Não tem como cortar um papel com uma toalha, assim como não tem como secar algo com uma tesoura. Tanto a toalha quanto a tesoura são ferramentas do nosso dia a dia, que, quando usadas de forma correta, exercem sua função e nos ajudam a desenvolver tarefas de forma mais eficiente.
Da mesma forma, o bST é uma das ferramentas disponíveis para o produtor que, se utilizada de acordo com a sua função e sem esperar milagres, tem apresentado ótimo resultado.
O que é o bST?
bST é o nome comercial da substância somatotropina, um hormônio proteico produzido por todos os animais (até mesmo os seres humanos) e, portanto, naturalmente presente no organismo. É responsável pelo crescimento, coordenando todo metabolismo corporal, com importante papel em várias funções, inclusive na reprodução.
Este hormônio estimula a produção de IGF-1 no fígado, que tem como uma de suas funções direcionar nutrientes para os ovários, produzindo um oócito de melhor qualidade e podendo levar a uma melhor taxa de reprodução.
Na glândula mamária, também melhora o direcionamento de nutrientes, levando à um aumento na produção de leite. Além disso, por ser um hormônio de crescimento, prolonga a vida útil das células produtoras de leite (alvéolos), gerando maior persistência de lactação.
Este hormônio é o segundo produto veterinário mais pesquisado no mundo, somente atrás da monensina.
Como utilizar o bST?
Sabendo de todas estas informações sobre o bST e também que ele é uma ferramenta, como podemos usá-lo de forma correta?
A primeira e principal restrição de seu uso está relacionado à alimentação: não se deve usar em vacas que não recebam uma dieta balanceada e que lhe proporcione todos os nutrientes necessários. Também deve-se atentar à disponibilidade de comida, haja vista que as vacas que recebem bST produzem mais e que, por consequência, irão aumentar o consumo (0,5 kgMS/litro).
Devemos respeitar o intervalo de aplicação recomendado pelo veterinário e usar em vacas pós pico de produção (60 ou 70 dias pós parto).
O aumento de produção com uso de bST não é percentual e sim quantitativo, por isso vacas de baixa produção também podem responder ao uso, porém o produto não tem a capacidade de fazer “nascer” novas células produtoras de leite. Além disso, alguns estudos mostram que mesmo vacas com alto DEL tiveram bom retorno quando receberam o hormônio.
Diante de tudo isso, a conclusão é: tenha o bST em sua "caixa de ferramentas" e a consciência que, associado aos demais utensílios, entregará um ótimo resultado. Use-o de forma correta e desfrute de suas vantagens, tanto na produção, como – principalmente – na lucratividade.