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Certificação é só para os grandes?

POR ROBERTA ZÜGE

NA MIRA

EM 21/11/2013

3 MIN DE LEITURA

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No interleite Nordeste fiz uma apresentação sobre a "Certificação da produção para agregação de valor" e, como em vários outros locais, houve uma premissa entre os participantes, que estes processos são destinados aos grandes produtores. Aqueles que possuem muita estrutura, funcionários e altos volumes de leite.

Infelizmente, há uma percepção que controles, atendimento aos requisitos legais e uma gestão profissional é uma linha de corte entre o “Agronegócio” e agricultura familiar, ou uma produção menor. Aliás, para alguns, Agronegócio quase se constitui um palavrão, ou algo que exclui grande parte de produtores rurais do Brasil. Não se atendo às questões ideológicas ou, às vezes, meramente de politicagem, achei importante abordar o tema para desmistificar o processo.

Diversas propriedades já implementaram um sistema com foco em atendimento a requisitos de norma de qualidade. De todas que trabalhei as mais fácies de aplicar e de se manter os conceitos e requisitos, são as propriedades menores, normalmente as que utilizam mão de obra familiar.

A implantação de normas de qualidade, isto para qualquer tipo de organização, rural ou não, tem como ponto crucial o comprometimento dos envolvidos, em especial da “alta direção”. Não há como se fazer uma implementação, caso as pessoas do processo não comprem a ideia. Em organizações maiores o tempo de sensibilização e mudança de conceitos e do comportamento acaba sendo mais estendido.

Nas fazendas que atuei, onde o produtor era o principal ator na produção, os processos são mais rápidos, pois é muito mais fácil sensibilizar o dono que os colaboradores. Ele já comprou a ideia, por isto procurou auxílio. Normalmente, são propriedades menores, com menos equipamentos e funcionários. De modo geral, estão associados a cooperativas, já possuem uma organização e visão de negócio.

Como anteriormente mencionado, um dos pilares da certificação é o atendimento aos requisitos legais. Como destaque, temos a legislação trabalhista brasileira, com diversos detalhes e requisitos. Quanto mais colaboradores houver, mais complexo se torna o atendimento, pois outros artigos são acrescidos conforme o número de funcionários. Assim, nas propriedades onde só a família participava da atividade, os diversos itens de atendimento foram cumpridos com muito mais facilidade. Não há rotatividade dos colaboradores, por exemplo, além de uma escolaridade melhor, o que facilita o entendimento e atendimento das práticas preconizadas.

Outro ponto de suma importância são os maquinários. Estes exigem revisões periódicas, treinamentos específicos, calibrações e manutenções. Os processos devem estar documentados, ou seja, deve-se ter evidência de cumprimento destes itens. Quanto mais equipamentos, máquinas, tratores e implementos, mais procedimentos ou instruções de trabalho devem ser concebidos. Assim como, devem ser gerados os registros e ministrar treinamentos específicos aos colaboradores, itens, inclusive, exigidos na legislação trabalhista rural, e pouco realizados no campo. Torna-se outra vantagem das propriedades menores ou menos complexas.

Também é importante salientar que há certa rotatividade de funcionários no campo. Sendo que, legalmente, independente de se certificar, os colaboradores devem ser mantidos bem treinados em suas funções. Com isto, mais cursos e registros precisam ser realizados.

Claro que os produtores que dispõem de mais recursos acabam tendo algumas facilidades. Proporcionalmente, o custo e o tempo dedicado acabam diluindo no total de leite produzido.

Para mim, a linha de corte para se adequar ou não a estes requisitos é uma questão de acesso à informação, de assistência técnica e do conhecimento em si, que infelizmente, ainda, não se capilarizou na velocidade que deveria no setor rural. Além do comprometimento das pessoas.

