço, qualidade entre outros, como produtor de leite e estudante de Medicina Veterinári 10° semestre, é possivel sim ganhar dinheiro produzindo leite, mesmo com tantas entraves enfrentada, seja ela de qualquer natureza. Cito uma, (custo de produção) gostaria de saber do seu ponto de vista, a possibilidade do produtor com auxilio de um tecnico qualificado formular o concentrado para suplementação na propriedade? visto que, a grande maioria dos produtores de leite, produz milho e soja, vendem esses produtos e compram o concentrado ( ai vem a choradeira leite não da dinheiro, muito custo), vejo uma alternativa economicamente viável, silagem de grão umido de milho, a qual utilizo a mais de 5 anos, sem problema algum.
até Nelchior |
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WALFREDO GENEHRIBAITI - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO EM 08/02/2013
Caro Michel, resultados superiores a esses são relatados por Cruz Filho et al. (1996), em pastagem de capim-elefante irrigado, na Região Norte de Minas Gerais, onde foram obtidas produções de leite acima de 30.000 kg/ha/ano.
O exemplo usando 4 vacas produzindo 20,5 lt de leite em média, foi para me aproximar de ideia de atingir o modelo do Daniel entre estes o peso corporal e da demanda de matéria seca. E, em cima disto, falando que achava temeria a situação, pois não via viabilidade. Pois para atingir os objetivos propostos, teríamos que ter 100% da pastagem aproveita, que não se consegue, geralmente é de no máximo 70%, e ter uma necessidade de conversão por PV 2.5% para ter a relação de 1:1. Agora, usando o modelo de Cruz Filho et al. (1996), se você trabalhar com animais com PV médio 420 kg, com um consumo de 3% do PV, que lhe dá uma relação de 1 kg de MS/ha = 0,91 lt de leite/ha /ano. Vais ter um consumo 12,6 kg de MS/animal/dia. Tendo uma FDN entre 40 a 50% que se consegue dependendo manejo dado à pastagem, com PB em volta de 13%. Você consegue uma produtividade média por vaca acima de 15 lt. Com uma lotação média de 6 animais /ha, chegas a uma produtividade de 32.850 lt/ha/ano. Isto sem suplementação. Mas, não podemos esquecer que agora estamos trabalhando com um modelo teórico, na prática, dentro de situações particulares, podemos ter resultados menores ou maiores. Abraço, Walfredo |
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MICHEL KAZANOWSKIQUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE EM 08/02/2013
Ola Walfredo,
Gostaria de considerar algumas coisas sobre seu ultimo post. Para atingir uma produtividade de 30.000 litros/ha/ano proposto tu colocas uma lotação de 4 vacas/ha e um consumo de 1kg de MS para cada litro produzido. Portanto estas vacas para produzir 20,5 litros em média teriam que consumir 20,5 kg de MS de pasto. Se tratando de capim C4 isso é impossível. O consumo médio de uma vaca jersey ou jersolando, em média, fica em 12 a 14 kg de MS de pasto, quando bem manejado. Para atingir o restante da produção o demais terá de ser suplementado por concentrado. Isso leva a uma redução ainda maior do consumo de volumoso Não há problema nisso, porém uma produção de 7500 litros por ano usando vacas jersey ou cruzadas, de peso médio de 450-500kg manejadas a pasto fica dificil. Diria que para atingir esta meta deveriamos trabalhar com tais animais, esperando uma produção entre 4500 a 5000 litros/ano, portanto uma lotação de 6 a 7 vacas que consumiriam as 30 ton. produzidas. Se tratando de MG, no caso do Daniel, o tifton alcançaria tal produção com folga. Abraço Michel Kazanowski |
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WALFREDO GENEHRIBAITI - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO EM 08/02/2013
Daniel, eu teria interesse, sim, sobre o artigo. Mas, o que me preocupa é o volume muito alto por m² de esterco de suíno usado. O risco de impacto ambiental é grande, no que se referente à contaminação do lençol freático com níveis tóxico de potássio. Já que a dinâmica de deslocamento do potássio é alta, recomenda-se, normamente, o seu uso, conforme a indicações através de análise de solo, em parcelamento com o nitrogênio, para um melhor aproveitamento pelas plantas e diminuir a contaminação do lençol freático. Como veterinário, sabes bem o que é uma intoxicação por potássio. Outro detalhe, com o uso nesta quantidade e de forma continuada, em curto espaço de tempo, também, o nível de fósforo começa a ficar crítica, de maneira a interferir na disponibilidade do zinco para a planta. Outra questão é a quantidade de matéria seca de tifton produzido, será que não é volume de massa verde? Pois, neste nível de adubação, só conheço o capim elefante que poderia chegar a este volume de matéria seca por ha, que é de 77.000 kg/ano. Mas, mesmo assim, ainda continuo com a minha posição com relação à recomendação que te fiz, já que estamos falando em um universo teórico, o certo é ver em pequena escala, na sua propriedade, se estes números conferem.
