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Híbridos de milho para silagem: grãos duros e macios nos servem

POR THIAGO BERNARDES

THIAGO FERNANDES BERNARDES

EM 22/09/2017

3 MIN DE LEITURA

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Por muito tempo discutiu-se sobre a importância de não cultivar híbridos de grãos duros para a produção de silagem de planta inteira de milho devido a menor digestão do amido. Esse raciocínio veio das comparações realizadas entre grãos duros e macios para serem utilizados como grãos secos moídos (concentrado). Contudo, alguns aspectos invalidam esta comparação quando híbridos de grãos duros têm como destino a silagem. Duas são as principais razões.

Primeira: A dureza do grão vai se tornando pronunciada conforme ocorre a maturidade do mesmo. Desse modo, quando colhemos a planta no intervalo de 40 a 70% da linha do leite (~32 a 38% de MS) a vitreosidade (dureza) não foi aflorada. Portanto, comparar vitreosidade de grãos secos com aqueles macios para silagem se torna incorreto.

Segunda razão: Vários estudos têm mostrado que a digestibilidade do amido se eleva com o prolongamento do tempo de conservação da silagem. Ou seja, se o silo permanecer fechado, por no mínimo 70-80 dias, a dureza do grão que existia será quebrada pelo processo fermentativo.

Somado a isso, híbridos de grãos duros foram mais trabalhados pelos programas de melhoramento genético das empresas no Brasil. Portanto, são mais tolerantes as pragas e doenças (as doenças afetam muito o valor nutritivo da planta) e tendem a ser mais produtivos (massa e grãos). Estive na Europa recentemente e eles têm cultivado híbridos com grãos mais duros para a produção de silagem de espiga, pois a mesma deve permanecer no campo por mais tempo e, desse modo, o híbrido é mais tolerante as pragas da espiga. Em resumo: grãos duros é um problema para quem os utiliza seco, não para quem os ensila.

E os híbridos de grãos macios? Obviamente, se o mercado nos oferecer materiais que tenham tudo o que os híbridos duros possuem de positivo (aspectos agronômicos) e ainda tiver grãos macios, à um preço justo (lembrando que o custo da semente impacta diretamente sobre o custo da tonelada de silagem produzida), nós, produtores de silagem, podemos também cultivar este tipo de híbrido. Uma vantagem seria a oportunidade de colher nas fases mais tardias de enchimento dos grãos. Seria mais fácil para a colhedora romper os grãos, além de nos dar mais amido na silagem (grãos mais cheios).

Cabe aqui um comentário importante (independentemente do tipo de híbrido): como o rompimento dos grãos durante a colheita é considerado fundamental, híbridos com grãos mais profundos (grãos maiores), teoricamente, teriam maiores chances de serem quebrados pela máquina.

Gostaria de ressaltar que o valor nutritivo dos colmos e das folhas (concentração e digestibilidade da FDN destes componentes) é mais importante para aqueles que produzem silagem de planta inteira do que tipo de grão (duro ou macio). A porção vegetativa (colmos + folhas) representa cerca de 60-65% da massa de silagem, ou seja, muito mais que os grãos (35-40%). Somado a isso, a fibra não deve limitar ingestão e deve fornecer energia para o animal.

Também cabe ressaltar que as características agronômicas são consideradas primárias e, aquelas relacionadas ao valor nutritivo (grãos e porção vegetativa), são secundárias para a escolha de um híbrido para silagem. Uma vez escolhido o híbrido, os produtores devem ficar atentos ao processo de confecção da silagem (da colheita ao fornecimento), principalmente em relação a colheita (quebra dos grãos), como foi comentado anteriormente.

Para finalizar, gostaria de comentar que nós estamos desenvolvendo um estudo por um período de dois anos (2 safras e 2 safrinhas) sobre os híbridos de milho para a produção de silagem no Brasil. Até o momento (primeiro ano), 45 campos foram amostrados. Ao final do estudo teremos mais de 100 campos. Este estudo nos permitirá ‘radiografar’ a real situação dos híbridos brasileiros mais utilizados para a produção de silagem em termos de produtividade (massa e grãos) e valor nutritivo.

