A qualidade da água vai afetar a qualidade do leite justamente nos procedimentos que deveriam garantir a sua qualidade, ou seja, de higiene e limpeza, manejo de ordenha e limpeza do ambiente. Embora possa se justificar que são utilizados detergentes e desinfetantes de alta qualidade para a higienização e manutenção da limpeza do local, a baixa qualidade da água coloca em risco todo o investimento feito nesses produtos e nos procedimentos visando a qualidade do leite.
A população bacteriana, em temperatura acima de 13oC e na presença de nutrientes – sendo o leite um excelente nutriente – dobra a cada 20 minutos. Uma única gota de água pode conter 1 milhão de microrganismos. Considerando que o processo de refrigeração do leite pode demorar até duas horas, se uma única gota contendo 50 mil bactérias contaminar o tanque de resfriamento, em duas horas teremos 1,6 milhão de bactérias nesse tanque.
O volume de leite no tanque é que vai definir o grau de contaminação. No entanto, dificilmente haverá apenas uma gota contaminada nesse tanque.
Outro ponto de extrema importância a ser considerado é o tempo de sobrevivência de algumas bactérias comuns em ambientes de produção de leite em ambiente seco.
Para que essas bactérias voltem à atividade, basta que haja umidade e nutriente.
Muitas bactérias associadas à CCS estão presentes na água e podem ser disseminadas através dela. Entre elas, podemos citar o gênero Streotococos, Escherichia, Enterobacter, Klebsiella, Serratia e Pseudomonas.
Ainda, outras bactérias causadoras de doenças animais também são facilmente encontradas na água. Confira abaixo:
Cloração
Uma água isenta de contaminação bacteriológica é segura para todo tipo de uso, seja nos procedimentos de higiene e limpeza, no consumo animal ou no consumo humano. Assim como recomenda a Instrução Normativa 62, o ideal é que a água de uso geral contenha 0,5 a 1,0 mg por litro de cloro. Essa água estará segura para qualquer tipo de aplicação.
Entretanto, na sala de ordenha, a recomendação é uma dosagem de 3,0 a 5,0 mg por litro. Isso porque, após os procedimentos de limpeza, os equipamentos ficam molhados e o ideal é que essa água tenha um teor a mais de cloro para que o processo de sanitização possa continuar.
Benefícios da cloração
- Redução da CBT. Isso trará ganhos tanto para o produtor, como para o laticínio, que terá um leite de melhor qualidade;
- Contribui com redução da CCS;
- Reduz a periodicidade de limpeza dos bebedouros, porque a água clorada inibirá o crescimento e desenvolvimento de algas.
É importante destacar que a cloração da água não substitui procedimentos de higiene e limpeza, mas sim, apenas os potencializa.
Importância da água tratada
- Qualidade microbiológica do leite melhora e gera lucro para produtores e laticínios;
- Água tratada garante saúde humana no meio rural;
- Água tratada melhora significativamente a saúde animal;
- Água tratada contribui para a segurança alimentar do leite.
Essas informações fazem parte do curso on-line Gestão da qualidade e quantidade de água na produção leiteira, onde o instrutor, João Luís dos Santos, que atua há mais de 15 anos no desenvolvimento de soluções e tecnologias para tratamento da água na produção animal, traz aos participantes conhecimentos sobre o assunto e soluções possíveis de serem implementadas no dia a dia da fazenda.
O curso apresenta um panorama geral sobre a água no planeta, noções de qualidade e conservação dos recursos hídricos, bem como medidas de tratamento que podem reduzir a contaminação e auxiliar no cumprimento da IN62, melhorando a saúde dos animais e a qualidade do leite. Confira aqui o conteúdo completo do curso.
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