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A falta de equipamentos e a produção de silagem

POR THIAGO BERNARDES

E RAFAEL CAMARGO DO AMARAL

THIAGO FERNANDES BERNARDES

EM 29/06/2012

3 MIN DE LEITURA

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Recentemente, o Departamento de Zootecnia (DZO) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e o site MilkPoint realizaram um levantamento sobre as práticas de produção e uso de silagens no Brasil.

Nesta pesquisa, diversas perguntas sobre a confecção e fornecimento de silagem para os animais foram feitas aos produtores e aos técnicos (consultores) e, ao final do questionário, eles teriam que apontar as principais barreiras ou limitações que encontravam durante o processo produtivo. Dezenas de aspectos foram relatados, mas um deles nos chamou a atenção e se destacou em relação aos demais, o qual foi: a falta de equipamentos para executar as operações, desde o plantio da cultura até o desabastecimento do silo.

Percebam, na Figura 1, que 41% dos produtores dependem dos serviços de terceiros ou até mesmo do empréstimo de máquinas de outros pecuaristas e/ou prefeituras. Como muitos não possuem equipamentos próprios, a colheita, em geral, ocorre de forma precoce ou tardia. Em ambos os casos, há efeitos negativos à logística da fazenda, bem como no valor nutritivo da silagem e no desempenho dos animais que virão a ser alimentados com o volumoso.

Figura 1 -Percentagem de produtores que possuem serviço próprio ou terceirizado no Brasil (Bernardes, 2012).
 

 


Em outro estudo realizado pelo DZO/UFLA, o qual reuniu 43 produtores de leite do Sul de Minas Gerais (segunda maior bacia leiteira do Estado), os resultados mostraram (Figura 2) que o cenário é semelhante ao encontrado na pesquisa a nível nacional. Neste levantamento, além dos serviços terceirizados e próprios, o empréstimo de máquinas (prefeituras e vizinhos) também foi considerado. Somente 21% das propriedades possuem todos os equipamentos para as operações na ensilagem. Os demais pecuaristas terceirizam (totalmente ou parcialmente) os serviços ou dependem do empréstimo dos equipamentos.

Figura 2 - Tipos de serviços (próprio; terceirizado; empréstimo) praticado em 43 fazendas do Sul de Minas Gerais (Miranda et al. dados não publicados).

 

 



Embora o uso da mecanização seja menos problemático na etapa de fornecimento da silagem, o primeiro levantamento mostrou também que o desabastecimento manual ainda é o mais utilizado nas propriedades (85%). Apenas a minoria (15%) faz uso de máquinas para desabastecer o silo.

Percebe-se que as fazendas zootécnicas brasileiras que produzem e utilizam silagem são carentes quanto ao item máquinas e equipamentos. Este cenário evidencia que as propriedades ainda são muito dependentes de mão-de-obra para executar as tarefas. Contudo, este é um aspecto que também tem gerado problemas nos últimos tempos, pois a cada dia tem se tornado mais difícil encontrar pessoas disponíveis e capacitadas para trabalhar no campo. Desse modo, a mecanização acaba sendo uma tendência na agropecuária.

Possivelmente, a descapitalização dos pecuaristas seja o principal entrave na aquisição de máquinas. Políticas governamentais, por meio da redução de impostos e financiamento e o associativismo entre os produtores, são formas que podem atenuar este problema, principalmente quanto à compra de equipamentos para a colheita da cultura, pois esta é a etapa que inicia o processo produtivo de silagens. Erros cometidos nesta fase são irreparáveis, pois as etapas subsequentes são dependentes da mesma.

Quando se trata de culturas anuais, o escalonamento do plantio também pode ser uma alternativa para contornar a falta de máquinas, pois a colheita ocorreria em etapas. Contudo, em alguns casos, as colheitas intermitentes podem dificultar a logística pela demanda de equipamentos em períodos distintos.

A terceirização vem crescendo e será o caminho das fazendas zootécnicas no Brasil, contudo, muitas empresas terão que melhorar a qualidade dos serviços prestados para que a ensilagem seja realizada dentro dos parâmetros considerados como adequados. Muitos produtores e técnicos relataram nas pesquisas que, atualmente, há carência de serviços terceirizados qualificados no nosso país.

