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Silagem de espigas: uma alternativa para se produzir silagem de grãos de milho

POR THIAGO BERNARDES

THIAGO FERNANDES BERNARDES

EM 28/03/2018

2 MIN DE LEITURA

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Há três maneiras de se produzir silagem de grãos de milho: por meio dos grãos úmidos, reconstituídos ou colhendo-se a espiga. Essas alternativas foram criadas em países do hemisfério norte há muitas décadas e, recentemente, vêm sendo adotadas pelos produtores brasileiros. Várias são as vantagens de se utilizar estes alimentos na ração, mas a principal delas está relacionada ao aumento da eficiência alimentar porque o amido presente nos grãos tem a sua digestibilidade potencializada em função do processo fermentativo que ocorre no silo.

A silagem de espigas tem algumas diferenças quando comparada às de grãos úmidos ou reconstituídos, pois além dos grãos, a mesma também é constituída por sabugo, palhas e alguma ‘contaminação’ de folhas e colmo provenientes do topo da planta. A magnitude desta ‘contaminação’ está sendo estudada pelo nosso grupo de pesquisa e parece variar de acordo com a população de plantas, matéria seca das plantas e com a regulagem da colhedora.

Como a silagem de espigas possui outros componentes (sabugo + palhas), a concentração de fibra (FDN) é aumentada (Foto 1) e, consequentemente, a concentração energética é reduzida. Para alguns sistemas de produção, o aumento da concentração de fibra é visto como vantajoso, pois se inclui na dieta dos animais um ingrediente que auxilia no balanceamento físico (promove mastigação).

Outra vantagem da silagem de espigas se refere à quantidade de material (colmo + folha) que permanece no campo após a sua colheita (Foto 2). O resíduo tem sido aproveitado como palha para o sistema de plantio direto e também como fonte de potássio para o solo, uma vez que as plantas de milho acumulam altas concentrações deste elemento no colmo.

Colher as espigas diretamente no campo por meio de uma colhedora autopropelida e adaptada com a plataforma despigadora (Foto 3) também tem sido um aspecto positivo, pois não há a necessidade de maquinário específico para a colheita de grãos, como ocorre com a silagem de grãos úmidos ou a necessidade das operações de adição de água e moagem (grãos reconstituídos), ou seja, é um processo convencional de ensilagem. Atualmente, vários terceirizadores de serviço têm disponibilizado esta opção (colhedora + plataforma despigadora) para os produtores brasileiros.

Contudo, várias questões sobre a silagem de espigas precisam ser respondidas, pois as recomendações europeias e norte-americanas, principalmente quanto ao ponto de colheita, não tem servido para nós. Desse modo, o nosso grupo de pesquisa tem trabalhado nas seguintes frentes:

1. Quais seriam os híbridos de milho mais adequados para este tipo de silagem?

2. Quais são os efeitos da maturidade da espiga sobre o valor nutritivo e conservação da silagem?

3. Como é a interação entre a colhedora, o processamento da espiga e a contaminação de outras partes? (conforme comentado acima).

Estas respostas são básicas para quem está adotando ou irá adotar este alimento como componente da ração. O princípio do processo precisa ser definido para que - no futuro - a tecnologia não seja ‘queimada’ e que a mesma tenha o seu espaço nas fazendas zootécnicas brasileiras.

Foto 1. Silagem de espigas de milho. A presença da palha e do sabugo proporcionam maior concentração de fibra na dieta.

silagem de espigas de milho

Foto 2. O resíduo (colmos + folhas) deixado pela colhedora garante palha para o sistema de plantio direto e potássio para o solo.

silagem de espigas de milho

Foto 3. Colhedora autopropelida com a presença da plataforma despigadora.

silagem de espigas de milho

trofeu agroleite 2018

THIAGO BERNARDES

Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) - MG.
www.tfbernardes.com

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THIAGO BERNARDES

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 02/04/2018

Cara Nadia,

Certamente, assim que eu tiver os dados dos nossos estudos em mãos irei divulgá-los.

Att,

Thiago Bernardes
THIAGO BERNARDES

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 02/04/2018

Caro Celso,

A panícula do sorgo possui maturação desuniforme, pois a mesma ocorre do topo para a base (grãos do topo amadurecem primeiro). Portanto, é complexo encontrar a maturidade perfeita da panícula para fazer silagem de grãos úmidos. Uma opção esperar pelo completo enchimento dos grãos, colher, moer e adicionar certa quantidade de água para que a umidade de 35-40% seja atingida.

Att,

Thiago Bernardes
NADIA CORREIA FRUTUOSO DE ASSIS

ORIZONA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/04/2018

A silagem de espigas do milho é um excelente e oportuno tema da produção de dieta para vacas de leite. Gostaria que o professor explorasse mais o assunto a partir das três questões que foram levantadas ao final do artigo. Obrigada!
MARIUS CORNÉLIS BRONKHORST

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/04/2018

Bom dia Professor Thiago.
Gostaria de receber e se possível ver os resultados desta técnica .
Pois estou estudando como armazenar de melhor forma e ter um custo mais barato para as dietas dos animais .
Estou disposto a ir onde tiver no Brasil para ver.
Deixo aqui meu e-mail para possíveis contatos com o Sr.
E-mail
mcbronkhorst@visaonet.com.br
WhatsApp
43999790546.
Obrigado
CELSO ALEXANDRE

LONDRINA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/03/2018

olá professor, o ano passado fiz silagem de grãos úmidos de milho, esse ano plantei 2 alqs. de sorgo geNIFERO, PORQUE principalmente não soube armazenar adequadamente, esse ano pergunto se é possivel fazer essa silagem de grãos úmidos com o cacho total do sorgo úmido, maiores informações fico agradecido, celso alexandre.
THIAGO BERNARDES

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 28/03/2018

Caro Daniel,

Interessante a tua pergunta. Não há regra pra isso, pois quem irá ditar o ritmo da colheita será o híbrido que você estiver utilizando. Se a colheita da silagem de plantas inteiras for realizada com auto-propelida você poderá trabalhar com o grão mais maduro (70% da linha do leite) porque este equipamento tem capacidade de realizar o processamento. Contudo, este estágio possivelmente não será o ótimo para a silagem de espigas (ainda estamos estudando isso). Neste momento, eu diria que as colheitas deverão ser feitas em estágios distintos, como algumas propriedades tem feito. Parte das fotos que eu usei acima são provenientes de uma fazenda no Sul de Minas Gerais que trabalhou desta maneira, ou seja, colheu para planta inteira e após uns 20 dias realizou a silagem de espigas. Uma resposta mais concreta sobre isso eu darei em breve aqui.

Att,

Thiago Bernardes
DANIEL HENRIQUE DINIZ E SILVA

OLIVEIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/03/2018

Ótima abordagem professor. Tenho uma dúvida e gostaria de sua opinião: A gente está engatinhando ainda no que se trata a colheita da planta inteira para silagem, ainda mais com colhedoras autopropelidas, e pelo que sei o ponto da colheita bate muito com o da silagem de milho. Pelo que tem estudado, manejar os híbridos(mais e menos precoce) e aproveitar a mesma maquina em momento seguido para colher a planta para silagem e depois a espiga para silagem de espiga seria interessante ou o melhor é trabalhar com as tecnologias em momentos distintos?

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