Somado a isso, nossos híbridos serão comparados com aqueles cultivados nos Estados Unidos, Itália e Alemanha com intenção de notarmos o quanto perto (ou longe) nossos materiais estão daqueles plantados em clima temperado (teoricamente possuem valor nutritivo superior).

Gostaria de ter acesso a mais conhecimentos sobre utilização de silagem? Acesse os cursos online do EducaPoint: "Produção e utilização de Silagem" e "Silagens de planta de milho: novas perspectivas e tecnologias" e mantenha-se atualizado!

THIAGO BERNARDES

Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) - MG.
www.tfbernardes.com

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THIAGO BERNARDES

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 10/10/2017

Caro Bruno,



Boa pergunta! Por que boa? Porque muitos pensam que a digestão da fibra está ligada somente ao híbrido. Contudo, o manejo agronômico é considerado chave quanto a concentração e digestibilidade da fibra. O fator agronômico que mais impacta é a sanidade de colmos e folhas. Plantas doentes têm maior concentração de fibra e menor digestibilidade.



Att,



Thiago Bernardes
BRUNO

GUIMARÂNIA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/10/2017

A digestibilidade do FDN está ligada a Genetica ou aos tratos culturais ?

Att
LEANDRO EBERT

SERAFINA CORRÊA - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/09/2017

Caro Thiago, excelente! Parabenizo novamente pelo artigo e agradeço pela atenção,





Minha preocupação maior é quando se generaliza essa informação para colhedoras não tão adequadas assim, ou se orienta a moagem muito fina para quebrar esses grãos duros com esses equipamentos comumente encontrados nas propriedades, o que, conforme mencionei causa problemas aos bovinocultores.



Mas, de qualquer forma, compreendi tua posição a respeito de poder confeccionar silagem de qualidade com grãos duros, apesar de discordar de que temos que pensar em silagem como fonte de carboidratos somente e corrigir fibra no cocho, por achar que essa recomendação aumenta custos de produção.



Penso que, nessas condições de equipamentos adequados que tu citou, podemos buscar os tamanhos de partículas adequados (e aí entra o padrão de Penn State), além de a maior digestibilidade do grão possível. E isso, pelas informações trazidas artigo, podemos buscar tanto com grãos duros ou macios.



Mas, nos casos de equipamentos menos adequados, temos conseguido melhor digestibilidade com tamanho mais adequado de partículas com grãos mais macios, e isso, conforme tu mencionou no texto, também é possível. Mas ao usar grãos mais duros, se usarmos regulagens de corte menos finas, temos tido problemas de muitos grãos inteiros nas fezes, por isso a preferência por grãos mais macios com cortes mais adequados do que grãos mais duros com o corte mais fino, obrigando o produtor a corrigir fibra e encarecer a produção.



Quem sabe algum dia possamos nos encontrar e continuar a conversa.



Grato pelas informações,



att,



Leandro Ebert


THIAGO BERNARDES

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 29/09/2017

Caro Leandro,



Concordo com você quando diz que muitos técnicos trazem informações da América do Norte e da Europa para serem utilizadas nos nossos sistemas. Digo sempre isso aos meus estudantes, para que os mesmos, quando formados, tenham noção do solo onde estão pisando, pois as características aqui são bem peculiares.



As demais características que você mencionou do interior do RS, eu não as conheço, portanto não posso opinar. Como você está na luta do dia a dia nesta região sabe o que está falando.



Contudo, mantenho a posição que é possível produzir silagens com alta digestibilidade de amido plantando híbridos de grãos duros. Basta controlar linha do leite dos grãos, plantas sadias (folha e colmo), colhedoras tracionadas por trator bem reguladas (mecânica e velocidade de colheita) ou máquina autopropelida e por fim explorar tempo de estocagem, pois o processo fermentativo 'amacia' os grãos.



Espero te encontrar pessoalmente para batermos um papo e discutirmos um pouco mais sobre os assuntos técnicos.



Att,



Thiago Bernardes
LEANDRO EBERT

SERAFINA CORRÊA - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/09/2017

Thiago, obrigado pela resposta.