Abraço, Walfredo |
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DANIEL VIEIRA BATISTAUBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - CONSULTORIA/EXTENSÃO RURAL EM 08/02/2013
Prezado Walfredo,
Estou lendo um artigo do Luis César Dias Drumond onde ele fez um experimento jogando 200 m3/ha/ano de dejeto de suíno tendo uma produção de 5928 Kg de MS por ciclo de 28 dias. Claro que a época do ano vai influenciar tendo uma menor produção no inverno e maior no outono. Se você quiser posso te enviar o artigo. Att Daniel |
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ANTONIO CELSO FERREIRA FERRAZCACHOEIRA PAULISTA - SÃO PAULO - CONSULTORIA/EXTENSÃO RURAL EM 08/02/2013
Bom dia! Muito bom texto!
Sou técnico da extensão pública numa região tradicional de leite. Mão de obra existe ainda, pordutor de leite também, fazendas leiteiras e compradores industriais e cooperativas. Por outro lado somos uma população de 5% na zona rural e 95% nas cidade, logo o produtor rural é deixado de lado pela sociedade, governo e até familiares. Acomodado nesta situação triste e de degradação pessoal, de produção rural, familiar, a zona rural compete com a cidade com muita desigualdade. Na cidade aqueles que não quiseram mudar, acabaram: vejamos os mercadinhos, empórios, padarias familiares, farmácias tradicionais... Na roça sobraram aqueles que não desistiram ainda e aqueles que estão tentando mudar!!! A produção regional de leite continua a mesma até crescente, mas o número de propriedades leiteiras diminui sempre. Então trabalhamos como "uma injeção de ânimo" com os produtores que querem mudança. Infelizmente ainda são poucos!!! As mudanças ainda são lentas também!!! Mas, existem mudanças!!! Por isso que disse anteriormente: o entrave é a "TOMADA DE DECISÃO: QUERO MUDAR!!!" Isto cabe ao consultor, ao extensionista e também ao produtor de leite. Quando isto ocorre, soluções são buscadas, caminhos são trilhados, dificuldades vencidas... Sistemas de produção tendem ao pasto, mas aqueles que ainda querem basear a produção no cocho precisam tomar a decisão de 'mudar', buscando menores custos de produção, e nem sempre isto ocorre. Esta é a nossa labuta... E textos com o seu nos mostra que não estamos sozinhos... Abç, Eng. Agr. Antonio Celso F Ferraz |
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WALFREDO GENEHRIBAITI - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO EM 07/02/2013
Daniel, por observações com esta cultivar, o Tifton-85 (E posso te dizer que são bem longas, estas foram na época e na propriedade do empresário gaúcho que foi um dos introdutores desta, lá se vão alguns anos), não sei se vais atingir a demanda necessária. Com relação a FDN vais poder ter uma boa condição, que é chegar por volta dos 40 - 45%, se o manejo da pastagem for bem conduzido. Mas no ponto do volume de matéria seca (MS), no RS e no PR, nas condições ideais de FDN, chega-se a algo de entorno de 15.000 a 20.000 kg/ha/ano. Com relação à raça de gado jersolando, linhagem da NZ, não a conheço e não tenho uma noção de peso corporal desta e nem de rendimento.
