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Silagem com menor custo e maior qualidade depende apenas da execução dos princípios básicos (parte 1 / 2)

POR JOÃO JOSÉ ASSUMPÇÃO DE ABREU DEMARCHI

THIAGO FERNANDES BERNARDES

EM 04/02/2003

6 MIN DE LEITURA

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É evidente que se o pecuarista busca eficiência e lucratividade, deve planejar adequadamente todas as suas atividades agrícolas, e isso significa, de um modo simplista, fazer tudo com antecedência. A opção por milho, sorgo ou girassol como cultura para silagem deve ser feita em função da sua adequação com a fertilidade do solo, época de plantio, finalidade de uso (categoria animal e exigência nutricional), condições climáticas e uso ou não de irrigação. Avaliando-se essas características, na maioria das vezes chega-se à conclusão de que a melhor alternativa para os diversos sistemas de produção é o aproveitamento de todas essas espécies e as características positivas de cada uma, ou seja, a exploração máxima da área envolve uso de culturas semeadas em áreas com diversos níveis de fertilidade, disponibilidade de água, tratos culturais empregados e épocas diversas de plantio, inclusive através da associação com outras alternativas como a cana-de-açúcar, culturas de inverno, silagem de capim, resíduos de palhadas, fenação, etc. Nesse momento em que o pecuarista busca soluções inteligentes para driblar a escassez de recursos e a melhoria de produtividade do seu rebanho, uma silagem com alta qualidade e baixo custo é uma boa forma de aumentar lucros e manter o rebanho engordando ou produzindo leite. Lembramos que o momento é de nos prepararmos para ensilar as culturas semeadas para esse fim e aproveitarmos o momento favorável da pecuária leiteira, em especial, para produzirmos silagem com valor nutricional superior e obtermos maior quantidade de leite possível para uma mesma unidade de silagem consumida.

O que temos visto por parte de muitos pecuaristas é que a preocupação ou enfoque adotado muitas vezes se prende a pontos que não refletem diretamente em qualidade ou rendimento de produção da silagem a ser produzida ou são tecnologia de ponta. Traduzindo em outras palavras, é como se preocupar com transferência de embriões em uma propriedade que é ineficaz na detecção de cio, tem inseminadores mal treinados e o material genético disponível para uso como doadoras é muito restrito ou inexistente.

Para se produzir silagem de alta qualidade com maior volume de nutrientes digestivos totais (NDT) por área plantada deve-se adquirir sementes híbridas de milho, sorgo e girassol indicadas para este fim. Não só as sementes devem ser adequadas como devemos avaliar as recomendações regionais para esses híbridos ou variedades, tanto do ponto de vista climático quanto edafológico. Essas informações devem ser obtidas junto aos órgãos competentes da região a ser cultivada. A experiência de produtores bem sucedidos é sempre um bom exemplo a ser seguido;

Realizar um bom preparo de solo e plantio correto são premissas básicas, incluindo análise prévia da fertilidade do solo e adubação realizada segundo esses mesmos resultados. A adoção da técnica de plantio direto na palha também tem se expandido e deve ser aprimorada nas áreas de produção de silagens, mesmo sabendo das dificuldades com extração acentuada de nutrientes e falta de palhada residual. São problemas solucionáveis.

Ensilagem

Com relação ao processo de ensilagem propriamente dito, que corresponde à fase de corte, transporte, enchimento e vedação dos silos, devemos tomar alguns cuidados para evitar desperdícios e manter a qualidade nutricional do material, tais como:

1. Organize antecipadamente equipamentos e materiais utilizados na confecção do silo: ensiladoras, carretas, ferramentas para descarga manual, lonas para fechamento, limpeza do silo ou da área onde será feito. Isso se chama planejamento;