Para quem quiser saber mais sobre o tema, já estão abertas as inscrições do curso on-line “Programas de certificação na pecuária leiteira” com a professora Roberta Züge, especialista no assunto. O curso começará no dia 19/07 e durante todo o período será possível tirar as dúvidas sobre o assunto por meio do fórum de perguntas. As inscrições estão com 20% de desconto por tempo limitado!

ROBERTA ZÜGE

Membro do CCAS.
Consultora técnica em fazendas e industrias de alimentos com foco no atendimento a requisitos legais e normas de qualidade. Coordenou o projeto da norma Brasileira de Certificação de Leite (MAPA/Inmetro).
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ZULMIR FRARE

PRESIDENTE GETÚLIO - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/07/2016

Cara Roberta e demais debatedores, hoje existe uma distancia muito grande entre o que se quer e o que é possivel, mas acredito que foram dados passos nestes ultimos anos, é preciso um debate no sentido de recuperar a capacidade de investimento das propriedades/fazendas, fsz-se necessario recompor a renda dos produtores se vc observar o leite no mercado esta sendo comercializado até a R$ 4,00 (quatro reais) e tem produtor recebendo ,80 (oitenta centavos) dai fica dificil balizar um debate por cim, necessario rever toda cadeia produtiva
ROBERTA ZÜGE

CURITIBA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/11/2013

Luiz Jardim

Obrigada pelos comentários.

Importante ir direcionando seu crescimento com foco ao atendimento de requisitos legais também. Nossa legislação é complexa, e muito!

Acredito que em breve (está no jurídico do MAPA) teremos a publicação da norma de certificação de leite. Que mesmo sem o interesse de certificar, pode servir como um direcionamento de práticas que devem ser realizadas.

Bom trabalho
ROBERTA ZÜGE

CURITIBA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/11/2013

Imagine Jéferson.

O tema certificação, especialmente no nosso setor, sempre traz dúvidas e duplas interpretações.

Acredito que o Sisbov tenha começado a difundir o conceito de forma inadequada. Certificação tem como premissa uma avaliação de conformidade por terceira parte. Ou seja, uma organização terceira, sem vínculos, audita, sob os requisitos de um documento de referência (uma norma ou regulamento técnico), verificando a aderência desta em relação ao preconizado pelo documento. No caso do Sisbov não era uma certificação, a empresa que realizava a rastreabilidade emitia o "certificado". Do mesmo modo, temos a certificação tuberculose e brucelose, que pela sua essência não poderia ser denominada como certificação. No máximo poderia ser classificado como avaliação da conformidade de primeira parte, ou declaração do fornecedor.

Com isto, quando abordo o tema certificação estas dúvidas florescem. Mas há um lado muito positivo, pois assim, criam-se canais para as elucidações.
JÉFERSON GUSTAVO PUHL

SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/11/2013

Cara Roberta, obrigado pelos esclarecimentos.
Peço desculpas, pois a falta de conhecimento de minha parte pode ter gerado esse desvio de foco.
O que quis dizer inicialmente, é que acredito que uma certificação, seja qual for, traz benefícios consideráveis em qualquer área de atuação. Claro que existe uma série de fatores envolvidos, um deles é o custo, mas acredito que a médio e longo prazo a certificação vale a pena.
Desculpe mais uma vez!!!
LUIZ GOUVÊA LOPES JARDIM

