i) Perenidade
ii) Tratos culturais simples
iii) Multifuncionalidade
O fato de ser uma cultura perene traz inúmeros benefícios ao produtor, principalmente quanto aos riscos (principalmente climáticos) que envolve o plantio. Por exemplo: as demais culturas que são comumente utilizadas como capineira (cana-de-açúcar) ou ensilada (milho, sorgo e cana-de-açúcar) são de ciclo anual ou semi-perene, ou seja, com muita frequência o produtor enfrenta riscos que podem levar a perda total ou parcial da lavoura.
Com o capim-Elefante isso não ocorre, pois, uma vez implantado terá uma vida útil de décadas. Por exemplo: no fórum relacionado ao último artigo, um leitor me questionou sobre espécies forrageiras que poderiam compor o plano alimentar dos animais em áreas declivosas. Eu respondi a ele que uma das opções seria o capim-Elefante, pois devido a perenidade não haveria uma movimentação de solo em locais que são propensos à erosão.
Quanto aos tratos culturais, o capim-Elefante não é atacado (ou pouco atacado) por importantes pragas e doenças. As culturas citadas anteriormente passaram um processo de melhoramento genético mais intenso e, desse modo perderam, em parte, a ‘rusticidade’ quando o assunto é sanidade. São raros os casos que uma área de capim-Elefante recebe agrotóxicos por algum problema sanitário e, este fato, tem uma enorme vantagem dentro da fazenda. Somado a isso, o plano de fertilização em áreas de capim-Elefante é considerado mais simples em termos de épocas adequadas para a aplicação de adubos. Em resumo, o capim-Elefante pode ser considerado uma cultura agronomicamente menos complexa.
A multifuncionalidade representa a capacidade que a cultura tem de se comportar como capineira (forragem fresca), para a produção de silagem ou pasto. Essa flexibilidade em termos de uso pode ser muito vantajosa em determinadas propriedades (ou para a maioria delas). Vários produtores utilizam forragem da capineira para produzir silagem na época do verão devido ao intenso crescimento das plantas nessa época. Em casos extremos uma capineira pode até servir como pasto ou vice-versa.
Outras vantagens do capim-Elefante também podem ser posicionadas, mas com menor importância, principalmente quando comparado com a cana-de-açúcar como capineira, as quais são:
a) Em caso de colheita mecânica, a máquina que colhe milho e sorgo também serve para o capim e não serviria para a cana e;
b) O capim-Elefante tem baixíssimo risco de fogo (acidental ou criminoso), o que não ocorre com a cana.
Por fim, gostaria de ressaltar que cada cultura tem pontos positivos e negativos, ou seja, não há uma espécie perfeita. Há aquela que se adéqua melhor as características da tua propriedade em termos de mão de obra, infraestrutura, manejo e características nutricionais. O que não podemos dizer é que o capim-Elefante deve ser preferido pelo fato de proporcionar silagem de baixo custo e maior concentração de proteína que as outras opções forrageiras, como foi e tem sido divulgado.
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