Trabalho em uma região onde temos vacas com bom ou alto potencial de produção, rebanhos de holandesas, jerseys ou jersolandos. Mas a média de produção por vaca/dia no RS é de 12,4 litros, conforme o último relatório socioeconômico da cadeia do Leite no RS, feito pela Emater/RS. No mesmo relatório, foi levantado que a área média das propriedades é de 19,1 ha, portanto, não temos fartura de área, como citado por ti, e ainda temos que considerar que 94,7% dos produtores do RS tem sistema à base de pasto.



O que me preocupa é que, muitos técnicos ao lerem materiais publicados para sistemas europeus ou da américa do norte, ou para usam essa recomendação que seria para "ajuste fino", como tu citou, para nossos produtores que nem o "ajuste grosso" tem. Essa silagem feita com grãos duros, mas muito fina fina, acarreta em muitos problemas com partículas pequenas e mal funcionamento do sistema ruminal. Aí a recomendação passa a ser um tamponante e feno para corrigir a fibra, o que encarece a produção e faz com que muitos passem sempre patinando, com muitos problemas e alto custo de produção.



Por isso temos orientado a pastagem como volumoso básico da alimentação, onde a silagem seria um complemento para suprir fibra, com baixo custo,aproveitando os carboidratos dos grãos. Temos feito análises de silagens assim aqui, feitas com grãos macios, com teores de NDT acima de 70% com boa digestibilidade. Com grãos mais duros é muito difícil conseguir boa digestibilidade com esses equipamentos e aí, o produtor paga sim R$ 800,00 em sementes para conseguir uma boa silagem com grãos mais macios, ao menos aqui paga.



Com esse tipo de recomendação, temos trabalhado com médias acima de 20 litros/UA/dia a baixo custo. Com rebanhos de peso médio de 600 kg temos produções médias/ano de 30l/vaca/dia, muito superior aos 12 litros média do RS. Valor que acreditamos que com esse tipo de recomendação podemos dobrar, mesmo com a maioria dos produtores sem condições de ter um equipamento autopropelido ou novo, ou mesmo não se justificando investir nisso no momento.



Portanto, concordo contigo que, para produtores em confinamento, onde a silagem seja 50% do que a vaca come, possa sim levar em consideração a disponibilidade de equipamentos de tecnologia de ponta para ensilagem e pensar em corrigir fibra no cocho. Mas para a grande maioria dos produtores do Brasil essa não é a realidade, não podemos generalizar.



O problema é quando técnicos trazem esse tipo de informação generalizando para a maioria dos produtores, acabam atrapalhando ainda mais a vida deles. Mesmo em sistemas baseados em pastagens, os produtores acabam investindo em equipamentos de ensilagem incompatíveis com suas escalas de produção, confeccionando silagens finas e convertendo o sistema para "a base de silagem",com a expectativa de aumentar a produção, tendo que corrigir fibra com feno e acabam se frustando por aumentar o custo sem resultados econômicos devido à baixa escala.
SALOMÃO GABRIEL DE SALES

ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/09/2017

Ok Thiago,

Acho que ficou mais esclarecido agora o seu ponto de vista.



Obrigado.
THIAGO BERNARDES

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 28/09/2017

Perfeito Salomão! Eu menciono isso no texto. Veja o parágrafo que falo exclusivamente sobre grãos macios. Não estou incentivando o cultivo de híbridos de grãos duros e esquecendo dos macios, apenas pontuo onde os problemas existem.

No Brasil não há nem grãos duros ou macios. Há o semi-duros e semi-macios.

O nosso estudo, o qual menciono no texto, irá dizer o que realmente temos de híbridos para a produção de silagens no Brasil e pontuará quais serão os aspectos que deveremos melhorar.

Att,

Thiago Bernardes
SALOMÃO GABRIEL DE SALES

ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/09/2017

Caro Thiago.



   Acredito que movimentar a discussão é o melhor meio de nos trazer mais aprendizado.



Quando falamos sobre problemas com máquinas, acredito que seja uma deficiência de planejamento e gestão da propriedade, oque é hoje o maior problema das propriedades rurais. Porém como citou nosso colega Leandro Ebert, esses problemas existem e não conseguimos resolvê-los num piscar de olhos, talvez conseguimos amenizar a situação a curto prazo e aí o Híbrido macio nos ajuda muito.