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 28/11/2013

Prezada Renata,
Estamos atuando na pecuária leiteira há pouco mais de três anos, não temos tradição de agronegócio. Ingressamos por opção de filho/nora, os quais graduados em curso superior faculdades sem afinidade ( ciência da computação/arquitetura) com o campo. Investimos com recursos próprios em aquisição de animais/trator/galpão para confinamento,etc.Eles participam de cursos ligados à pecuária, até inseminação eles aprenderam, ( para nós é um grande feito). Já superamos inúmeras dificuldades de aprendizado, porém, ainda não dominamos a lida com as vacas. Todo o investimento é salutar em qualquer atividade. O que pudemos depreender nesse curto período, se vale a pena investir com certeza de retorno. Espero que nos próximos anos tenham os recuperado o dinheiro aplicado. Todavia, temos a percepção que se vive melhor no campo e eles estão muito felizes. É o que importa. O nosso País, lamentavelmente, ao reverso de fomentar, incentivar, à indústria, o agronegócio, atrapalha, conferir a questão indígena, rodovias, portos, aeroportos, etc. Ainda bem, que existe pessoas com bastante garra e vontade que o Brasil, cresça. Continue com o seu ideal.
Luiz Jardim
ROBERTA ZÜGE

CURITIBA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/11/2013

Prezados
Pelos comentários, vejo que há dois conceitos de certificação sendo discutidos. Um sobre o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT), do MAPA. Gostaria de enfatizar que não estou discutindo este processo, apesar dele ser pré-requisito para uma certificação de garantia da qualidade.

Meu post, talvez devesse ter sido mais claro, refere-se ao processo de certificação de produção integrada de leite, norma que está para ser publicada pelo MAPA, que precisa de uma avaliação da conformidade de terceira parte, realizado por um organismo acreditado pelo Inmetro. Nos moldes, por exemplo, de uma ISO 9.001. Esta norma, de produção integrada (PI), tem como pilares a garantia da sustentabilidade em todos os seus vértices, desde sociais, ambientais e bem estar animal. Além de diversos requisitos que garantem a qualidade e sanidade do produto em si.

De fato, para conquistar uma certificação há um custo mais elevado. Mas para implementar, desde que os requisitos legais estejam mais próximos da conformidade, não há necessidade de muitos investimentos. São investimentos mais voltados para a gestão, com concepção de documentos, treinamentos, registros, etc.

Tenho atuado em uma grande empresa, uma cooperativa central, que possui 5 filiadas. O processo, da consultoria, tem sido financiado pela cooperativa central. Esta que, provavelmente, irá pedir a certificação (e arcar com os custos), pois o selo de qualidade será para os produtos industrializados com sua marca.

Mas, investimentos como adequações físicas tem sido do produtor. As cooperativas filiadas estão concebendo, juntamente com a consultoria; os procedimentos, as instruções de trabalho e os registros. Assim como, estão responsáveis pelos treinamentos necessários dos produtores e seus colaboradores.

A indústria de lácteos, para poder utilizar o selo de qualidade no seu produto, precisa garantir que 100% do leite seja certificado. Assim, num processo como este, há uma interdependência, que deverá criar relações mais estáveis entre os elos. Muito provavelmente, o leite, neste processo de certificação da PI, terá uma bonificação ao produtor. No entanto, não há como estimar o quanto.

Estou a disposição para outros esclarecimentos.
JÉFERSON GUSTAVO PUHL

SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/11/2013

De certa forma concordo com o amigo Ronaldo. É o que acontece com nós, a empresa bancou todo processo de certificação, e banca a mantença dela também, não temos nenhum custo. Nunca cheguei a fazer o cálculo a respeito da viabilidade econômica da certificação se ela tivesse que ser bancada por nós, mas uma coisa é certa: a empresa tem muito interesse na certificação de seus fornecedores, interesse esse nos benefícios indiretos que ela traz. Acredito que para a empresa é muito rentável, caso contrário ela não bancaria uma despesa dessas com todos os seus fornecedores.
Abraços!!!
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/11/2013

Prezados,

A questão de certificar ou não é apenas financeira, se não tem ganho não se justifica os altos custos da certificação, sem contar que é preciso manter a certificação. Para os pequenos os R$ 0,03 a mais só se justificam caso a certificação seja bancada pela empresa compradora de leite, do contrário é prejuízo.
CLEBIA F. CORDEIRO LIMA

