Antigamente era muito comum os fornecedores de leite fresco entregarem em casa o leite recém retirado da vaca, com frotas de kombis passando de casa em casa. Este hábito ainda existe em algumas regiões, mas está cada vez mais distante da realidade dos grandes volumes da indústria, hoje focada em embalagens que permitem maior “shelf life” – é a praticidade acima de tudo! Era comum a indústria buscar um “shelf life” sempre maior para seus produtos por motivos óbvios – distribuição nacional, mais tempo na gôndola, entre outros.
Já no mercado de food services, embora evidentemente existam também grandes motivações para a compra de produtos com embalagens mais duradouras, hoje estão se viabilizando modelos de “concentradores” logísticos que fazem o atendimento para operadores de food services com frequências cada vez mais confiáveis e com ciclos mais curtos, já que os operadores têm cada vez menos espaço de estocagem.
Antigamente era muito comum os fornecedores de leite fresco entregarem em casa o leite recém retirado da vaca, com frotas de kombis passando de casa em casa
Desta forma, apareceram oportunidades para produtos de shelf life mais curto, frescos, serem distribuídos em grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas e Belo Horizonte, por exemplo, em dois, três dias de produção – o segredo fica na melhor previsão de demanda e conhecimento dos clientes.
Outra tendência é a redução das embalagens mais estruturadas, já que o descarte de lixo é cada vez mais caro nas grandes cidades, além da consciência ambiental das novas gerações. Uma pergunta cada vez mais frequente dos operadores é: por que preciso de um “shelf life” de 4 meses se o meu estoque é reposto de 2 em 2 dias?
Olhando para outras categorias, como os hortifrutis, fica evidente que soluções baratas de embalagem, que mantenham o produto protegido, mas não necessariamente agreguem custos desnecessários, aliados aos novos operadores logísticos de alta frequência, podem gerar oportunidades únicas para que tenhamos produtos lácteos mais adequados para o food services. Também, mais disponíveis para o consumidor final e com custos melhorados.
Um exemplo são os queijos cremosos – em potes plásticos ou embalagens mais estruturadas, eles têm cerca de 10% do custo em embalagens – mas em mangas plásticas, ou mesmo em simples saquinhos, podem ter esta porcentagem reduzida em 5 a 8%, sem fazer diferença alguma para o produto final, mas permitindo o operador de food service usar mais com custos melhores, sem piorar a margem da indústria. O mesmo é válido para queijos frescais e outros produtos.
Portanto, a oportunidade está aí – a indústria láctea tem que buscar estes parceiros logísticos e seus clientes finais para aproveitar.