2. Verifique o estado das facas da ensiladora, se desgastadas, troque-as. Afie-as todo dia durante o processo, conseguindo-se com isso um tamanho ideal das partículas durante todo o processo, de mais ou menos 1 centímetro, que propiciará uma perfeita compactação e total aproveitamento pelos animais no cocho. Quanto mais seco estiver o material, maior deve ser essa preocupação, já que o corte e a compactação serão mais difíceis. Verificar a compatibilidade entre a máquina utilizada e a potência do trator a ser utilizado. Temos encontrado muito poucas vezes propriedades com manutenção e controle de uso de máquinas eficientes, principalmente nas pequenas e médias;

3. Trabalhe com equipe de bons tratoristas e mão-de-obra treinada. Realize o corte, transporte e compactação simultaneamente (ao mesmo tempo). Considere a alternativa de fazê-las mais rapidamente com mutirões entre vizinhos ou aluguel de máquinas. A associação entre produtores precisa se tornar uma prática mais comum, desmistificando a questão prática do cooperativismo e do preconceito de que pequenos produtores não sabem trabalhar em equipe. A valorização da mão-de-obra é fundamental, já que é comum comprarmos tratores com vultosas somas de dinheiro mas investirmos muito pouco no treinamento do operador e na sua valorização salarial;

4. Fique atento à hora certa de cortar o milho ou sorgo. Uma maneira prática de ver o ponto ideal é esmagar os grãos entre os dedos e observar se estão semi-farináceos (após maturação fisiológica). No caso do girassol, o ponto ideal é após a maturação fisiológica, quando os capítulos apresentam-se totalmente amarelo-pardos. O tipo de sorgo utilizado influencia diretamente no momento ideal de corte, sendo os mais baixos ou graníferos ensilados primeiro que os intermediários ou de duplo propósito e estes anteriormente aos forrageiros ou mais altos (isso ocorre devido à quantidade de grãos de cada um). O ideal é utilizar um microondas e determinar a matéria seca do material a ser ensilado, procurando-se atingir valores próximos de 30% de matéria seca ou 70% de umidade;

5. A quantidade de silagem necessária para o ano, levando em conta o número de animais a serem alimentados (jovens, secos e em lactação); o período do ano que se queira tratar (número de dias) e a quantidade média de silagem diária em cada lote deve ter sido discutido previamente para que não haja falta e nem excesso de silagem produzida. A falta pode implicar em mudanças bruscas nas dietas e perda de produtividade, e o excesso, custo maior de armazenamento. O Quadro abaixo oferece dados médios para se estimar o consumo pelos animais. Serve apenas como referência, e não como verdade absoluta, já que depende da qualidade da silagem oferecida, da quantidade e características do concentrado utilizado e da produtividade animal, seja leite ou crescimento.
 

 


Comentário do autor: Pode parecer até redundante o que temos dito, porém, acreditamos que a melhoria da qualidade das silagens produzidas, bem como a redução dos seus custos através de alta eficiência agrícola e conseqüentemente produtividade, só será obtida após a conscientização dos produtores de que as técnicas básicas, ou conceitos básicos, de qualquer tecnologia é que são a peça chave dentro de um sistema de produção. É a partir disso que se consegue competitividade na produção de carne ou leite.

Precisamos transferir toda a pesquisa existente, bem como tecnologia e produtos disponíveis para uso imediato pelo produtor, bem como os conceitos de administração ou empresa rural. Novamente salientamos que bons pecuaristas são primariamente bons agricultores, seja no manejo das pastagens, na integração agricultura & pecuária, seja na produção de alimentos conservados. O apoio governamental com relação aos financiamentos disponíveis é condição básica para viabilizar essa aplicação, bem como a nova estrutura de pesquisa e extensão da secretaria de agricultura e abastecimento.


Bibiliografia:

DowAgroSciences - Sementes. Silagem passo a passo. Boletim técnico. Jardinópolis, SP. Sem data. 10 p.

 

JOÃO JOSÉ ASSUMPÇÃO DE ABREU DEMARCHI

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