SÃO JOÃO DO ORIENTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/11/2013

Oi, Roberta! meu nome e Clebia, sou produtora rural familiar. Achei otimo seu post, pois tenho muitas duvidas sobre certificação. Como posso entrar em contato com voce. Onde moro não tem telefone, mas tenho correio eletronico. Sera que posso manter contato com voce. Então ta: clebiacordeiro@gmail.com
Obrigada.
Clebia.
JÉFERSON GUSTAVO PUHL

SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/11/2013

Isso é verdade. Porém na minha humilde conjetura, esperarmos que o governo ofereça as condições ideais, é um tanto quanto utópico, ainda mais com o cenário político atual, onde as políticas públicas são deixadas de lado em prol dos interesses pessoais de nossos governantes, infelizmente essa é a realidade brasileira.
É preciso ter cautela sim, mas também iniciativa.
LUIZ GOUVÊA LOPES JARDIM

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 26/11/2013

Concordo com a manifestação de Ronaldo Gontijo. Não que não tenha razão a ilustre consultora Roberta ao defender a necessidade da certificação, porém, no Brasil, o empresário investe e a seguir o governo desestimula à sua produção ou produto. Por isso, o produtor/empresário deve ter muita cautela na aplicação de seus recursos.
A insegurança no País é muito grande.
JÉFERSON GUSTAVO PUHL

SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/11/2013

É isso mesmo caro Ronaldo, tens toda a razão.
No meu caso é isso que acontece. A empresa pra qual fornecemos leite remunera
R$ 0,03 / litro apenas pelo fato da propriedade ser certificada, sem contar a questão da CBT e CCS, pois ela adota o sistema de remuneração da qualidade. Pra se ter uma idéia, uma propriedade vizinha a minha tem 6X o volume de leite/mês que a minha, e recebe R$0,02 / litro a menos que nós. Para nós a questão da certificação foi muito rentável.
Abraços!!!
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/11/2013

Tudo isto é relativo, tem que ver se o comprador do leite paga mais pelo leite de uma fazenda certificada ou se paga apenas por volume e qualidade. Certificação pode ser um investimento ou um gasto, depende se tem retorno ou não.
PEDRO PORTO

VASSOURAS - RIO DE JANEIRO

EM 25/11/2013

Parabens Roberta, pelo tema abordado, como sabe, apos seu primeiro artigo em relacao ao certificado, entrei em contato para saber se minha "pequena"propriedade se enquadrava no processo (agricultura familiar).
Gostaria de saber se vindo a Vassouras, poderiamos marcar um encontro para falarmos do assunto, uma vez que estou quase no fim do meu projeto,e venho tentando cumprir as regras, como exige o mercado consumidor.
Contato: araguaiariver@hotmail.com
(24) 24712501
Pedro Porto
JÉFERSON GUSTAVO PUHL

SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/11/2013

Cara Roberta, parabéns pelo artigo!
Realmente, na nossa área há um enorme déficit de conhecimento, ou falta de acesso à informação, em alguns casos até uma certa falta de interesse por parte dos produtores, pois se soubesse das vantagens diretas e indiretas, de quanto uma certificação agrega valor ao seu produto e ao seu rebanho, um número muito maior de produtores iria atrás de certificação. De fato, em propriedades familiares é mais fácil de se implantar novos procedimentos, é o nosso caso. Temos uma propriedade de 9 hectares e conseguimos o certificado de Boas Práticas na Fazenda, o que nos trouxe ótimos resultados na questão da CCS, CBT, Gordura e proteína, entre outros. O simples fato de adotarmos técnicase procedimentos corretos, faz com que automaticamente, sem esforço extra, a qualidade do leite e do rebanho aumente, consequentemente agregando valor ao produto. Vale a pena mesmo, exige um pouco de esforço para a sua implantação, mas a certificação de uma propriedade só tem a acrescentar.
Mais uma vez, parabéns pelo seu artigo, é um tema que precisa ser difundido entre a classe.
Abraços!!!!

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