THIAGO BERNARDES

Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) - MG.
www.tfbernardes.com

RAFAEL CAMARGO DO AMARAL

Zootecnista pela Unesp/Jaboticabal.
Mestre e Doutor em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ/USP.
Gerente de Nutrição na DeLaval.
www.facebook.com.br/doctorsilage

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ADROALDO FOGOLARI

IPIRANGA DO SUL - RIO GRANDE DO SUL

EM 22/11/2012

Adroaldo Fogolari

acho muito importante o fornecimento de silagem para gado de leite e para gado de engorda,com uma maquina preparada para fazer silagem,vc vai ter uma silagem de qualidade!tem varios prestadores de servisos com maquinas adequadas para isso,inclosivel eu sou um prestador de serviso de silagem,para todo o brassil,deixo meu contato ai.email.pekeno.f@hotmail.com

fones.05491565513 / 05499519218 / 05433361130

estaremos disponiveis para prestação de serviso para todo o brasil
FERNANDO STURMER

CASCAVEL - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/09/2012

Olá alguém poderia me ajudar, preciso de um modelo de  contrato para com uma destas empresas de prestação de serviço. Grato

Fernando Sturmer


e-mail: frhsturmer@hotmail.com
WILSON ASHIDANI

MADRE DE DEUS DE MINAS - MINAS GERAIS

EM 03/08/2012

Duas observações importantes devem ser consideradas: primeiro que quem presta serviço à terceiros ou vende a silagem pronta tende a se especializar nesse tipo de operação, porém tende também a se preocupar mais com o rendimento do serviço e conveniência operacional/comercial, e menos com a qualidade do produto final em si. Depois, temos que verificar se, quem possui os equipamentos, os estão utilizando de forma correta, com a forrageira certa e no ponto certo de corte, a adequada confecção do silo e utilização evitando-se perdas e desperdícios...

Uma alternativa ao uso de silagem de milho, no confinamento de cordeiros, é a recente tecnologia de arraçoamento utilizando-se grãos inteiros de milho + núcleo específico. Tecnologia nova, que ainda demanda mais pesquisa na sua utilização e critério na compra do milho (época de preços mais baixos).
FLÁVIO BELMONTE R. DA SILVA

SÃO SEBASTIÃO DO CAÍ - RIO GRANDE DO SUL

EM 22/07/2012

Utilizo silagem de milho. compro pronta. é colocada na propriedade ao custo de 0.12 R$ o quilo.  

acho que a aquisição de equipamento, neste caso, não compensa, não acham?

O feno de tifton na região gira em torno de 60/65 centavos o quilo. seria compensativo, considerando-se quantidade, valor nutritivo  e facilidade de operação?



Saudações
NELSON CARNEIRO DA CUNHA MOREIRA

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 03/07/2012

Se o feno tem a mesma qualidade nutricional da silagem, ok. Do contrário, acho que se substitui uma dieta mais completa por outra nem tanto. A aquisição de equipamentos é uma opção. Hoje em dia com os financiamentos a juros baixos, creio que o retorno em kg de carne/ha/ano deve compensar. Se pensar somente que no inverno não haverá perda de peso ou ainda, dificuldade de ganho por conta de pastagens ralas, creio que o investimento acaba se pagando. De qualquer forma, para uma conclusão mais precisa, tudo tem que ir para a ponta do lápis.

IGOR VAZ

PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 03/07/2012

equipamentos para silagem são caríssimos. na minha opinião a produção de feno é muito mais barato e menos arriscado que silagem.
IVO SOUZA BARRETTO

IPIRÁ - BAHIA

EM 01/07/2012

O conhecimento  é sempre importante para o sucesso de qualquer atividade.

Espero através das suas publicações, ampliar a minha fonte de informações.

RAIMUNDO SAUER

UNAÍ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/06/2012

Bem representativa esta pesquisa.Falo de esperiencia propria.


E gasto em torno de 3000t de silagem por ano.As maquinas existentes nacionais,me desculpem os fabricantes destas maquinas,elas  sao muito caras e muito ruins.


Sendo assim eu contrato uma firma especializada na colheita de slagem,que tem maquinas importadas da europa.Agora imaginem o custo de manutençao,consequentemente o custo desta silagem.


Para nos nao tem outra opçao.
JOSE GUEDES NETO

SOLONÓPOLE - CEARÁ

EM 29/06/2012

Parabéns por terem abordado esse tema de grande importância. Por isso não acredito em  uma agricultura familiar no Nordeste sem a participação das entidades publicas, sendo assim, a dependência fica clara e o mercado sem rumo. Outro ponto que vocês poderiam ter abordado paralelamente é o tratamento do solo, ou seja, no Nordeste praticamente não fazem adubação ou correção de solo. Ai que a silagem se torna cara e de qualidade inferior.

Grato,

Guedes Neto.
NELSON CARNEIRO DA CUNHA MOREIRA

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 29/06/2012

Gostaria de saber se há dados sobre qualidade da silagem, e o como fazer silagem. Se o produtor está sabendo fazer silagem?

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