Posso de afirmar, com uma margem de segurança, para sua condição, se fores querer explorar a alimentação direcionada ao pastejo, o ideal é usar animais com o menor peso corporal, já a taxa de mantença é a mais baixa. Dentro desta linha, a Jersey de pequeno porte, com a uma produção de média 20,5 litros de leite/vaca/dia/ano, com a lotação de 4 vacas/ha, fará você atingir o seu volume de leite desejado. Só que nunca podes te esquecer de que a demanda de matéria seca vai estar em torno de 1 kg de MS/ 1lt de leite e o conforto térmico é o ponto mais importante a observar, para atingires a tua meta. Mas, tudo que estamos falando é no universo teórico, o certo é ver em pequena escala, na sua propriedade, do rendimento de umas três alternativas de forrageiras como estas se comportam, para direcionar o investimento definitivo. Uma boa alternativa seria tentar cultivares de Panicum maximum e Pennisetum purpureum, com uma boa relação folha/caule, para comparar com tifton-85. Abraço, Walfredo |
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DANIEL VIEIRA BATISTAUBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - CONSULTORIA/EXTENSÃO RURAL EM 07/02/2013
Walfredo Obrigado pela explanação
Minha idéia é trabalhar com animais jersolando linhagem da NZ onde os animais são selecionados a pasto para uma maior e melhor produção. O pasto escolhido é o Tifton-85 rotacionado e irrigado, com o solo corrigido e sendo adubado. Assim teremos um alimento com maior teor de PB, aumentando a taxa de lotação. Att Daniel |
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WALFREDO GENEHRIBAITI - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO EM 07/02/2013
Daniel, o que foi colocado pelo Prof. Wagner resume plenamente como deve ser visto e avaliado o quadro do sistema de produção leiteiro. Apontou em especial os pontos onde a nossa realidade brasileira tem as maiores falhas e os fatores para tomar cuidado com o "buraco mais em baixo" (que achei muito oportuno em ser salientado). Todo processo para que venhamos a diminuir as situações de risco dependem de investimento cultural e econômico.
Quanto à questão de pasto, gostaria de fazer um adendo ao tema. Para a situação proposta, 30.000 lt de leite/ha/ano nós teríamos uma demanda de 29.638,00 Kg de MS/ha/ano, com uma lotação de 4 UA/ha e 3,5 % de MS/PV. Os números nos mostram o quanto de apertada fica a situação, mais ainda se formos avaliar em cima da FDN. Pontos críticos: 1º) O volume de MS; 2º) a digestibilidade do pasto e 3º) a capacidade digestiva do animal. Aí eu perguntaria: a) Qual é a forrageira que seria utilizada? É claro que me dirias Panicum maximum (Mombaça e Tobiatã são de porte maior e folhas mais largas, seguidas pelo Colonião e Tanzânia) e/ou Pennisetum purpureum (Capim-elefante: Napie, Cameron, Twain, Merck, etc). Mas, como estas são plantas C4, isto é, gramíneas tropicais, elas tem uma velocidade de maturação foliar (lignificação) muito rápida o que leva a uma baixa digestibilidade, portanto, temos que saber manejá-las muito bem para obtermos os resultados desejados. b) Qual a capacidade digestiva do animal? Esta está vinculada a fatores como: stress animal, conforto térmico, volume, qualidade de forragem oferecida e fator racial, entre outros, como já salientados pelo Prof. Wagner. Assim, a meu ver, para a realidade brasileira em termos climáticos, seria interessante um modelo misto onde a alimentação principal seria a pasto, com alta oferta de forragem por m², para que o animal consiga o volume desejado de MS em um curto espaço de tempo, nas horas mais frescas do dia, e, depois, seguir para uma área coberta para ruminar (com o bucho cheio leva até nove horas, dependendo da característica racial), onde terá água e conforto térmico. Uma das razões para esta alternativa não só esta baseada no maior rendimento animal, mas, também, é a obtenção do maior volume de resíduos animais para vários outros fins, como uma fonte de energia e/ou para que possamos fazer uma adubação orgânica mais homogenia e controlada da pastagem. No entanto, não vamos esquecer do grau de dificuldade e, isto, nos faz lembrar que em todas as situações (Produtor já estabelecido e/ou para investidores) as margens econômicas são estreitas e necessitam de um ajuste adequado, principalmente, de gestão técnica e econômica. Prá não atingir o "buraco de baixo". Mas isto, como foi colocado pelo Prof. Wagner, depende de cada realidade individual. Att. Eng.Agr. Walfredo Genehr |
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