Quando falo isso, coloco os dois híbridos nas mesmas condições de matéria seca, tamanho de partícula  e de máquinas à disposição. E é aí que vemos a diferença entre o processamento dos dois.



Como o título da publicação, acredito sim que híbridos duros podem nos servir, mas acredito também que temos híbridos macios que nos sirvam "com atendimento 5 estrelas".



Acredito também que plantar ou incentivar o plantio de híbridos Duros pra silagem seja dar um "passo pra trás", pois cada híbrido tem sua aptidão e se ele pode apresentar fantásticos grãos e altas produtividades de sacas/ha, vamos buscar o que tem melhor aptidão pra produzir a silagem. Faço uma comparação com rebanho leiteiro. Vamos Melhorar o Nelore pra Leite, se temos o Gir?



Penso que melhorar questões agronômicas dos hibridos macios sejasim o melhor caminho. E ao mesmo tempo penso também que agronomicamente o híbrido para silagem deve estar alinhado com o "Nutricionalmente" e aí descobrimos que o melgor híbrido é o que nos mais atende limitações da Propriedade e acima de tudo o melhor pro animal.



Abraço,



Salomão Sales.




THIAGO BERNARDES

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 28/09/2017

Leandro, continuando os meus comentários porque acabaram os caracteres da resposta anterior.



A minha visão é essa. Temos que admitir os erros cometidos internamente e revermos os nossos conceitos de produção.

Se você ou outros produtores e profissionais quiserem opinar mais aqui eu ficaria muito satisfeito porque os temas precisam ser debatidos.



Att,

Thiago Bernardes
THIAGO BERNARDES

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 28/09/2017

Caro Leandro,

Sou eu quem agradeço pelos comentários.

Em relação a 1a parte dos teus comentários sobre os grãos macios: Realmente muitos produtores emprestam equipamentos, os quais estão desgastados. Essa realidade foi mostrada num estudo que publicamos no Journal of Dairy Science em 2014. Quem tem essa realidade não comprará semente de milho de grão macio. Por que? Porque um saco de semente atualmente custa entre R$ 350 - 750. Quanto mais caro, mais tecnologia embutida. É possível que um saco de milho macio esteja mais próximo de 750 do que de 350. Ou seja, quem não investiu em equipamento para colher a silagem não investirá num saco de semente a este preço. Outro detalhe: Grãos profundos devem ser buscados para a produção de silagem, como comentei. Será que um híbrido de grão profundo e duro colhido com 40% da linha do leite não seria danificado como um de grão macio com a mesma maturidade? Não sei a resposta... teríamos que investigar...

Não sou contra o uso de grãos macios e gostaria que todos os leitores entendessem isso. Só não acho correto culparmos os grãos duros se o problema não está neles.

Sobre o método do Penn State, temos que lembrar que o mesmo foi desenvolvido para rebanhos que recebem silagem proveniente de colhedora autopropelida. As partículas são muito uniformes, pois este equipamento não 'estraçalha' a forragem. Então, o nutricionista tem confiança em balancear fisicamente a dieta. Contudo, quando colhedoras menores e mal reguladas entram em ação e fazemos a avaliação da peneira, em geral, o tamanho de partícula médio se ajusta ou fica até abaixo (como comentado por você). Mas se observarmos a primeira peneira há partículas extremamente grandes que as vacas as rejeitam. Se há fresa desabastecendo o silo ok porque há uma diminuição destas partes, contudo, se não há o balanceamento não se ajusta.

Uma coisa que não se encaixa é um produtor que tem rebanho especializado, ou seja, necessita de ajuste fino da dieta do ponto de vista químico e físico, porém o mesmo não tem uma colhedora para silagem. Isso realmente não me convence. Talvez seja em função das prioridades dadas por eles. Para os produtores com este perfil eu faço a reflexão de que a silagem ocupa metade do que a vaca dele come (ano inteiro ou parte dele), ou seja, 'metade' do leite que ele produz vem da silagem. Então, ou ele investe no manejo para a produção de alimentos dentro da propriedade ou ele irá sair da atividade.

