Na semana que passou, estive na região serrana do Rio Grande do Sul e aproveitei “a deixa” para conhecer um pouquinho mais do tradicional queijo Colonial. Conversando com alguns locais conclui que o queijo colonial está para os gaúchos assim como o queijo Minas está para os mineiros… Bah, é pura verdade: este queijo não falta na mesa dos gaúchos e é consumido puro, em lanches como também na culinária.
O queijo colonial chegou ao Brasil juntamente com os imigrantes italianos por volta de 1875. Palavras da D. Ana da lojinha especializada na venda de queijos e vinhos fabricados na serra gaúcha: “aprendi a fazer o queijo colonial com minha mãe , que aprendeu com a minha avô que veio da Itália fugida da guerra. Tirar o leite e fazer o queijo era ofício das mulheres para ajudar nas despesas da casa”.
Quem ainda dúvida do empreendedorismo feminino? Desta forma a cultura da fabricação do queijo foi disseminada pela região que sempre foi muito propícia a criação de gado de leite.
Mas o que este queijo tem de especial ?
Tradicionalmente o queijo era fabricado com leite cru mas como o uso de leite cru não é permitido pela legislação brasileira, todo o queijo colonial produzido hoje formalmente no estado é feito com leite pasteurizado.
O queijo é muito macio pois é fabricado com leite com alto teor de gordura, que é responsável pela textura untuosa e amanteigada do queijo.
O sabor é levemente acidulado e por ter alto teor de gordura lembra muito o perfil de sabor de um gouda em estágio médio de maturação, ou seja, é um sabor suave mas que ao mesmo tempo não passa despercebido ao paladar. É um queijo bem aromático e que derrete muito bem.
Como reconhecer um bom queijo colonial?
Queijos mais novos: tem a cor amarelo palha e praticamente não tem crosta (casca). A textura é mais firme e borrachenta. Já o sabor é mais acidulado, levemente salgado. Ainda não percebe-se tanto o sabor amanteigado. É indicado para aqueles que gostam de queijos com sabor bem suave.
Queijos mais maturados: a massa vai acentuando o tom de amarelo e a textura fica cada vez mais macia e untuosa a medida que o queijo envelhece. Não chega a ficar cremosa no corte, pode até ficar quebradiça, mas derrete facilmente na boca. Percebe-se o sabor mais acentuado e o aroma do queijo.
O queijo colonial não é encontrado facilmente aqui em Minas, mas no Rio e SP estão disponíveis em algumas lojas especializadas.
Bom, se você está com viagem marcada a região serrana no Rio Grande do Sul, segue a dica: queijo colonial e vinho tinto. Não tem como não curtir!