Por outro lado, tem aqueles que não tem equipamentos e o rebanho é de baixo potencial de produção. Então a silagem de milho com uma forragem caseira resolve muito bem o problema da fibra.

No Brasil nós temos 'excessos'/'fartura' de área e alimento para os animais e isso faz mal a muitos produtores e nutricionistas. Recentemente visitei os sistemas de produção europeus e lá tem carência de área e preço de concentrado altíssimo. Uma tonelada de farelo de soja chegou a custar 600 euros! Sem dizer que os produtores tem de 4 a 5 meses para produzir...
LEANDRO EBERT

SERAFINA CORRÊA - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/09/2017

Thiago, primeiramente, parabéns pelo artigo.



Gostaria de acrescentar à discussão ao colocado pelo Salomão e à tua resposta a ele.

Entendendo que milhos duros, com ensiladeiras "novas" e bem reguladas podem fazer boas silagens quebrando os grãos, temos que considerar a realidade das propriedades leiteiras do Brasil. A maior parte das propriedades produtoras de leite é de áreas pequenas e pequena escala de produção, muitas não tem equipamento e usam de prefeituras, ou se tem, não é tão simples adquirir um novo, devido ao desgaste do antigo. Nesses casos, temos que partir para o "quem não tem cão, caça com gato", e tentar fazer a melhor silagem possível com esse equipamento, tentando regular, afiar, ajustar a distância entre contra-faca e faca, sabendo que o resultado não será como com um equipamento moderno. E é aí que sim, conseguimos melhores resultados com grãos moles, como citado pelo Salomão.



E, não, o problema não está no grão duro, mas a solução que temos, a curto prazo, é utilizar grãos mais macios, aí conseguimos melhorar em muito a digestibilidade da silagem dessas propriedades, comparativamente ao que tinha antes.



Portanto, gostaria de retomar a pergunta dele, por que não buscar melhorias agronômicas em grãos mais macios e dar essa opção a produtores que possuem equipamentos mais desgastados ou que não sejam próprios? Ou seria melhor excluí-los da atividade leiteira?



Quanto a regular máquinas pequenas para quebrar o grão, independente do tamanho de partículas, temos feito a análise com separador de partículas de Penn state e encontrado muitas silagens com tamanho de partículas muito inferior ao recomendado pelo método. Na tua concepção, o método de Penn State está equivocado então? Ou devemos recomendar a quem possui máquinas pequenas a desistir de fazer silagem ou comprar uma grande ou com cracker pra conseguir as duas coisas?



Quanto à fibra, a tua proposta de regulação de fibra com outras fontes no cocho, implica em uso de outros tipos de forragem conservada muito mais caros que silagem de milho, o que encarece bastante a produção, sendo que os produtores já estão insatisfeitos com o preço recebido e o custo que têm, será que esta é uma opção à bovinocultura de leite brasileira, ou será que estamos copiando modelos de outros países que possuem regulação de preços, cotas de produção, subsídios ou escalas d produção por produtor muito maior?



Aqui no RS, por exemplo, 95% dos produtores de leite produzem a base de pasto e, nesse caso, a silagem entraria como uma forragem conservada pra suprir carências de pasto em determinados períodos ou vazios forrageiros. Nesse caso, a regulação da fibra é muito importante, pois, caso contrários teremos que lançar mão de forragens mais caras. Além do mais, fosse somente pelo grão, pelos carboidratos, poderíamos trabalhar com silagem de grão úmido, assim não teríamos limitação de FDN  e poderíamos aumentar o consumo de outras fontes de alimentos, o que implicaria em aumento de produção, correto?


THIAGO BERNARDES

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 26/09/2017

Caro Salomão,



Interessante o teu posicionamento. Te agradeço por movimentar esta discussão que é super importante.



Perceba que você descreve um problema que ocorre com algumas colhedoras, ou seja, não é um entrave do híbrido. Muitos produtores usam colhedoras de uma linha já desgastadas e com falta de manutenção. Somado a isso não amolam facas. Alguns tentam fazer o afiamento e regular a distância entre a contra-faca e as facas, mas o equipamento não se ajusta devido ao degaste. Então, estes produtores e muitos nutricionistas invertem os problemas. A culpa passa a ser do grão que não quebra ao invés de cuidarem do tipo e ajustes do maquinário.



A taça de silagem da Fundação ABC deste ano premiou como primeira posição uma silagem colhida por uma máquina de uma linha. Processamento da partícula e dos grãos faziam parte do julgamento. Isso mostra que os equipamentos pequenos, se são novos e bem regulados, fazem um bom trabalho. Conheço nutricionista que critica milho duro e quando vou na propriedade que ele atende da pena do equipamento. Então, não existe milagre...



Quem não usa autopropelida colhe a planta mais jovem (até 35% de MS), ou seja, sacrifica um pouco amido. Por outro lado quem tem um equipamento com cracker pode colher mais tarde.



Máquinas pequenas devem ser reguladas para quebrar o grão, independente do tamanho de partícula. Regulação de fibra para o animal se faz no cocho por meio de outra fonte forrageira ou subproduto. Ocorre que aqui no Brasil muitos nutricionistas querem trabalhar com colhedora pequena e desejam que a silagem de milho faça milagre (fibra longa, grãos processados). Nestes casos culpam os híbridos...



Como falei no texto, seria ótimo se um híbrido de grão macio tivesse tudo que o duro tem. Esse híbrido não existe e acho difícil um dia existir. Como processamento do grão e fermentação potencializam a digestão do amido esse discurso de híbrido duro ficou para trás.



Att,



Thiago Bernardes


THIAGO BERNARDES

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 26/09/2017

Caro José Pedro,



Atualmente sim, porque os fatores agronômicos, citados acima, são considerados primários.



Att,



Thiago Bernardes
SALOMÃO GABRIEL DE SALES

ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/09/2017

Olá,



Quando falamos de Ensiladeira de uma linha, sem processador de grãos, oque é realidade de muitos produtores no Brasil e principalme te aqui no Sul de Minas, oque temos observado no campo é que se um híbrido for de grão duro e for ensilar no ponto de matéria seca citado acima (32 a 38%) o processamento desses grãos é muita das vezes inferior a 50 %, observa-se um alto teor de amido nas fezes dos animais (torno de de 15/20%) e nota-se a quantidade de grãos inteiros saem nas Fezes após lavar uma sala de ordenha ou um curral de espera.



Tudo isso, quando quando analisamos o grão macio, com o mesmo teor de matéria seca de um grão duro, observa-se menor quantidade de grãos nas fezes e pouquíssima quantidade de grãos sem processamento na silagem.



Além de termos maior janela de corte com os híbridos macios.



Observando esses pontos e levando em consideração que a maioria dos híbridos plantados são duros, não seria melhor incentivar a melhoria dos híbridos macios, melhorando questões agronômicas para melhores produtividades e resistência a pragas e doenças?.



Lembrando que o meu comentário é some te sobre experiências no campo, não é nenhuma pesquisa.



Obrigado.
JOSÉ PEDRO FRANQUEIRA JUNQUEIRA

SÃO LOURENÇO - MINAS GERAIS

EM 25/09/2017

  Muito interessante a matéria, quebrando alguns conceitos sobre nossos milhos. Diante disto seria correto dizer que os milhos destinados a produção de grãos seriam mais indicados para uma silagem de maior qualidade ?  
LUIZ ALBERTO TEIXEIRA COSTA

ALÉM PARAÍBA - MINAS GERAIS

EM 25/09/2017

Muito enriquecedor  seu artigo para todos nós, acredito! Parabéns e obrigado.
THIAGO BERNARDES

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 25/09/2017

Caro Ivar,



Não relação entre dureza do grão e concentração de lignina na planta.



Att,

Thiago Bernardes
EDMAR CASSIANO

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/09/2017

Parabéns!!!!

òtimo artigo, bem esclarecedor.

Grande abraço e fiquem com Deus!!!!!!!
IVAR FRANCISCO BIAVA

CHOPINZINHO - PARANÁ - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 25/09/2017

plantas de graos duro tem mais lignina ou nao



ótimo artigo


JOÃO PAULO P. VIANA

CARMO DO RIO VERDE - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/09/2017

Parabéns pelo artigo!

Obrigado pela contribuição!

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